sábado, novembro 24, 2018

IMAGINÁRiO-Extra: Aurora Boreal e O Princípio Infinito – Livro Quatro [Apenas Livros]

O novo segmento de Aurora Boreal, criada por José de Matos-Cruz, corresponde ao 4º Universo da primeira série, O Princípio Infinito, e intitula-se A Mecânica Celeste. A edição, sob chancela Apenas Livros, será apresentada no próximo encontro da Tertúlia BD de Lisboa (na Casa do Alentejo), no dia 4 de Dezembro, a partir das 19h, onde igualmente estarão disponíveis para consulta e para aquisição os restantes #1, #2 e #3.

Explorando o universo criativo de uma Lisboa misteriosa e mágica, povoada por super-heróis e seres sobrenaturais, que fora revelada originalmente na saga d'O Infante Portugal, a enigmática Aurora Boreal prossegue, assim, as suas aventuras por novos mundos, e através de outras realidades e dimensões.

Aurora Boreal e O Princípio Infinito: Quarto Universo – A Mecânica Celeste é o último de quatro livros de cordel do ciclo inicial desta heroína, concebida por Susana Resende e com ilustrações suas, e dos artistas Daniel Maia, Teotónio Agostinho e Renato Abreu, que igualmente assina a capa e a contracapa desta edição culminante. O livro é completado por uma galeria de esboços e de desenhos adicionais, e um foto-painel da autoria de Renato Abreu, com texto de José de Matos-Cruz.


Aurora Boreal
Surgiu na saga d’O Infante Portugal, nascida de uma relação efémera
entre a soviética Oktobraia e o cósmico Malsão. Irradiando além das luzes
e das trevas, a sua aparência torna-se Presente, ao romper os ciclos da infância
e da realidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação…

A Mecânica Celeste
Odores pestilentos, sabores equívocos e ruídos estridentes...
Isto tudo misturado, invisível ao foco cintilante – que
desvenda os graus e degraus da realidade,
revela os perigos da volúpia humana, dispersa as trevas infinitas ou precárias.
Farol do Bugio. Garras astrais ou ancestrais ali o cravaram,
volúvel, como um caleidoscópio profundo e paradoxal.


Aurora Boreal e O Princípio Infinito
Quarto Universo: A Mecânica Celeste
(Apenas Livros)
Autor: José de Matos-Cruz
Ilustração: Renato Abreu,
Daniel Maia, Susana Resende e Teotónio Agostinho
BD: Renato Abreu (arte) + José de Matos-Cruz (texto)
1ª Edição: Novembro 2018
Prosa Ilustrada | 40p/PB | PVP: 4,10€

quinta-feira, novembro 22, 2018

IMAGINÁRiO #745

José de Matos-Cruz | 01 Março 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

EXPERIÊNCIAS
«Confesso que tenho ideias formadas sobre os quadradinhos, a sua importância como arte e expressão. Em minha opinião, não se trata de uma linguagem autónoma, se bem que raros criadores têm logrado uma obra incomparável, embora nem sempre reconhecida pelo público» - assim fala Max Cabanes, um dos mais prestigiados autores de banda desenhada, na expressão franco-belga. Revelado entre nós por Cabra Cega / Colin Maillard - galardoado em 1990 com o Grande Prémio no Festival de Angoulême -, Cabanes regressou com Paixões (1996), a partir de um insinuante e ousado argumento de Sylvie Brasquet.
A acção decorre em 1975, relatando as experiências de férias, em Inglaterra, da jovem Pascale, aluna do austero Colégio de St. Joseph. Sexo, religião, valores e preconceitos, revelações e libertinagem, contrastam-se numa narrativa insólita, irónica, entre o discurso convencional e a ilustração sem complexos. Em causa, o retrato simbólico e crítico de uma época em que a crise de mentalidades, por tempos de rotura e transição, representaria uma vivência determinante para o mundo presente. Afinal, como remataria Cabanes, «é preciso não ficarmos presos ao passado - as coisas evoluem e, com elas, nós próprios e as nossas expectativas».
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CALENDÁRiO

13JUL-16SET2018 - Em Coimbra, Museu Nacional de Machado de Castro expõe, em Tesouros Partilhados com Museu Nacional Grão Vasco, Virgem da Ternura - Ícones Russos do Legado Pereira da Gama.

18ABR-01SET2018 - Em Matosinhos, Casa do Design expõe Portugal Imaginário - Turismo, Propaganda e Poder (1910-1970), sendo curadores José Bártolo e Sara Pinheiro.
09AGO-22SET2018 - No Porto, Maus Hábitos apresenta no ciclo Caravana, promovido por Saco Azul, Eu Nunca Emergi / Emergir Para Afundar - exposição de pintura, fotografia, escultura e arte digital de Volkan Diyaroglu (Turquia).

1932-11AGO2018 - Vidiadhar Surajprasad Naipaul, aliás Vidia Naipaul, aliás V.S. Naipaul: Escritor e jornalista britânico, nascido em Trinidad, autor de The Mistic Masseur (1957), distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (2001) - «Eu sou a soma dos meus livros». IMAG.460

1947-13AGO2018 - Filipe Alberto do Paço d’Oliveira Mendes, aliás Filipe Mendes, aliás Phil Mendrix: Músico português de rock, compositor, instrumentista e vocalista, ligado a Os Chinchilas, Roxigénio ou Ena Pá 2000 - «Desde cedo considerado um virtuoso da guitarra eléctrica, e conhecido como o Jimi Hendrix português» (Luís Miguel Queirós).

1942-16AGO2018 - Aretha Louise Franklin, aliás Aretha Franklin, aliás the Queen of Soul: Cantora e pianista americana, compositora, empresária e produtora, intérprete de Respect (1967) - «Eu sou a minha música». IMAG.211

28SET2018 - Em Matosinhos, Casa da Arquitectura expõe Infinito Vão - 90 Anos de Arquitectura Brasileira, sendo curadores Fernando Serapião e Guilherme Wisnick.

COMENTÁRiO

Frédéric Chopin
A sua apresentação foi sempre nobre e bela; os seus tons cantados, ora num forte ora no mais suave piano. Teve de passar por infinitas dores, para ensinar aos pupilos o seu legato, o seu estilo cantabile de tocar. A sua crítica mais severa era: «Ele – ou ela – não sabe como combinar duas notas simultaneamente». Exigia, também, uma precisa adesão ao ritmo. Odiava tudo o que fosse vagaroso e demorado, como rubatos fora do lugar, ou exagerados andamentos… E é precisamente a esse respeito que as pessoas cometem os maiores erros, ao tocar as suas obras.
Friederike Muller

VISTORiA

As irmãs não se entregavam a grandes conversas. Agatha, loura, baixa e decidida, revoltava-se contra a atmosfera doméstica, contra a doutrina da outra face. Sobrevivia só no mundo, e estava a ponto de conquistar a sua independência. Insistia no valor dos juízos mundanos, das aparências, das maneiras, da situação social, coisas que Miriam desdenhava.
D.H. Lawrence
- Filhos e Amantes (1913 - excerto)

MEMÓRiA

MAR1360-1415 - Philippa of Lancaster, aliás D. Filipa de Lencastre, Rainha de Portugal: Princesa inglesa, filha do primeiro Duque de Lencastre, casou com El-Rei D. João I (1387), tendo fortalecido por laços familiares os acordos do Tratado de Aliança Luso-Britânica, que perdura até hoje. IMAG.43

01MAR40-104 - Marco Valério Marcial: Poeta hispano-latino - «O homem bom amplia o espaço da sua vida: poder usufruir da vida passada, é poder viver duas vezes». IMAG.495

01MAR1810-1849 - Fryderyk Franciszec, aliás Frédéric Chopin: Pianista polaco radicado em França, compositor do período romântico - «O meu desejo é que conseguisse eliminar todos os pensamentos que envenenam a minha felicidade, mas acabo por tirar uma espécie de prazer ao ser indulgente com eles».
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1885-02MAR1930 - David Herbert Lawrence, aliás D.H. Lawrence: Escritor inglês - «Come e embriaga-te com Baco, ou mastiga pão seco como Jesus, mas não fiques sentado sem um dos deuses». IMAG.50-58-280-401-530-593-656-669

02MAR1930-2018 - Thomas Kennerly Wolfe, aliás Tom Wolfe: Escritor e jornalista americano, ficcionista e ensaísta, autor de A Fogueira das Vaidades (1987) - «Provavelmente, o mais dotado escritor americano, pois consegue fazer mais coisas com palavras do que qualquer outro» (William F. Buckley). IMAG.120-729

03MAR1920-2011 - Ronald William Fordham Searle, aliás Ronald Searle: Ilustrador e cartoonista britânico, autor de St Trinian’s School (1948) - «Até ao fim, com um lápis e um pedaço de papel, continuou a desenhar tranquilamente, o que nos dá ideia da diferença de carácter entre ele e um ser humano comum» (Russell Branddon). IMAG.390

04MAR1810-1879 - José Feliciano de Castilho Barreto e Noronha, aliás Castilho José, aliás José Feliciano de Castilho - Escritor, bibliotecário e jornalista português, radicado no Brasil - «Em nome do progresso, que abrandou os nossos hábitos, da Constituição, cujo espírito suprime os escusados padecimentos corporais, da lei, que apagou em nossos códigos as manchas de sangue, apareça de novo uma lei de bronze, declarando o divertimento nacional dos touros impolítico, imoral, impossível». IMAG.698

05MAR1930-2011 - Jean Tabary: Ilustrador francês de banda desenhada, nascido na Suécia, criador de Iznogoud (1962, com René Goscinny) - «Je veux être calife à la place du calife!». IMAG.119-372

06MAR1930-2014 - Lorin Varencove Maazel, aliás Lorin Maazel: Maestro americano, violinista e compositor - «Um sobredotado - porque não dizê-lo: um génio, na pura acepção da palavra. Para ele, tudo vinha com facilidade, tudo absorvia, tudo dominava. Era brilhante» (B.M. - Diário de Notícias). IMAG.222-525



PARLATÓRiO

Frédéric Chopin
A sua aparência fazia lembrar algumas plantas de finos caules, que o menor contacto pode quebrar.
Franz Liszt

Ninguém encarna tão completamente a ligação entre os espirituais afro-americanos, os blues, o R&B e o rock’n’roll, o modo como a diversidade e o sofrimento se transformam em algo cheio de beleza, e vitalidade, e esperança.
Barack Obama

BREVIÁRiO

Dom Quixote edita Se Numa Noite de Inverno Um Viajante de Italo Calvino (1923-1985); tradução de José Colaço Barreiros.  
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Warner edita em CD, Hitchhiker de Neil Young. IMAG.101-157-254-339

Dom Quixote edita O Nosso Agente Em Havana de Graham Green (1904-1991); tradução de Ana Lourenço.
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EXTRAORDINÁRiO

OS SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico

A MELANCOLIA FIXA DO CONTROLADOR DE ONDAS - 10

Inquieto, extrovertido, Damião de Magalhães ia-se teimando de que apenas lhe prezaria um qualquer refúgio solitário. Agora, que recobrava em razão, de onde ousara por megalomania. Sem glória, encoberto, ante o dissoluto e o ouropel. Onde o céu levantara a névoa, dissipar-se-ia o seu fascínio. Quando o escorbuto não o vitimara, torturavam-no já os escrúpulos.
Continua
 

sábado, novembro 17, 2018

IMAGINÁRiO #744

José de Matos-Cruz | 24 Fevereiro 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

FATALIDADE
Ultrapassando a mera cinefilia sobre uma obra de culto, o fenómeno de Princesa Mononoke/Princess Mononoke estende-se às virtualidades duma apreensão ocidental sobre um filme genuinamente asiático, e em especial de características gráficas. Nos Estados Unidos, foi considerada a mais importante animação oriunda do Japão, até à data, permitindo ainda revelar Hayao Miyazaki, um realizador talentoso e sensível, com inspiração essencial no imaginário tradicional e popular do seu país.
Estreada em Tóquio em 1997, logrou o segundo maior sucesso comercial do ano. A Miramax decidiu recriar integralmente uma Versão Inglesa (1999), mantendo implícita fidelidade ao espírito original. Por sugestão de Quentin Tarantino, seu admirador, foi incumbido da supervisão Neil Gaiman, prestigiado escritor britânico de quadradinhos. Profundo conhecedor das mitologias universais, tal como repercute em The Sandman, Gaiman devotou-se a uma intensa pesquisa sobre o lendário nipónico, à época ritualizada por Princesa Mononoke. Em causa, a «floresta oriental do Século XVI», luxuriante e fantástica. Quando os domínios naturais são devastados pelo clã Tatara, o Grande Deus atribui extraordinários poderes às suas divindades, assim aparecendo criaturas medonhas, ilusórias. Por fatalidade, uma delas é morta pelo jovem Ashitaka, o último guerreiro do clã Emishi, em risco de extinção…
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CALENDÁRiO

07JUL-14OUT2018 - Museu Municipal de Tavira expõe, com Museu Calouste Gulbenkian / Colecção Moderna, Mulheres Modernas Na Obra de José de Almada Negreiros (1893-1970), sendo curadora Mariana Pinto dos Santos.
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24JUL-07OUT2018 - Museu Municipal de Caminha apresenta, com Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Quase Tudo o Que Sou Capaz - exposição de pintura, desenho e escultura (1961-1989) de Ângelo de Sousa (1938-2011), sendo curadora Paula Fernandes. IMAG.91-349-373-393-604

26JUL-22AGO2018 - Em Lisboa, Sociedade Nacional de Belas-Artes apresenta, na Galeria Pintor Fernando Azevedo, O Espaço Onde Todos Cabem - exposição de pintura de Ana Ruepp.

1923-01AGO2018 - Maria Celeste Rebordão Rodrigues, aliás Celeste Rodrigues: Fadista portuguesa, irmã de Amália Rodrigues - «Nunca se meteu na minha carreira artística, felizmente. Se não, eu tinha desistido. Canto à minha maneira, canto as minhas cantiguinhas. Como eu sinto. Nunca a imitei. Tentei fugir à maneira de ela cantar… Há tantos alfaiates. Eu não tinha de ser como ela».

07AGO-04SET2018 - Em Lisboa, Instituto Cultural Romeno expõe Manifesto de Mihai Ţopescu (Roménia).

PARLATÓRiO

Sermões
A escolha é obra da graça, como diz o Apóstolo: «No tempo presente subsiste um resto, por causa da escolha da graça». E acrescenta: «Se isto foi pela graça, não foi pelas obras; de outra sorte, a graça já não seria graça».
Ouve-me, ó ingrato, ouve-me! «Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi». Não tens razão para dizer: fui escolhido porque já acreditava. Se acreditavas nele, já o tinhas escolhido. Mas ouve: «Não fostes vós que me escolhestes». Não tens razão para dizer: antes de acreditar, já realizava boas acções, e por isso fui escolhido. Se o Apóstolo diz: «O que não procede da fé é pecado», que obras boas podem existir anteriores à fé? Ao ouvir dizer: «Não fostes vós que me escolhestes», que devemos pensar? Que éramos maus e fomos escolhidos para nos tornarmos bons, pela graça de quem nos escolheu. A graça não teria razão de ser, se os méritos a precedessem. Mas a graça é graça. Não encontrou méritos, foi a causa dos méritos. Vede, caríssimos, como o Senhor não escolhe os bons, mas escolhe para fazer bons.
«Eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça».
Santo Agostinho
- Comentários ao Evangelho de São João

PARLATÓRiO

Quando eu era mais jovem, a arte era uma coisa solitária. Sem galerias, nenhum coleccionador, nenhum crítico. Nenhum dinheiro. Entretanto, foi uma época de ouro. Pois não tínhamos nada a perder, e sim um sonho para realizar. Hoje, não é a mesma coisa. É uma época de muita conversa, de actividade, de consumismo. O que é melhor para a sociedade como um todo, não me aventuro a conjecturar. Mas eu sei que muitos dos que são induzidos neste tipo de vida estão, desesperadamente, em busca daqueles momentos de tranquilidade, nos quais nos podemos refazer e crescer. Devemos todos ter esperança de encontrá-los.
Mark Rothko
ANUÁRiO

354-430 - Aurélio Agostinho, dito de Hipona, aliás Santo Agostinho: Escritor, filósofo, teólogo e bispo latino - «A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação ensina-nos a não aceitar as coisas como estão; a coragem, esclarece-nos sobre o modo de as mudar». IMAG.19-34-116-227-282-481

MEMÓRiA

FEV1630-1684 - Josefa de Ayala Cabrera Figueira, aliás Josefa de Óbidos: Pintora portuguesa barroca, nascida em Espanha e consagrada pelos trabalhos de inspiração religiosa e pelas naturezas-mortas; raro exemplo de mulher que, à sua época, exercia o ofício, assinava e datava os seus quadros - que «traduzem a decepção de quem esperava muito mais e não achou… Não tivesse a artista tanto nome e os pareceres dos críticos seriam mais benévolos, pois sua pintura, embora sem nada excepcional, possui relativo interesse» (Fernando de Pamplona). IMAG.264-475-567

1903-25FEV1970 - Markus Rothkowitz, aliás Mark Rothko: Pintor russo, naturalizado americano - «Um quadro ganha vida, na presença do espectador que for sensível, e cuja consciência lhe atribui uma outra dimensão e amplitude». IMAG.269-436

29FEV1920-2016 - Simone Renée Roussel, aliás Michèle Morgan: Actriz francesa de teatro, cinema e televisão - «Espanta-me como os seus olhos se podem tornar duros, a sua boca insolente e a sua voz cruel» (Robert Chazal - 1957). IMAG.655

BREVIÁRiO

Dom Quixote edita Manuel Maria Barbosa du Bocage [1765-1805] - Antologia de Poesia Erótica; organização de Fernando Pinto do Amaral.
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GALERiA

Mulheres Modernas
A exposição Mulheres Modernas Na Obra de José de Almada Negreiros reúne 55 desenhos e pinturas – a maioria pertencente ao acervo da Colecção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian –, assim como excertos da obra literária do artista e textos publicados nos jornais e revistas da época.
A mulher moderna emancipada está presente na produção artística de Almada: na moda dos anos vinte ou através da representação de mulheres fumadoras, sedutoras, rebeldes, artistas, cantoras, bailarinas, atrizes, desportistas ou acrobatas. No entanto, ainda subiste o olhar masculino e voyeur que dominou a história da arte, tornou o corpo feminino em objeto e fez dele parte substancial da sua tradição.
A figuração feminina enquanto força de trabalho também é evocada através da representação de mulheres do mar, cuja expressão endurecida e sofrida anuncia preocupações realistas, presentes na obra plástica de Almada dos anos trinta.

Manifesto

Ao longo de 2017, Mihai Ţopescu desenvolveu, na localidade de Poienari, Roménia, um projecto de land art intitulado Paradise Forest, e que constou da coloração de uma floresta para que o espetador se deparasse com um espetáculo inédito, que fizesse soar um sinal de alarme em relação à poluição ambiental, desmatamento e necessidade de proteger a natureza.
«A floresta está encarnada! O artista enche-nos com todos os seus sentimentos, enquanto a natureza, a partir da qual Mihai Ţopescu cria a sua realidade, nos chama para o seu templo. Aqui, no templo cheio de colunas coloridas, subimos no silêncio de um dia de descanso imaculado», comentou o crítico Adrian Buga.
O projeto de land art foi transposto para uma escultura-objeto-instalação, em jeito de Manifesto.
Segundo Mihai Țopescu, «é uma luta pessoal com os meus semelhantes. Pretendo fazê-los perceber que, mal pomos o pé num sítio, destruímo-lo. Enquanto artista, não posso sair à rua e manifestar-me de uma forma clássica, mas tento fazê-lo através de símbolos».

EXTRAORDINÁRiO

OS SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico

A MELANCOLIA FIXA DO CONTROLADOR DE ONDAS - 9

Ali, Damião de Magalhães foi então surpreendido por uma populaça que, aos morras e vivas, se acotovelava entre a língua das águas e uma edificação monumental. O efémero e o eterno. Do morro descampado, em transe, que um dia ele conhecera, mantinha-se apenas uma porção de ervas e árvores, posta à qual aquela turba humana pudesse restituir um frémito providencial.
Continua
 

domingo, novembro 11, 2018

IMAGINÁRiO #743

José de Matos-Cruz | 16 Fevereiro 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

OUSADIAS
Uma das mais fascinantes e talentosas duplas artísticas, na banda desenhada de expressão europeia, Schuiten & Peeters formam uma parceria quase mítica pela singular e deslumbrante obra publicada. Sob original chancela Casterman, Memórias do Eterno Presente (1993), do ciclo Les Cités Obscures, propõe uma variação sobre o universo do filme Taxandria de Raoul Servais, do qual Benoît Peeters foi co-argumentista, sendo a concepção gráfica de François Schuiten. Estamos no País do Eterno Presente, seguindo a passagem de Aimé - um miúdo libertário, como sempre atrasado de manhã, ao ir para a escola - pelas ruas e edifícios dessa fantástica metrópole, solitária e arruinada. Uma história que Aimé nos revela, curioso e ousado, enquanto protagoniza um futuro virtual… Com uma alternativa titular em Memórias do Eterno Retorno, eis a prodigiosa arquitectura do imaginário - plena de referências irónicas e alegóricas, pela magistral recriação de Schuiten & Peeters. Segundo este, «a partir da banda desenhada, podemos referenciar outras famílias de imagem. Desde logo, há uma relação privilegiada com os filmes clássicos». IMAG.215-248-269-400-444-520-532


CALENDÁRiO

18ABR1918-19JUL2018- Shinobu Hashimoto: Cineasta japonês, realizador e produtor, argumentista (de Akira Kurosawa: Às Portas do Inferno/Rashomon - 1950 e Os Sete Samurais/Shichinin no Samurai - 1954) - «A mera partilha de argumentos não gera clássicos ou obras-primas, mas evita certas incongruências, que não escapam ao cuidado de vários olhares» (2006).

13JUL-06OUT2018 - Em Braga, Gnration apresenta All the Way Down - instalação de Matthew Biederman (EUA), integrada no programa Scale Travels, em parceria com o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia/LIN.

20JUL-23SET2018 - Em Lisboa, Galeria da Boavista apresenta Pálpembrana - exposição de escultura, instalação e filme de Alice dos Reis, sendo curadores Sara Antónia Matos e Pedro Faro.

23JUL-30SET2018 - Em Matosinhos, Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões apresenta A Conspiração das Formas - exposição colectiva / selecção de Obras da Colecção de Serralves, sendo curadora Gabriela Vaz-Pinheiro.

26JUL2018-31DEZ2019 - Em Lisboa, Museu Nacional de História Natural e da Ciência apresenta Moranças | Habitats Tradicionais da Guiné-Bissau - exposição de fotografia e desenho (1959-1960) de Fernando Schiappa Campos, António Saragga Seabra e Amadeu de Castilho Soares, sendo curadores Catarina Mateus e João Santos.

27JUL-14SET2018 - Em Lisboa, Galeria Abysmo apresenta Ilustração Portuguesa - exposição colectiva de trabalhos publicados em 2017-2018.

06-09SET2018 - Passeio Marítimo de Algés apresenta a quinta edição de Comic Con Portugal - megaevento cultural promovido por City Conventions in the Yard, incluindo cinema, televisão, banda desenhada, literatura, o mundo do cosplay, gaming, new media, música, Pop Asia e expositores. IMAG.544-596-707-Extra

SUMÁRiO

Marcos Portugal
Aos nove anos, Marcos António da Fonseca Portugal ingressou no Seminário da Patriarcal de Lisboa, onde estudou com João de Sousa Carvalho.
Viveu oito anos em Itália, de Setembro de 1792 até 1800. Aí estreou pelo menos 21 óperas, a maior parte delas bufas, com um sucesso sem precedentes, e milhares de representações.
No Rio de Janeiro, juntou-se à coroa real portuguesa, por vontade expressa de D. João VI. Chega ali em 1811, compondo sobretudo música sacra.
Com a saúde debilitada, não acompanhou a corte no regresso a Lisboa. Compôs um Hino da Independência do Brasil, cantado durante dezenas de anos.
Morreu a 17 de Fevereiro de 1830, no Rio de Janeiro, aos 67 anos. Tinha nascido em Lisboa, a 24 de Março de 1762.
30MAR2013 - Diário de Notícias

VISTORiA

A Despedida

Três modos de despedida
Tem o meu bem para mim:
- «Até logo»; «até à vista»;
Ou «adeus» – É sempre assim.

«Adeus», é lindo, mas triste;
«Adeus»… A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.

«Até logo», é já mais doce;
Tem distancia e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.

Vale mais «até à vista»,
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.

Três modos de despedida
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.
António Correia de Oliveira

MEMÓRiA

16FEV1850-1911 - Maximiliano Eugénio de Azevedo, aliás Maximiliano d’Azevedo: - Escritor e jornalista, militar português, autor de Histórias das Ilhas - Reminiscências dos Açores e da Madeira (1909) - durante mais de dez anos, coadjuvou Latino Coelho na preparação dos materiais para a história política e militar de Portugal nos fins do Século XVIII e princípios do Século XIX.

1762-17FEV1830 - Marcos António da Fonseca Portugal, aliás Marcos Portugal: Compositor português, e organista celebrado de música erudita, com carreira e sucesso internacional - em 1792, partiu para Itália, graças à protecção do príncipe regente e futuro Rei D. João VI; em 1801, a sua ópera Non Irritare le Donne foi seleccionada para reabrir o Teatro Italiano de Paris. IMAG.169-270-303-364

17FEV1930-2015 - Ruth Barbara Rendell, aliás Ruth Rendell: Escritora inglesa de romances policiais, criadora do Inspector Reginald Wexford - «Uma observadora elegante e perspicaz da sociedade, muitos dos seus premiados thrillers e mistérios psicológicos de crime sublinharam as causas ela apoiava» (Gail Rebuck). IMAG.224-227-296-567

17FEV1940-1993 - Nelson Dias: Artista plástico português, ilustrador de Wanya - Escala Em Orongo (1972) - «A violência que perpassa é sempre contada em flashback, como recordação - tanto do que vitimou Orongo, como do que ocorreu na Terra, antes de ter superado uma atávica inclinação guerreira». IMAG.166-173-178-263-385-404-551

1878-20FEV1960 - António Correia de Oliveira: Poeta português - «Cristão, um trovador e um cavalheiro. Cantou, como os maiores, o sentimento do Povo, o encanto da Terra e a fascinação do Céu» (Caldeira Coelho). IMAG.668-699

22FEV1900-1983 - Luís Buñuel Portolés, aliás Luís Buñuel: Cineasta espanhol - «A nossa memória é nossa consciência, a nossa razão, a nossa acção, o nosso sentimento… Sem ela, somos nada. A imaginação é o nosso primeiro privilégio, tão inexplicável como o fenómeno que a provoca».  
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TRAJECTÓRiA

NELSON DIAS
Nasceu em Matosinhos, a 17 de Fevereiro de 1940. Concluiu o Curso Superior de Pintura em 1964, na Escola Superior de Belas Artes do Porto/FBA-UP. Realizou a sua primeira exposição individual na Galeria Quadrante/Lisboa, em 1968. Nos anos que se seguiram, realizou várias encomendas para tapeçaria e, no campo da pintura, efectuou intensa pesquisa numa linguagem pop, que nunca veio a público. Em 1972, publicou o álbum de banda desenhada Wanya, Escala Em Orongo, com texto de Augusto Mota. Em 1973, estes mesmos artistas concretizaram Copra, a Flor da Memória.

Durante a sua carreira, Nelson Dias participou em inúmeras exposições colectivas, em Portugal e no estrangeiro, e realizou várias exposições individuais, de que se destacam as últimas: 1989 - Anamnésias (Galeria São Francisco - Lisboa), 1990 - Metamorfoses (Galeria AlfaMixta - Lisboa), 1991- Géneses (Galeria Espiral - Oeiras). Está representado no Museu Armindo Teixeira Lopes, no museu Bello Pinero na Corunha/Espanha, no Museu da Caixa Geral de Depósitos e em inúmeras colecções particulares. À data do seu falecimento, em 26 de Janeiro de 1993, fazia parte integrante, como Professor Agregado, do corpo docente da FBA-UL, onde exercia docência desde 1982.
Foi distinguido com o 1º Prémio na Bienal de Desenho da Cooperativa Árvore (Porto, 1985), o 2º Prémio no Concurso Internacional de Desenho Perez Villaamil (Corunha/Espanha, 1988), o 1º Prémio de Desenho na III Bienal de Escultura e Desenho das Caldas da Rainha (1991), e o 1º Prémio de Pintura no V Concurso Internacional de Pintura de Freiburg (Alemanha, 1992).

BREVIÁRiO

Dom Quixote edita Vida e Obra de Fernando Pessoa (1888-1935) de João Gaspar Simões (1903-1987).
IMAG.26-28-64-82-130-131-157-182-187-196-207-211-236-264-323-326-330-333-343-347-376-382-384-385-395-399-403-404-417-426-433-450-460-467-491-507-509-524-540-551-556-561-576-593-596-604-605-612-613-617-622-632-638-640-645-662-663-687-691-712-716-733

Dom Quixote edita Isto Não Pode Acontecer Aqui de Sinclair Lewis (1885-1951); tradução de José Roberto.

EXTRAORDINÁRiO

OS SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico

A MELANCOLIA FIXA DO CONTROLADOR DE ONDAS - 8

E no entanto, o fantasmagórico Damião de Magalhães atravessara já Cascais, espantado e escorraçado com os sinais dos tempos, prosseguindo um erradio litoral para as bandas de Lisboa. Estava, afinal, com o sol em ocaso, nesse cúmulo telúrico que lhe havia sido familiar, Belém, onde e quando se tornava ilíquida a fusão de marés, entre Tejo e Atlântico.
Continua