quarta-feira, julho 29, 2020

FUNDA|MENTAL 52

José de Matos-Cruz | 16 Setembro 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

17SET1850-07JUL1923 - Abílio Manuel de Guerra Junqueiro: Escritor e jornalista português, ficcionista e poeta, político, membro da Escola Nova, autor de Gritos da Alma (1912) - «Quando a alma, ao termo de mil hesitações e desenganos, cravou as raízes para sempre num ideal de amor e de verdade, podem calcá-la e torturá-la, podem-na ferir e ensanguentar, que quanto mais a calcam, mais ela penetra no seio ardente que deseja.».

18SET1905-15ABR1990 - Greta Lovisa Gustafson, aliás Greta Garbo: Actriz sueca naturalizada americana, intérprete de A Mulher de Duas Caras / Two Faced Woman (1941 - George Cukor) - «A vida seria maravilhosa, se nós soubéssemos o que fazer com ela… Eu nunca disse “Quero ficar sozinha”. Eu disse “Quero que me deixem sozinha”. É nisto que reside toda a diferença».

21SET1934-07NOV2016 - Leonard Norman Cohen, aliás Leonard Cohen: Artista canadiano, poeta e ficcionista (1963 - O Jogo Favorito), compositor e cantor (1971 - Songs of Love and Hate) - «Durante seis décadas, revelou a sua alma ao mundo através da poesia e das canções - com uma profunda e intemporal humanidade, tocando o nosso íntimo… A sua música e as suas palavras ressoarão para sempre.» (Rock & Roll Hall of Fame - 2008).

SUPER|VISÃO

Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida… / Só achei enganos, decepções, pesar… / Oh, a ingénua alma tão desiludida!…
Guerra Junqueiro 
Regresso ao Lar (excerto, in Os Simples – 1892)

PORTA|VOZ

Os políticos consideram-me um poeta; os poetas, um político; os católicos julgam-me um ímpio; os ateus, um crente…
Guerra Junqueiro
- a Luís de Oliveira Guimarães

Sou o que o adolescente jamais encontrará, o que o velho procurou em vão durante meio século, o que a mulher desejava ter para segurar quem a deixou. Compreendem, então, por que me escondo? Não quero que os sonhos acabem.
Greta Garbo

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

27DEZ1925-12MAI2020 - Jacques Daniel Michel Piccoli, aliás Michel Piccoli: Artista francês, actor de teatro (1945) e de cinema (1949); encenador; realizador, argumentista e produtor; dirigido pelos mais distintos cineastas internacionais (de Luis Buñuel a Alfred Hitchcock, de Jean-Luc Godard a Claude Chabrol, de Marco Ferreri a Jacques Demy, de Claude Lelouch a Marco Bellochio, de Agnès Varda a Claude Sautet, de Jacques Rivette a Nanni Moretti), em carreira versátil, polivalente, simbolizada nas cumplicidades com Manoel de Oliveira (Party - 1996, Vou Para Casa / Je Rentre à la Maison - 2001, Espelho Mágico - 2005, Belle Toujours - 2006, Rencontre Unique / Chacun Son Cinéma - 2007) - «Não escolho os papéis, mas sim os autores, os textos ou os realizadores… Os papéis, esses, tanto se me dá» (1970).

20NOV1934-17MAI2020 - José Pires Cutileiro, aliás José Cutileiro: Diplomata, escritor e antropólogo português, irmão de João Cutileiro; doutorado em Antropologia Social / Universidade de Oxford (1968); conselheiro cultural em Londres (1974), embaixador de Portugal junto do Conselho da Europa (1977) e em Pretória / África do Sul (1989), presidente da Conferência de Paz para a ex-Jugoslávia (1992), secretário-geral da União da Europa Ocidental / UEO (1994); colunista (como Alfred Barnaby Kotter em O Independente; In Memorian no Expresso); poeta (Versos da Mão Esquerda - 1961), cronista (Bilhetes de Colares de A. B. Kotter / 1982-1998 - 2004), ensaísta (Inventário: Desabafos e Divagações de Um Céptico - 2020) - «Era um patriota e um homem do mundo. Foi um brilhante diplomata, antropólogo, cronista e escritor, tendo aliado a acção ao pensamento sobre política externa, na defesa da paz, da liberdade e da democracia» (António Costa). F|M.25-32

18MAI-26JUL2020 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga / MNAA expõe A Linha Que Fecha Também Abre - cruzando desenhos de Baccio Bandinelli, Luca Cambiaso, Corregio, Pontormo e Francisco Venegas com pinturas e desenhos de Julião Sarmento, sendo curador João Pinharanda.

PASSA|TEMPO

Relógio D’Água edita A Chama de Leonard Cohen (1934-2016); tradução de Inês Dias.

Distrijazz edita em CD, sob chancela ECM, Franz Schubert [1797-1828]: Sonatas & Impromptus por (pianoforte) András Schiff.

Tinta da China edita Oleanna de David Mamet; tradução de Pedro Mexia.

Extra: JOSÉ GARCÊS, Até Sempre

Um fascinante cruzamento, em referência e testemunho, entre modos lúdicos de informação, meios consagrados de divulgação e métodos artísticos de expressão, consuma-se na concepção e na criatividade de mestre José Garcês (1928-2020), atribuindo à figuração narrativa uma componente interactiva, quanto à função pedagógica e ao entretenimento, ao privilégio clássico ou às propostas de revitalização.

Com uma carreira intensa e multifacetada (a partir de 1946, n’O Mosquito) – em incidências sociais, políticas, e nas primordiais implicações comunitárias – para José Garcês, «o autor de banda desenhada procura transmitir, ao público em geral, uma mensagem visual apoiada num texto, e essa mensagem não terá de ser igual para um adulto ou uma criança com menos de dez anos. Se o conseguir, melhor para todos».

Sendo ainda pintor, ilustrador e autor de construções de armar, José Garcês tratou em quadradinhos, por revistas, jornais e separatas, ou em livro e em álbum, com uma importante vertente didáctica, e notáveis valências gráficas e estéticas, os mais variados assuntos e géneros, desde a biografia, a natureza, a arquitectura e os temas militares, à História de Portugal, das cidades e vilas, ou à ênfase literária.

IMAG.24-70-78-117-129-149-226-251-256-258-265-321-361-374-416-430-598-627-648-656-678-733-748-769-Extra

domingo, julho 26, 2020

FUNDA|MENTA 51

José de Matos-Cruz | 08 Setembro 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

13SET1885-27MAI1963 - Aquilino Gomes Ribeiro, aliás Aquilino Ribeiro: Escritor português, ficcionista e poeta, memorialista, historiador e tradutor - «Manuel Louvadeus dum galão subiu os degraus. Em cima, no patamar, topou a porta fechada e deteve-se, quando ia para bater, como quem toma fôlego. Com a breca, achava tudo tal e qual! Os dez anos de ausência apagaram-se como um sopro perante a obsessiva eternidade que se lhe oferecia ao lance de olhos. /…/ Que distância, anos e anos que correram na levada do tempo, e as coisas conservarem-se ali iguaizinhas, estáticas, teimosas no seu ar de encantamento! Talvez mais velhas… Sim, mais velhas, ferradas mais fundo pelos dentes da morte e a despenhar-se na voragem como as telhas do beiral. E haviam, porventura, de resistir aos vaivéns mais que o coirão dum homem, entretanto que se fartava de dar tombo por esses mundos de Cristo?!» (Quando os Lobos Uivam - excertos, 1958). F|M.6

14SET1956-30NOV2017 - José Pedro Amaro dos Santos Reis, aliás Zé Pedro: Músico português, guitarrista e cantor, membro dos Xutos & Pontapés - «Não é preciso ser músico para sentir, tem que ver com aventura. Pode ter que ver com uns certos limites na vida, mas tem, acima de tudo, que ver com a realização pessoal de uma vida mexida» (2016).

15SET1890-12JAN1976 - Agatha Mary Clarissa Miller Christie Mallowan, aliás Agatha Christie, aliás Mary Westmacott, aliás a Dama do Crime: Escritora britânica, ficcionista, dramaturga e poetisa, criadora de Hercule Poirot (1921) e de Miss Marple (1930) - «Não me parece que a necessidade seja a mãe da invenção - em minha opinião, a necessidade deriva directamente do ócio, e provavelmente da preguiça. Para nos livrar de sarilhos».

ÁGUA|FORTE
Agatha Christie

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

28ABR2020 - Pedro Costa é distinguido com o Prémio Golden Gate Persistence of Vision 2020, atribuído pela San Francisco Film Society e pelo Festival Internacional de Cinema de São Francisco / EUA. F|M.16-24

11SET1940-29ABR2020 - Germano Celant: Historiador de arte italiano, curador, ensaísta e crítico, teórico e autor do conceito de arte povera / arte pobre (1967), director artístico da Fundação Prada (1995) - «A ele devemos o lançamento de uma das vanguardas italianas mais férteis do Século XX. A Itália permanece pobre, sem a sua genialidade e o seu talento» (Dario Franceschini).

12AGO1940-30ABR2020 - Tony Oladipo Allen, aliás Tony Allen: Músico nigeriano, baterista e compositor, membro e director musical da banda Africa ’70 (1968-1979) de Fela Kuti, e cofundador do género afrobeat; em 1984, emigrou para Londres e, mais tarde, radicou-se em Paris, prosseguindo com outras parcerias e sonoridades (afrofunk) - «Tudo é fusão, toco diferentes padrões, mas não sei tocar nada que não seja afrobeat… É preciso modernizar o afrobeat».

05DEZ1932-09MAI2020 - Richard Wayne Penniman, aliás Little Richard: Músico americano, cantor e pianista, compositor e pioneiro do rock’n’roll, através de sucessos como Tutti-Frutti, Long Tall Sally, Good Golly Miss Molly, Rip it Up ou Send Me Some Lovin’ (1955-1957, com a sua banda The Upsetters); a partir de 1959, já ordenado pastor evangélico, entregou-se ao gospel, ao soul e ao rhythm and blues, com regressos esporádicos ao estilo original - «Decidimos que a minha imagem deveria ter algo de louco e ser absolutamente excêntrica, para que os adultos me julgassem inofensivo».

30OUT1941-10MAI2020 - Sérgio Sant’Anna: Escritor brasileiro, ficcionista e poeta, dramaturgo e cronista; professor na Escola de Comunicação da Universidade do Rio de Janeiro; distinguido quatro vezes com o Prémio Jabuti (por O Concerto de João Gilberto No Rio de Janeiro - 1983, A Amazona - 1986, Um Crime Delicado - 1997 e O Voo da Madrugada - 2003) - «É um fabricador de obras-primas, tem um nível de qualidade que está sempre entre o bom e o óptimo, não raro atingindo o excepcional» (Italo Moriconi).

SUPER|VISÃO

Ele libertou as pessoas das suas inibições, libertou-lhes o espírito, tornando possível que fizessem exactamente o que lhes apetecesse.
Charles White
- Quasar of Rock: The Life and Times of Little Richard (excerto - 1985)



PASSA|TEMPO

Sistema Solar edita O Chancellor de Jules Verne (1828-1905); tradução e apresentação de Aníbal Fernandes.

Relógio D’Água edita Anton Tchékhov [1860-1904] Na Vida - Argumentos Para Um Pequeno Romance de Ígor Sukhikh; tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra.
 

sexta-feira, julho 17, 2020

Extra: Estórias da História por Jorge Magalhães [Ala dos Livros]

«Guerreiros, generais, almirantes, navegadores, exploradores, até corsários com sede de riquezas e aventureiros de destino inverosímil, desfilam nas páginas deste livro, convidando o leitor a acompanhá-los numa viagem aos bastidores da História, aquela que não aparece na maioria dos livros e dos filmes, mas é tão viva e apaixonante como a que as instituições e as crónicas oficiais registam.»

Assim propõe Estórias da História – Da Antiguidade ao Século XX por Jorge Magalhães, com ilustrações de Augusto Trigo – uma edição sob chancela Ala dos Livros, inaugurando a Colecção JM. No actual Volume 1, entre Lendas e Mitos (sobre Ulisses ou a conquista de Tróia) e Batalhas Navais, sobres-saem personalidades e personagens como James Cook, Daniel Defoe, Sitting Bull, Patton e Marco Polo. Ou Coriolano, Leif Erikson, Caramuru, La Valette, Barents, Osceola, Gordon, Caius Marius, Rostopchine, Nicolau de Mesquita, Rooke, Langsdorf, Mac Auliffe e Von Spee.

Escritor e jornalista, ficcionista e poeta, autor de banda desenhada – argumentista, investigador, crítico e historiador, coordenador e editor, blogger e tradutor – conjugando a versatilidade autoral com o rigor do testemunho, aliando a fértil inspiração ao domínio das narrativas clássicas, Jorge Magalhães (1938-2018) referencia, em Estórias da História, as múltiplas vertentes, genuínas e versáteis, de um imaginário fascinante, intemporal, transfigurado pela constância do talento artístico de Augusto Trigo.

Através da Colecção JM, a editora Ala dos Livros concilia, ainda, as virtualidades editoriais assumidas pelos irmãos Ricardo e João Magalhães Pereira, netos de Jorge Magalhães, com a experiente participação familiar da filha, Maria José Magalhães Pereira (revisão), e de Catherine Labey (compilação de material e paginação).

IMAG.126-129-132-160-234-256-385-414-430-453-550-626-648-681-725-Extra
F|M.44

quarta-feira, julho 15, 2020

FUNDA|MENTAL 50

José de Matos-Cruz | 01 Setembro 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

01SET1875-19MAR1950 - Edgar Rice Burroughs: Escritor e jornalista americano, ficcionista e cronista, autor de Tarzan (1912) - «Comecei a escrever para me libertar… Para me libertar da pobreza. Então, surgiu-me a ideia de alguém que não tinha actividade, e decidi romanceá-la».

03SET1930-18OUT2005 - Daciano Henrique Monteiro da Costa, aliás Daciano da Costa: Arquitecto português, pintor e designer, professor e pedagogo, fundador da empresa Risco - Projectistas e Consultores de Design (1974) - «No fundo, o que eu tenho feito mais é arquitectura de interiores e design de mobiliário…» (1994) / «Acho que há tralha a mais no mundo».

03SET1930-07DEZ2014 - Fernando Machado Soares: Compositor e poeta português, cantor da música de Coimbra, autor de A Balada da Despedida (1958) - «Deu um contributo importante na criação das condições da transição do fado clássico para as baladas e para as trovas que as vozes de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira vieram a imortalizar.» (Portal do Fado).

07SET1867-01MAR1926 - Camilo de Almeida Pessanha, aliás Camilo Pessanha: Escritor português, poeta, ensaísta e tradutor - «Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar, / Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo; / E apesar disso, crê! nunca pensei num lar / Onde fosses feliz, e eu feliz contigo. // Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito. / E nunca te escrevi nenhuns versos românticos. / Nem depois de acordar te procurei no leito / Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos. // Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo / A tua cor sadia, o teu sorriso terno… / Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso / Que me penetra bem, como este sol de Inverno. // Passo contigo a tarde e sempre sem receio / Da luz crepuscular, que enerva, que provoca. / Eu não demoro a olhar na curva do teu seio, / Nem me lembrei jamais de te beijar na boca. // Eu não sei se é amor. Será talvez começo… / Eu não sei que mudança a minha alma pressente… / Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço, / Que adoecia talvez de te saber doente.» (Não Sei Se Isto É Amor - in Clepsidra, 1920).

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

22AGO1925-05ABR2020 - Honor Blackman: Actriz inglesa de teatro, televisão (1962 - Cathy Gale em Os Vingadores / The Avengers da ABC Television) e cinema (1964 - Pussy Galore em 007 Contra / Goldfinger / Goldfinger de Guy Hamilton), cantora, republicana e militante dos democratas liberais - «Sou a leitora mais lenta deste mundo, porque dá-me para representar tudo na minha cabeça».

05JUL1936-22ABR2020 - Shirley Enola Knight Hopkins, aliás Shirley Knight: Actriz americana de teatro, cinema e televisão, cantora lírica e escritora, membro do Actor’s Studio; duas vezes nomeada para o Oscar (1960 - Escuro No Cimo das Escadas / The Dark At the Top of the Stairs de Delbert Mann; 1962 - Corações Na Penumbra / Sweet Bird of Youth de Richard Brooks), intérprete de Melhor É Impossível / As Good As It Gets (1997 - James L. Brooks) - «O actor de cinema logra atingir um certo nível, mas não chega ao auge sem pisar o palco dos teatros».

23SET1934-25ABR2020 - Per Olof Enquist: Escritor sueco, ficcionista (1961 - O Olho de Cristal / Kristallögat; 1998 - A Visita do Médico Real / Livläkarens Besök - Prémio August 1999), dramaturgo (1975 - A Noite das Tríbades / Tribadernas Natt), argumentista (Pelle, o Conquistador / Pelle Erövraren - 1987 de Bille August), jornalista e memorialista (2008 - Uma Vida Diferente / Ett Annat Liv) - «Não tive distracções, por isso aprendi cedo a reparar nos detalhes do mundo».

FEV1950-25ABR2020 - João de Azevedo: Artista plástico português, pintor e desenhador (desde 1964, exposições individuais e colectivas), com carreira / permanência internacional (Itália, Moçambique, Níger, Timor-Leste, Países Baixos), também como consultor / perito económico (Comissão Europeia, Organização das Nações Unidas); ilustrador do álbum Com as Minhas Tamanquinhas (1976) de José Afonso, ou do livro Táxi (2019) de Fernando Cabral Martins - «A [sua] pintura segue uma estratégia na qual se combinam, em doses fortes como as das cores espessas que a compõem, cargas sexuais, políticas, sociais e mitológicas» (João Paulo Borges Coelho - 2018).

PASSA|TEMPO

Antígona edita O Tacão de Ferro de Jack London (1876-1916); tradução de Inês Dias. F|M.41

sábado, julho 11, 2020

FUNDA|MENTAL 49

José de Matos-Cruz | 24 Agosto 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

24AGO1931-21MAI2008 - Bartolomeu Vilhena Cid dos Santos, aliás Bartolomeu dos Santos: Artista português ligado ao modernismo, pintor e gravador radicado em Londres (1961), professor da Slade School of Fine Art - «Levava os alunos ao Museu Britânico, dando-lhes a oportunidade de ver e tocar os originais de Rembrandt, Goya e outros, o que é raro num professor. Era uma pessoa única e um fantástico gravador… O seu trabalho ficará para sempre» (Paula Rego).

25AGO1918-14OUT1990 - Louis Bernstein, aliás Leonard Bernstein: Compositor, maestro e pianista americano, autor de West Side Story (1957) - «A música pode dar nome ao inidentificável, e comunicar o que nos é desconhecido. Não me interessa uma orquestra que tenha o seu próprio som… O que eu quero é que, ao tocar, ela nos transmita o som do compositor».

27AGO1890-18NOV1976 - Michael Emmanuel Radnitzky, aliás Man Ray: Pintor, fotógrafo, cineasta e surrealista americano - «Em vez de pintar pessoas, comecei a fotografá-las, e desisti de pintar retratos, ou melhor, se pintava um retrato, não me interessava que ficasse parecido. Finalmente, concluí que não havia comparação entre as duas coisas, fotografia e pintura. Pinto o que não pode ser fotografado, algo surgido da imaginação, ou um sonho, ou um impulso do subconsciente. Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem».

28AGO1481-15MAR1558 - Francisco de Sá de Miranda: Escritor português, poeta e dramaturgo - «O sol é grande: caem coa calma as aves, / Do tempo em tal sazão, que sói ser fria. / Esta água que de alto cai acordar-me-ia, / Do sono não, mas de cuidados graves. // Ó cousas, todas vãs, todas mudaves, / Qual é tal coração que em vós confia? / Passam os tempos, vai dia trás dia, / Incertos muito mais que ao vento as naves. // Eu vira já aqui sombras, vira flores, / Vi tantas águas, vi tanta verdura, / As aves todas cantavam de amores. // Tudo é seco e mudo; e, de mistura, / Também mudando-me eu fiz doutras cores. / E tudo o mais renova: isto é sem cura!» (O Sol É Grande - in As Obras do Celebrado Lusitano, 1595 - póstumo).

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

08AGO1924-16ABR2020 - Eugene Merril Deitch, aliás Gene Deitch: Artista americano, radicado em Praga (1959 - actual República Checa); cineasta e animador, argumentista e produtor; publicista, ilustrador e criador de banda desenhada; realizador de cartoons de Tom Terrific, de Tom & Jerry, de Popeye, de Krazy Kat ou de Munro (Oscar à Melhor Curta Metragem, 1961); distinguido com o Prémio Winsor McCay / Carreira / Annie Awards (2003) - «O que eu gostava, mesmo, era de ser músico. Os músicos são mágicos».

20ABR2020 - Em Cascais, Fundação D. Luís I propõe visitas virtuais e 3D a exposições temporárias na Casa das Histórias Paula Rego e no Centro Cultural de Cascais, através das diferentes plataformas que utiliza para comunicar as suas actividades; outras se seguirão a equipamentos do Bairro dos Museus que também se encontram encerrados, e com exposições permanentes como o Museu da Vila, o Farol de Santa Marta, o Museu Condes de Castro Guimarães e o Museu da Música Portuguesa.

10ABR1938-21ABR2020 - Antonio Tarantino: Artista plástico e escritor italiano, pintor e desenhador; dramaturgo, autor de Stabat Mater e de Paixão Segundo João (1993), de Vésperas da Virgem Santíssima (1994), de Brilharetes (1996) ou de Materiais Para Uma Tragédia Alemã (1997); várias vezes distinguido com o Prémio Riccione e com o Prémio Ubu - «…Não é um escritor ingénuo, como são os pintores naïf, é homem de muito saber, ardiloso, exigente, encontra o vento contrário da História, a ventania dos vencidos, a vida, enfim» (Jorge Silva Melo - 2020).

PASSA|TEMPO

Sextante Editora lança O Doente Molière de Rubem Fonseca (1925-2020). F|M.46

Gradiva edita Os Livros Que Não Escrevi de George Steiner (1929-2020); tradução de Miguel Serras Pereira. F|M.36

Tinta da China edita A Musa Irregular de Fernando Assis Pacheco (1937-1995); organização de Abel Barros Baptista, posfácio de Manuel Gusmão.

quarta-feira, julho 01, 2020

FUNDA|MENTAL 48

José de Matos-Cruz | 16 Agosto 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

16AGO1867-18MAR1900 - António Pereira Nobre, aliás António Nobre: Poeta português - «Vaidade, meu amor, tudo vaidade! / Ouve: quando eu, um dia, for alguém, / Tuas amigas ter-te-ão amizade, / (Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm. // Vaidade é o luxo, a glória, a caridade, / Tudo vaidade! E, se pensares bem, / Verás, perdoa-me esta crueldade, / Que é uma vaidade o amor de tua mãe… // Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna / E eu vi-me só no mar com minha escuna, / E ninguém me valeu na tempestade! // Hoje, já voltam com seu ar composto, / Mas eu, vê lá! eu volto-lhes o rosto… / E isto em mim não será uma vaidade?» (Vaidade, Tudo Vaidade! - in , 1892).

18AGO1922-18FEV2008 - Alain Robbe-Grillet: Escritor e cineasta francês, realizador de Trans-Europa Expresso / Trans-Europ-Express (1966) - «Entre a literatura e o cinema existe a mesma antinomia que entre uma frase e um objecto. É por isso que eu não adapto os meus romances ao ecrã, nem escrevo livros a partir dos meus filmes: por vezes publico, sob o nome de cine-romance, o guião técnico de um filme ou a sua planificação. Uma descrição literária não funciona, de modo algum, como um imaginário. Até mesmo a frase escrita que se coloca na boca da personagem romanesca, não pode comparar-se à réplica dita por um actor. Escrever um romance é, para mim, um labor difícil e lento. Redigir um argumento, pelo contrário, não me causa qualquer problema de escrita; faço-o rapidamente, poupando uma grande parte à imaginação sobre os próprios locais de filmagens. Rodo um filme em quatro ou seis semanas. Em contrapartida, demoro seis meses a trabalhar na montagem. Finalmente, existe também uma enorme diferença entre o escritor a sós com uma página branca, e o realizador de um filme que dirige uma equipa artística e técnica, e que deverá lutar contra a rigidez das pessoas e dos cenários, fazendo-os participar o mais possível na criação colectiva».
 

19AGO1915-20JAN1975 - Manuel Fernandes Pinheiro Guimarães, aliás Manuel Guimarães: Cineasta português, realizador (ficcionista e documentarista), argumentista e produtor, encenador, pintor e ilustrador.

PORTA|VOZ

A expressão nouveau roman é um rótulo conveniente, aplicável a todos aqueles que procuram novas formas para o romance, formas capazes de expressar (ou de criar) novas relações entre o homem e o mundo, a todos aqueles decididos a inventar o romance, em outras palavras, a inventar o homem.
Alain Robbe-Grillet



FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

13OUT1945-16ABR2020 - Daniel Bevilacqua, aliás Christophe: Artista e músico francês, cantor e compositor, popularizado com Aline (1965), actor de cinema - «Autor de hits nos anos ’60, experimentador audaz nos anos ’70, conheceu diversas carreiras…» (Paris Match - 2020).

05JUN1973-17ABR2020 - Luís Filipe Duarte Ferreira da Silva, aliás Filipe Duarte: Artista português, actor de teatro, televisão (como Equador - 2008, sobre a obra de Miguel Sousa Tavares) e cinema (como A Outra Margem - 2007 ou Cinzento e Negro - 2015 de Luís Filipe Rocha), dobrador em filmes de animação (como Tarzan, em produções da Disney) - «Recebi dele a mais bela oferta que um actor me pode fazer: dar vida ao ser imaginário, que é a personagem, com a sua própria vida humana. Não são muitos os actores que o conseguem fazer e, por isso, a memória dos que o fazem, é a que mais perdura em mim ao longo dos anos… Não era apenas um grande actor, era também um ser humano excepcional» (Luís Filipe Rocha - 2020). F|M.39

22JAN1938-c.19ABR2020 - Peter Hill Beard, aliás Peter Beard: Artista americano, fotógrafo, diarista, escritor e cineasta; licenciado em História de Arte (1961 - Universidade de Yale); autor de The End of the Game (1965), realizador de The Bicentennial Big Foot Blues (1976), com carreira nos EUA (revistas de moda, como Elle ou Vogue) e testemunho da vida selvagem em África (África do Sul, Tanzânia, ou vivência no Quénia) - «A última coisa que resta na natureza é a beleza das mulheres, por isso sinto-me muito feliz ao poder fotografá-la» (1990).

PASSA|TEMPO

Imprensa Nacional edita Bocage ou O Elogio da Inquietude de Daniel Pires. F|M.35

Universal edita em CD, sob chancela Deutsche Grammophon, Serguei Rachmaninov [1873-1943]: Piano Concertos 2 & 4 pelo pianista Daniil Trifinov, com The Philadelphia Orchestra sob a direcção de Yannick Nézet-Séguin.

Antígona edita As Trevas e Outros Contos de Leonid Andréev (1871-1919); tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra.

FUNDA|MENTAL 47

José de Matos-Cruz | 08 Agosto 2020 | Edição Kafre | Ano II – Semanário – Desde 2019
 
FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

10AGO1897-04OUT1935 - Reinaldo Silva Ferreira, aliás Reinaldo Ferreira, o Repórter X: Escritor, jornalista e cineasta português, ficcionista e dramaturgo - «O Terreiro do Paço, visto de bordo, formava, na noite fria e branca, uma ferradura amarela, aberta por quase quarenta arcos. No extremo duma das alas, formando ângulo, ficava o Ministério da Guerra. Todas as janelas estavam às escuras. Todas… excepto uma… A primeira do primeiro andar… Nessa, uma pinta de luz vermelha, como uma pupila diabólica, desenhava na obscuridade um zig-zag agitado… Depois… brilhou uma chama amarela e rápida, como um relâmpago… / – Acabam de tirar uma fotografia com magnésio, no seu gabinete, senhor ministro – murmurei… / – Depressa, Castro… Que me conduzam a terra… / Os dois partiram correndo, e eu sem sobretudo ou chapéu, fui atrás deles…» (O Segredo dos Reis de Portugal - excerto, 1924).

15AGO1785-08DEZ1859 - Thomas Penson De Quincey, aliás Thomas De Quincey: Escritor e intelectual inglês, autor de Confissões de Um Opiómano Inglês (1821) - «O simples entendimento, por muito útil e indispensável que possa ser, é a faculdade mais maligna no ser humano, aquela em que se deve confiar menos. E, no entanto, a grande maioria das pessoas não depende de nenhuma outra – o que pode servir na vida vulgar, mas não para os propósitos filosóficos.» (Knocking At the Gate In Macbeth - excerto, 1823).

15AGO1886-03MAR1971 - António Maria da Silva, aliás António Silva: Actor português (desde 1910) de teatro, cinema (a partir de Rainha Depois de Morta / Inês de Castro - 1910 de Carlos Santos), rádio e televisão (após 1961); realizador (1920); poeta e pintor; carreira no Brasil.

15AGO1897-24ABR1970 - Cassiano Viriato Branco, aliás Cassiano Branco: Arquitecto português - «Enquadrou a sua arquitectura na nossa atmosfera, no nosso ambiente, na nossa cultura, na nossa relação com o espaço e, inclusivamente, na nossa relação com o território» (Gonçalo Ribeiro Telles).

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

13OUT1927-15ABR2020 - Lee Konitz: Músico americano, compositor e saxofonista alto na área do jazz, aos estilos cool, bebop ou avant-garde, (nos anos de ‘1940-1950) ligado a Charlie Parker, Lennie Tristano, Stan Kenton e a Miles Davis (Birth of the Cool - editado em 1957), intérprete a solo de Subconscious-Lee (1955) ou de Lone-Lee (1974) - «É possível retirar o máximo de intensidade do acto de tocar e, ainda assim, relaxar».

16SET1936-16ABR2020 - Luiz Alfredo Garcia-Roza: Escritor brasileiro, ficcionista do género policial, criador do inspector Espinosa; ensaísta e psicanalista, formado em Filosofia e Psicologia, professor catedrático da Universidade Federal do Rio de Janeiro; autor de O Mal Radical Em Freud (1990), ou de O Silêncio da Chuva (1996) e de Achados e Perdidos (1998) - «Se eu mantenho os finais fechados, dou ao leitor aquilo que ele quer ler, que é o escritor fazendo o trabalho completo. Eu não quero satisfazer o leitor. É uma ilusão a gente achar que vai satisfazer alguém nessa vida» (2017).

04OUT1949-16ABR2020 - Luis Sepúlveda Calfucura, aliás Luis Sepúlveda: Escritor chileno, ficcionista e argumentista; jornalista e cineasta; activista político e ambiental; próximo de Salvador Allende, exilou-se em 1977, passou por Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Peru, Equador (em missão de estudo da UNESCO), Nicarágua (participando na Revolução Sandinista), foi correspondente em África (Angola, Moçambique), esteve na Índia, na China ou no Japão, viveu em Hamburgo (Alemanha, 1982), tendo-se fixado em Gijón / Astúrias (Espanha, 1997); autor de O Velho Que Lia Romances de Amor (1989) ou de História de Uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar (1996); distinguido com o Prémio Eduardo Lourenço (2016) - «Os seus livros são joias preciosas, marcados pela terra sul-americana que lhe deu origem, pela língua espanhola que lhe deu a plasticidade vigorosa da narrativa, e sobretudo pelo cunho de criador incomum, que lhe permite ser traduzido e amado em todas as línguas» (Lídia Jorge).

PASSA|TEMPO

Assírio & Alvim edita Aquele Grande Rio Eufrates de Ruy Belo (1933-1978). F|M.27