PRONTUÁRiO
METAMORFOSES
Autor
versátil e fulgurante, ao estilizar as potencialidades gráficas /
narrativas da banda desenhada, em que evoluem - pelo signo erótico -
a aliciante insurreição ficcional ou uma perversa sofisticação
estética, Milo
Manara
revelou em 1999, como argumentista e ilustrador, A
Metamorfose de Lucius
/ La Métamorphose de Lucius,
subvertendo-se como artista
da líbido…
Ironia, exibicionismo - através de peripécias / experiências
excitantes, sob uma vertigem obsessiva / exuberante - pontuam ou
transgridem, além dos preconceitos e das convenções, este universo
múltiplo, transfigurado, cujo herói - descendente de Plutarco - se
dirige da Macedónia à Tessália, acabando por consumar todas as
ambições luxuriantes, todos os impulsos fantasistas. Assim
corporizando fábulas incríveis de mágicos e de feiticeiras, de
horríveis mutações - mesmo que, depois de inúmeras peripécias e
temáticas, tudo se dissolva nas ilusões mais efémeras e
sumptuosas. Eis, pois, reincidências sediciosas ou dissolutas, entre
visões de uma saga interminável - que se transferem, perturbantes,
ao próprio olhar do leitor.
IMAG.3-13-52-64-132-140-147-221-305-365-501-548-590
CALENDÁRiO
13MAR-17JUN2018
- Em Lisboa, Casual Lounge Caffé apresenta Schiappa
2018 - exposição de pintura
de Pedro Schiappa.
21MAR-16SET2018
- Em Lisboa, Museu Colecção Berardo expõe Linha,
Forma e Cor - Obras da Colecção Berardo,
sendo curadores Rita Lougares e Jorge André Catarino.
05MAI-23JUN2018
- Em Lisboa, Galeria 111 apresenta Azimute
- exposição de pintura, vídeo e objectos de Pedro Vaz, sendo
curador Sérgio Fazenda Rodrigues.
1930-14MAI2018
- Thomas Kennerly Wolfe, aliás Tom Wolfe: Escritor e jornalista
americano, ficcionista e ensaísta, autor de A
Fogueira das Vaidades (1987)
- «Como campeão do esplendor estilístico, não tem rival no mundo
ocidental» (Joseph Epstein). IMAG.120
18MAI-09SET2018
- Em Lisboa, Culturgest apresenta Michael
Biberstein [1948-2013]:
X - Uma Reprospectiva -
exposição de pintura, sendo curador Delfim Sardo. IMAG.606
19MAI-17JUN2018
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta, no
ciclo OitoXOito,
Reflexão
- exposição de figurações e geometrias em composições
abstractas de Jéssica Rosa.
26MAI-11NOV2018
- Em Vila
Franca de Xira, Museu do Neo-Realismo apresenta Conflito
e Unidade - exposição de
João Ferro Martins, Mafalda Santos e Susana Gaudêncio, sendo
curadoras Sandra Vieira Jürgens e Paula Loura Batista, e dando
continuidade ao ciclo de arte contemporânea Cosmo/Política.
IMAG.706
COMENTÁRiO
Lucram
com a desordem os governos desacreditados, que, vivendo apenas de
viver, tendo violado todas as leis, faltado a todos os deveres,
perdido toda a estima pública, necessitam de romancear revoluções,
que recomendem o zelo da administração pela estabilidade da paz,
autorizem a perpetração de insídias contra o direito desarmado, e
encubram, na confusão das ruas, a mão da polícia, que passa,
executando os seus cálculos de eliminação homicida.
Ruy
Barbosa
-
Obras Completas
PARLATÓRiO
Como
etnólogo, só posso constatar que o mundo contemporâneo perdeu a fé
nos seus próprios valores. Sei que este não é, aliás, o nosso
problema principal, mas todos sabemos que, no fim de contas, nenhuma
civilização se pode desenvolver, se não possui valores aos quais
se agarrar profundamente. Acredito, por sinal, que nenhuma
civilização possa, sequer, manter-se na situação em que a nossa
se encontra.
Claude
Lévi-Strauss
(2003)
VISTORiA
Quem
a Tem…
Não
hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
Desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
E sempre a verdade vença,
Qual será ser livre aqui,
Não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
É quase um crime viver.
Mas embora escondam tudo
E me queiram cego e mudo,
Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.
Qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
Desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
E sempre a verdade vença,
Qual será ser livre aqui,
Não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
É quase um crime viver.
Mas embora escondam tudo
E me queiram cego e mudo,
Não hei-de morrer sem saber
Qual a cor da liberdade.
Jorge
de Sena
MEMÓRiA
1908-01NOV2009
- Claude Lévi-Strauss: Antropólogo e filósofo francês - «A
humanidade está constantemente às voltas com dois processos
contraditórios: um tende a criar um sistema unificado, enquanto o
outro visa manter ou restaurar a diversificação.» (Race
et Histoire - 1952).
IMAG.278-684
02NOV1919-1978
- Jorge Cândido de Sena, aliás Jorge de Sena: Escritor português,
poeta e ficcionista, dramaturgo e ensaísta, professor universitário
- «Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta / quanto esse arroto
de passadas glórias. / Amigos meus mais caros tenho nela, /
saudosamente nela, mas amigos são / por serem meus amigos, e mais
nada.» (A Portugal
- excerto)
IMAG.60-67-87-112-181-202-249-264-268-305-313-329-332-358-392-486-489-495-502-588-599-661-669-671-682-699-707-726
1922-02NOV2009
- José Luis López Vázquez de la Torre, aliás José Luís López
Vázquez: Actor espanhol do cinema, do teatro e da televisão - «A
sua filmografia pertence ao puro património espanhol, foi um dos
maiores tragicómicos do nosso cinema.» (El
País - 2009). IMAG.277-362
1933-03NOV2009
- Sheldon Dorf: Artista e coleccionador americano de banda desenhada,
fundador do Comic-Con
- «Era uma pessoa de uma generosidade extrema, inteiramente dedicado
à fruição e à divulgação da arte dos quadradinhos, tendo-se
esforçado por reunir os leitores e os criadores» (J.M. Mike
Towry). IMAG.277-448
05NOV1849-1923
- Ruy Barbosa de Oliveira, aliás Ruy Barbosa: Escritor, filólogo,
jurista e político brasileiro - «De tanto ver triunfar as
nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos
maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter
vergonha de ser honesto.» (Discurso no Senado - 1914). IMAG.249-409
1903-05NOV1989
- Vladimir Samoylovych Horowitz, aliás Vladimir Horowitz: Pianista
de origem ucraniana (ao tempo do Império Russo), naturalizado
americano (1944) - «Há três espécies de pianistas: os pianistas
judeus, os pianistas homossexuais e os maus pianistas». IMAG.661
06NOV1919-2004
- Sophia de Mello Breyner Andresen: Poetisa portuguesa, distinguida
com o Prémio Camões (1999) - «Chamo-Te porque tudo está ainda no
princípio / E suportar é o tempo mais comprido. // Peço-Te que
venhas e me dês a liberdade, / Que um só de Teus olhares me
purifique e acabe. // Há muitas coisas que não quero ver. //
Peço-Te que sejas o presente. / Peço-Te que inundes tudo. / E que o
Teu reino antes do tempo venha / E se derrame sobre a Terra / Em
Primavera feroz precipitado.» (Princípio).
IMAG.2-18-112-168-213-249-268-302-390-449-473-511-536-542-570-581-640-684
1857-06NOV1929
- Columbano Augusto Bordalo Pinheiro, aliás Columbano Bordallo
Pinheiro: Pintor português - Era
«misantropo, fechado em si, dado a análises exaustivas, a
dissecações cruéis, teve apenas um grande amor - a pintura»
(Diogo de Macedo).
IMAG.155-197-301-482-635-695
1925-06NOV1999
- Luís José Teixeira da Fonseca, aliás Teixeira da Fonseca:
Cineasta português, realizador e actor - «Inspiro-me numa sátira
construtiva, de quem luta por uma vida melhor». IMAG.56-227-457
COMENTÁRiO
Columbano
- Desenhar Para a Pintura
A
prática do desenho para Columbano não constitui, de modo geral,
prática autónoma. Pelo contrário, ela reafirma Columbano como
pintor, como um artista que recorreu ao desenho quase exclusivamente
como campo de ensaio para estudos de composição, de orquestração
de luzes, de caracterização de pormenores anatómicos e de atitudes
individuais de figuras que integram composições maiores. Se os
desenhos registam as variações estilísticas ao longo deste
período, muitas vezes acompanhando as transformações pictóricas,
será na mudança de um género para outro que estas diferenças se
tornam evidentes: do intimismo das cenas de interior
pequeno-burguesas, que por vezes impregna os retratos, para o
carácter mundano que perpassa em alguns estudos de figuras
femininas; ou da vocação realista dos retratos, que oscilam entre a
fidelidade naturalista e a vontade de caracterização psicológica,
para o sentido dramático e teatral das pinturas de história. A este
ritmo, assistimos a abordagens plásticas diferentes, que adoptam a
espontaneidade da linha como condutora da composição ou a
substituem pelo valor estrutural da luz, num tratamento apoiado na
mancha ou em marcações de claro-escuro, até chegar à linearidade
livre e solta dos estudos de composição para os grandes relatos de
pintura de história e ciclos decorativos, cuja complexidade explica
a abundância de estudos, com destaque para o tema camoniano, no
geral, e para as pinturas decorativas do Museu Militar, em
particular.
María
Jesús Ávila
BREVIÁRiO
Dom
Quixote edita Memórias
Secretas de Mário Cláudio;
a partir das personagens de banda desenhada Príncipe
Valente, Bianca
Castafiore (em Tintin)
e Corto Maltese.
IMAG.51-220-520-522-541-591-600-723-725
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