segunda-feira, agosto 30, 2021

Extra: AURORA BOREAL em QUADRADINHOS [11]

Os destaques Aurora Boreal em Quadradinhos apresentam hoje uma breve entrevista ao escritor José de Matos-Cruz, o criador das personagens e do mundo ficcional em causa, e também editor independente através do selo editoral Kafre. Como assistente editorial do novo projecto de BD, que figura a titular Aurora Boreal, tive oportunidade de abordar o autor sobre esta nova aventura criativa.


Caro José, este ano preparas-te para concluir a saga editorial da tua heroína Aurora Boreal através da antologia em banda desenhada 
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, que foi anunciada no final do ano passado. Para quem não acompanhou a edição dos três ciclos em formato de livro-de-cordel, publicados pela Apenas Livros entre 2017 e 2020 (O Princípio InfinitoO Eterno Paradoxo, e O Círculo Imperfeito), como lhes descreverias a personagem?


JMC.
 Aurora Boreal é uma personalidade essencialmente fantástica, como deriva das suas próprias origens desvendadas - tendo nascido de uma relação efémera e sensual entre Oktobraia, uma heroína soviética exilada em Lisboa, e o Malsão, um portento cósmico que avassala o marasmo lusitano. Ou, definindo-a por outra natureza mágica, ora etérea ora onírica, em prodígios e motivações, eis um fenómeno que, quando se torna Presente, transfigura distintas vivências e virtualidades…


A Aurora Boreal, que simultaneamente é herdeira e encerra a linhagem de paladinos lusitanos, onde a precedem O Infante Portugal e Condestável Lusitano, propiciou mudanças no teu universo ficcional, tanto a nível narrativo como em estilo de escrita. Como observas a evolução da tua expressão literária ao longo destas duas sagas?

JMC. Após experiência tão gratificante com a trilogia d’O Infante Portugal, em que os artistas foram convidados a ilustrarem as personagens e situações relatadas, optei por explorar o tríptico de Aurora Boreal segundo uma formulação inversa: propondo aos criadores a concepção de um universo próprio, conforme aos seus estímulos e preferências, a partir do qual desencadeei todo o processo narrativo. Noutra perspectiva, sim, Aurora Boreal culmina uma linhagem de paladinos liderada pel’O Infante Portugal e pelo Condestável Lusitano - mas, na sua irradiação eventual, tende a contrariar uma assunção dessa mesma herança heróica!

Tal como com O Infante Portugal, que viu publicada a sua adaptação para banda desenhada n’
O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017), celebrando assim o décimo aniversário da edição do primeiro livro, As Tramóias Capitais (2007), pela Apenas Livros, esta Aurora Boreal em Reflexos Partilhados vai marcar também dez anos desde que criaste a personagem, em 2011, nas páginas d'As Sombras Mutantes. Que importância tem para ti que estes heróis integrem, também, o panteão de personagens originais da BD portuguesa?

JMC. Assim sendo, eis, para mim, um enorme privilégio e a plena satisfação de uma expectativa primordial - pois, tendo concebido a saga d’O Infante Portugal com uma projecção romanesca / ilustrada, e a série de Aurora Boreal por uma interacção imaginada / literária, as motivações visual e gráfica logo de princípio estiveram patentes no contexto e no decurso das respectivas manifestações, em alusão e convergência artística com a banda desenhada… Como sabes, uma das minhas paixões, desde sempre!


Que memórias guardas com especial agrado dos trabalhos logrados até aqui, nestes projectos autorais?


JMC.
 Para mim, vem sendo uma experiência muito enriquecedora, tanto a nível pessoal, e criativo, como nas relações com os artistas, consolidadas ou, entretanto, iniciadas sob os auspícios da banda desenhada… As propostas de cada um dos autores, com estilos e sensibilidades tão singulares, até por vezes contrastantes, suscitam-me um manancial de inspiração amplo e surpreendente.

 
Enquanto que Universos Reunidos - premiado com o XV Troféu Central Comics para Melhor Obra Curta, em 2018 - foi uma aventura isolada, introdutória ao teu mundo ficcional, e que fez ligação entre o tríptico d'O Infante Portugal e a então iminente saga da Aurora Boreal, Reflexos Partilhados opta por um formato de antologia. A que se deve a mudança?

JMC.
 Foram várias as circunstâncias e as alternativas… Por um lado, havia já um conjunto significativo de bandas desenhadas curtas, apresentadas em galeria, ao longo dos três ciclos de Aurora Boreal editados como livros-de-cordel. Surgiu, assim, o ensejo de uma colectânea que, simultaneamente, revelasse outras obras inéditas ou especificamente delineadas para antologia. Por outro lado, a própria Aurora Boreal é uma heroína versátil, com múltiplas facetas e potencialidades, rompendo os ciclos da idade e da realidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação.


Na antologia, contas com vários artistas nacionais, tanto colaboradores recorrentes assim como estreantes no teu projecto, e que tens vindo a apresentar em destaques no teu blogue; quem são eles?

JMC. Aurora Boreal em Reflexos Partilhados reúne Daniel Maia, José Ruy, Renato Abreu e Susana Resende, que assinam diversas bandas desenhadas já divulgadas ou originais, surgindo pela primeira vez João Raz, José Macedo Bandeira e Nuno Dias, que também trazem contributos muito relevantes e peculiares.


Como tem sido a experiência de ver surgirem novas aventuras da tua heroína, em formato de BD? Como tem resultado o processo criativo?


JMC.
 Salientando, em geral, todo o meu apreço por esta aventura tão aliciante, gostaria de reafirmar que, em Reflexos Partilhados, se tornou implícita uma mais simbólica ênfase de reinvenção, para tal desafiando cada artista a concretizar uma abordagem que lhe parecesse propícia às suas expectativas criativas, através de uma aliança simultaneamente lúdica e complementar… Em alguns casos, colaborei no argumento. Outras obras são inteiramente autónomas, ou evidenciam diversas personagens dos universos de Aurora Boreal e d’O Infante Portugal.


Embora o público actual te conheça mais recentemente das publicações com a Apenas Livros, ou de presenças e mostras em eventos do sector bedéfilo, o teu percurso na área é paralelo ao raiar da edição de BD no país, tendo tu contribuído para a comunidade via promoção de exposições, apreciações literárias, organização de fanzines… Percorridas várias décadas no sector da BD portuguesa, que percepção tens do estado actual do mercado e do futuro possível para a nossa arte sequencial?


JMC.
 Parece-me que, da realização à acessibilidade, a BD portuguesa está polivalente, fecunda e vibrante, move-se entre várias plataformas e tecnologias, aliás seguindo a estratégia global de circunstâncias e oportunidades actuais. Pessoalmente, continuo a considerar e a preferir - como estágio último e mais estimulante - a edição em papel, com livros, álbuns e revistas que nos deslumbram estantes e bibliotecas.



Sabendo que, como diz o ditado popular, "não há duas sem três," que planos tens para desenvolver o teu universo mágico lusitano, habitado por personagens como a Aurora Boreal, O Infante Portugal, Condestável Lusitano, Oktobraia, Vulcão e tantos outros?


JMC.
 Consumados estes Reflexos Partilhados, dos quais Universos Reunidos - que nós produzimos juntos - foram um testemunho de referência, dedico-me agora a recriar As Crónicas do Livro Livre, a partir de um artefacto volúvel, intemporal, que o Condestável Lusitano confiou ao resguardo d’O Infante Portugal… E, uma vez mais, reencontro-me nas tuas visões e sugestões! Para além da minha admiração pelo artista talentoso e cativante, estimado Daniel, quero - afinal - realçar, em gratidão e regozijo, os teus contínuos apoio e incentivo, de que, doravante, espero continuar a usufruir!


segunda-feira, agosto 23, 2021

FUNDA|MENTAL 108

José de Matos-Cruz | 16 Novembro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

17NOV1925-14JUL2010 - Alan Charles Maclaurin Mackerras, aliás Charles Mackerras: Músico australiano, nascido nos EUA - «Nos últimos sessenta anos, a sua importância como maestro foi enorme, no desenvolvimento da execução musical. Era uma força da natureza, um verdadeiro artista do palco, que honrou o talento dos compositores com elegância, expressão e entusiasmo» (Antonio Pappano).

17NOV1928-22OUT2005 - Armand Pierre Fernandez, aliás Arman: Artista francês, cofundador do grupo Nouveau Réalisme (1960), e naturalizado americano (1973); pintor e escultor, autor de Music Accumulation (1971) ou de Eros, Inside Eros (1986) - «O ser humano retrata-se a si mesmo, revela o seu tempo, a sua ansiedade, os seus gritos, as suas lágrimas e as suas gargalhadas».

20NOV1926-09JAN2006 - Artur Manuel Monteiro Ramos, aliás Artur Ramos: Realizador português de cinema e televisão (ficcionista e documentarista), montador, encenador e actor, escritor e tradutor, crítico teatral e professor. F|M.87-88

21NOV1898-28SET1962 - Bernardo Loureiro Marques, aliás Bernardo Marques: Artista plástico português, pintor e desenhador, humorista e caricaturista, ilustrador e gráfico; autor de banda desenhada; cenarista e decorador de cinema - «Os gestos do início, inseguros, sem peso, aqui e ali postos como armadilhas de imagens que em breve se precisam com outros, muitos, sobrepostos, cruzados, ora sustidos como uma respiração súbita, ora desencadeados com uma certeza imediata. Por eles passam a luz e a sombra, e o corpo das coisas é deles feito» (Fernando de Azevedo). F|M.94

23NOV1608-24AGO1666 - D. Francisco Manuel de Mello: Escritor português, de origem nobre, militar e político («Os príncipes e o fogo querem-se tratados de longe, porque per­to queimam, enquanto que longe alumiam»); ficcionista e poeta, pedagogo e moralista, historiador e dramaturgo, epistólogo e ensaísta, expoente do estilo barroco - «Guarde-se o discreto de contar a sua mulher as histórias passadas de seus amores e de sua mocidade. Casam assim dois males: darem a conhecer às mulheres a fraqueza de seu natural e entenderem como há outras pelo mundo que se deixam enganar facilmente.» (Carta de Guia de Casados - excerto, 1651).

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

18JUN-07NOV2021 - No Porto, Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta Terçolho - exposição de fotografia, filme, escultura e instalação de João Maria Gusmão e Pedro Paiva, sendo curadores Marta Moreira de Almeida e Philippe Vergne, e coordenadora Filipa Loureiro. F|M.106

22JUN-14NOV2021 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado expõe, na Galeria Millennium BCP, O Caminho Para a Luz | Porque Passa Pela Luz - uma selecção de obras de arte moderna e contemporânea, sendo curador João Biscainho.

01JUL2021 - NOS Audiovisuais estreia O Último Banho (2020) de David Bonneville; com Anabela Moreira e Martim Canavarro.

02JUL-02OUT2021 - Em Lisboa, Museu do Oriente expõe Histórias de Um Império – Colecção Távora Sequeira Pinto, sendo comissário Nuno Vassallo e Silva.

03JUL-10OUT2021 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Room 1008: The Last Days - exposição de fotografia e vídeo de Rita Barros, sendo curadora Luísa Soares de Oliveira.

ALGO|RITMO

Saguão edita A Balada de Amor e Morte do Porta-Estandarte Christoph Rilke de Rainer Maria Rilke (1875-1926); tradução de Bruno C. Duarte.

Snob edita O Livro da Pobreza e da Morte de Rainer Maria Rilke (1875-1926); tradução de Ana Diogo e Rui Caeiro.

Relógio D’Água edita A Casa Assombrada e Outros Contos de Virginia Woolf (1882-1941); tradução de Miguel Serras Pereira.

Cavalo de Ferro edita Orlando de Virginia Woolf (1882-1941); tradução de Miguel Romeira.

PASSA|TEMPO


Universal edita em CD,
Voz e Violão de António Zambujo.

sábado, agosto 21, 2021

FUNDA|MENTAL 107

José de Matos-Cruz | 1 Novembro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

09NOV1818-03SET1883 - Ivan Sergueievitch Turgéniev, aliás Ivan Turgueniev: Escritor russo, ficcionista e poeta, dramaturgo e tradutor - «Sem autenticidade, sem educação, sem liberdade no seu significado mais amplo – na relação consigo mesmo, com as próprias ideias pré-concebidas, até mesmo com o próprio povo e com a própria história – não se pode imaginar um artista verdadeiro; sem este ar, não é possível respirar.» (A Propósito de Pais e Filhos - excerto, 1862).

10NOV1668-11SET1733 - François Couperin: Compositor francês do período barroco, cravista e organiste du Roi (1693 - título conferido por Louis XIV, le Roi Soleil) nascido na região de Brie, autor de L’Art de Toucher le Clavecin (1716), criador de Concerts Royaux (1722) - «Era o músico poeta par excellence… Acreditava na habilidade de a Música (com M maiúsculo) se expressar em sa prose et ses vers» (Jordi Savall).

11NOV1928-15MAI2012 - Carlos Fuentes Macías, aliás Carlos Fuentes: Escritor nascido no Panamá, de ascendência e naturalizado mexicano (1944), professor universitário (EUA - Harvard, Princeton; RU - Cambridge) e diplomata (França); ficcionista (1985 - Velho Gringo) e ensaísta (1992 - O Espelho Enterrado), distinguido com o Prémio Cervantes (1987) - «Chegou a altura de percebermos que os filhos, vivos ou mortos, felizes ou infortunados, activos ou passivos, têm o que o pai não tem. São mais do que o pai e mais do que eles próprios. Os nossos filhos são os fantasmas da nossa descendência. O filho é o pai do homem».

15NOV1923-07MAR2015 - Maria de Lourdes Dias da Costa, aliás Bárbara Virgínia: Actriz e cineasta portuguesa, argumentista, cantora de ópera e declamadora, bailarina, intérprete radiofónica, radicada no Brasil.F|M.34

ÁGUA|FORTE


(1946)

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

18MAI-30SET2021 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado expõe Olhares Modernos – O Retrato Em Pintura, Escultura, Desenho (1910-1950), sendo curadora Maria de Aires Silveira.

16JUN-17OUT2021 - Em Lisboa, Museu Colecção Berardo apresenta Seja Dia ou Seja Noite Pouco Importa - exposição de pintura, desenho e fotografia de Pedro Calapez e André Gomes. F|M.83

17JUN2021 - The Stone and the Plot estreia O Movimento das Coisas (1985) de Manuela Serra; documentário sobre uma aldeia do Norte de Portugal, Lanheses - a vida e os hábitos.

25JAN1940-20JUN2021 - Ricardo António Fernandes Costa, aliás Ricardo Costa: Cineasta português; realizador, argumentista e produtor (Diafilme, RC Filmes); documentarista (séries Mar Limiar - 1975-1977, ou O Homem Montanhês - 1979-1982), ficcionista (Verde Por Fora, Vermelho Por Dentro - 1980, ou série Longes - 2003-2017); professor, pedagogo e ensaísta - «A percepção visual é a faculdade que os olhos têm de nos dar a perceber o mundo por intermédio da luz. Ao agir sobre a retina, a luz cria nela uma imagem, o ponto de partida do processo que nos permite ver. No entanto, a maneira como vemos as coisas é bem mais que isso…» (Pelo Desejo de Ver - excerto, in Os Olhos da Ideia - s/d). F|M.61

24JUN-26SET2021 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga / MNAA apresenta Vi o Reino Renovar. Arte No Tempo de D. Manuel (1469-1521) - exposição de pintura, escultura, ourivesaria, iluminura e obra impressa, sendo curadores Joaquim Caetano, Rosa Azevedo e Rui Loureiro.

INTER|MÉDIO

Bertrand edita Os Testamentos de Margaret Atwood; tradução de Sofia Ribeiro. F|M.26

Elsinore edita A Odisseia de Penélope de Margaret Atwood; tradução de Paula Reis. F|M.26

PASSA|TEMPO

Casa do Cinema / Serralves edita Ditos e Escritos de Manoel de Oliveira (1908-2015). F|M.10-52-58-63-70-75-87-91

quarta-feira, agosto 18, 2021

FUNDA|MENTAL 106

José de Matos-Cruz | 1 Novembro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

01NOV1645-24DEZ1708 - Tomás Pereira, aliás Xu Risheng: Missionário jesuíta português, diplomata e inventor, matemático e músico, engenheiro e arquitecto, geógrafo e astrónomo, estudioso do budismo Chen e da língua chinesa, mandarim e professor de música ocidental do imperador Kangxi - Os seus escritos «permitem avançar no estudo científico e na divulgação desta figura nuclear nas relações luso-chinesas dos finais do Século XVII e inícios do Século XVIII» (Luís Filipe Barreto).

01NOV1936-01NOV2010 - Carlos Augusto Lopes Amado dos Santos, aliás Carlos Amado: Escultor português, cenógrafo, professor da Faculdade de Belas Artes de Lisboa - «Um artista e uma personalidade humana de uma disponibilidade afectiva singular, que procurou conciliar uma tradição clássica do renascimento italiano com a modernidade que se verificou no início do Século XX, tendo acompanhado de perto o percurso de artistas e intelectuais de várias gerações» (António Valdemar).


05NOV1943-27JUL2017 - Samuel Shepard Rogers III, aliás Sam Shepard: Escritor e artista americano; dramaturgo (logo

Cowboys - 1964, ou La Turista - 1967), argumentista (coautor de Deserto de Almas / Zabriskie Point - 1970 de Michelangelo Antonioni) e ficcionista (até Espião Na Primeira Pessoa - 2017); actor de cinema (como Dias do Paraíso / Days of Heaven - 1978 de Terrence Mallick, Os Eleitos / The Right Stuff - 1983 de Philip Kaufman ou Estrela Solitária / Don’t Come Knocking - 2005 de Wim Wenders) e realizador (assim Silent Tongue - 1994) - «Um dos primeiros, mais importantes e influentes escritores do movimento Off Broadway, especializado em captar os lados mais negros da vida americana em família» (Sopan Deb - The New York Times). F|M.20

07NOV1926-10OUT2010 - Joan Alston Sutherland, aliás Joan Sutherland, aliás La Stupenda: Soprano australiana, intérprete consagrada de Gaetano Donizetti - «Uma das gigantes do canto operático no Século XX, uma daquelas cantoras que definem uma era e que, de algum modo, mudaram o curso da história da performance operática» (Bernardo Mariano).

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

08MAI--17JUL2021 - Em Setúbal, Galeria Municipal do 11 apresenta Uma Família de Artistas No Século XX Em Portugal - exposição de desenho e pintura de Mário Eloy (1900-1951) e Mário Eloy filho (1929-1977), e fotografia de Sérgio Eloy (1959-2004).

15MAI-01AGO2021 - No Porto, Museu Nacional de Soares dos Reis apresenta José Régio: [Re]Visitações à Torre de Marfim - exposição de desenhos e cadernos manuscritos do escritor e artista (1901-1969), sendo curador Rui Maia. F|M.4-97

26MAI-27AGO2021 - Em Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal / BNP apresenta Velocidade de Cruzeiro - exposição de desenho de Cruzeiro Seixas (1920-2020), sendo curador Bernardo Pinto de Almeida. F|M.38-77

02JUN-10OUT2021 - No Porto, Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta Barber Shop - exposição de desenho de Gonçalo Pena, sendo curador João Maria Gusmão.

03JUN2021 - Zero em Comportamento / Projectos Paralelos estreia Fantasmas do Império (2020) de Ariel de Bigault; documentário sobre o passado colonial através do cinema português.

10JUN-03OUT2021 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado apresenta Francis Smith – Em Busca do Tempo Perdido - exposição sobre a vida e a obra do pintor modernista (1881-1961), sendo curador Jorge Costa.

21NOV1939-11JUN2021 - António José Freire Torrado, aliás António Torrado: Escritor português, ficcionista e poeta, dramaturgo e argumentista; jornalista e editor, pedagogo e professor; distinguido com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens (1988); autor de A Escada de Caracol (1978), de O Mercador de Coisa Nenhuma (1983), de André Topa-Tudo No País dos Gigantes (1990), de Teatro às Três Pancadas (1995), de Verdes São os Campos (2002), ou de Corre, Corre, Cabacinha (2007) - «Os meus livros todos, os que tenho nas prateleiras que me são dedicadas, por conjunto, dá o meu tamanho deitado. Ou a minha altura» (2010).

PASSA|TEMPO

Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema edita em DVD, Auto da Floripes (1960) de Lopes Fernandes / Secção de Cinema Experimental do Cine-Clube do Porto.


Xerefé edita
O Retrato (Aquilo Que Não Se Vê) de Clovis Levi (narração) e Ana Biscaia (desenho). F|M.43

domingo, agosto 15, 2021

FUNDA|MENTAL 105

José de Matos-Cruz | 24 Outubro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

24OUT1915-03NOV1998 - Robert Kahn, aliás Bob Kane: Artista americano de quadradinhos, criador de Batman (1939, com enredo de Bill Finger); argumentista, desenhador e animador - «Toda a imortalidade de que o Homem-Morcego desfruta, provém do meu estilo original, que perdurou durante vinte anos, e não do new look que entretanto lhe atribuíram… Tive a intenção de destruir os mitos íntimos, e dar vida à lenda real em que se transformou o próprio Batman». F|M.79

25OUT1838-03JUN1875 - Alexandre César Léopold Bizet, aliás Georges Bizet: Compositor francês, distinguido com o Prix de Roma (1857); autor de obras sinfónicas, para piano solo e de óperas, como Carmen (1875) - «Enquanto músico, posso garantir que, se suprimisse o adultério, o fanatismo, o crime, o mal e o sobrenatural, seria incapaz de escrever uma nota».

26OUT1908-10NOV1992 - Francisco Caldeira Cabral: Arquitecto paisagista pioneiro em Portugal, professor universitário (1940), ensaísta e conferencista - «É tempo de afirmar que se a cidade é indispensável à organização da sociedade e ao progresso da humanidade, se a indústria muito tem contribuído para facilitar a vida e lhe dar conforto, é da paisagem rural que depende a sobrevivência da humanidade, porque é ela com o mar, a única fonte de alimentos, a única fonte de água potável, e o último suporte de actividade biológica autónoma e equilibrada, indispensável à continuação da vida na terra. Por isso a actividade da Sociedade Rural é a única que continua a ser obrigatória, sendo todas as outras facultativas, quer a sociedade urbana-industrial se aperceba ou não desse facto». F|M.78

31OUT1896-24MAR1963 - Pedro António da Costa de Freitas Branco, aliás Pedro de Freitas Branco: Maestro e cantor português, irmão de Luís de Freitas Branco, criador e director da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional (1934), com carreira em França, Espanha, Inglaterra, Suíça, Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália - «No seu último concerto, em que tive a honra de ser o solista, mostrou-se sempre cheio de dinamismo e autoridade, incutindo a toda a orquestra vibração e entusiasmo» (Vasco Barbosa - violinista).

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

31MAI2021 - Ana Luísa Amaral é galardoada com o XXX Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, atribuído pelo Património Nacional de Espanha em parceria com a Universidade de Salamanca, visando distinguir um autor vivo cujo contributo para o património cultural comum ibero-americano seja relevante. F|M.73

02JUN-23AGO2021 - Em Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian expõe Tudo o Que Eu Quero – Artistas Portuguesas de 1900 a 2020, com obras de Aurélia de Sousa, Mily Possoz, Rosa Ramalho, Maria Lamas, Sarah Affonso, Ofélia Marques, Maria Helena Vieira da Silva, Maria Keil, Salette Tavares, Menez, Ana Hatherly, Lourdes Castro, Helena Almeida, Paula Rego, Maria Antónia Siza, Ana Vieira, Maria José Oliveira, Clara Menéres, Graça Morais, Maria José Aguiar, Luísa Cunha, Rosa Carvalho, Ana Léon, Ângela Ferreira, Joana Rosa, Ana Vidigal, Armanda Duarte, Fernanda Fragateiro, Patrícia Garrido, Gabriela Albergaria, Susanne Themlitz, Grada Kilomba, Maria Capelo, Patrícia Almeida, Joana Vasconcelos, Carla Filipe, Filipa César, Inês Botelho, Isabel Carvalho e Sónia Almeida, sendo curadores Helena de Freitas e Bruno Marchand.

07JUN-17OUT2021 - Em Cascais, Fundação D. Luís I apresenta, na Sala dos Arcos / Edifício dos Paços do Concelho, Dom Carlos & Contemporâneos - exposição de pintura e objetos artísticos da autoria de D. Carlos I, Carlos Bonvalot, Enrique Casanova, João Vaz e Souza Pinto, artistas contemporâneos do Rei.

19JUN-03OUT2021- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta A Emoção do Espaço – Colecção Fundação Azcona - exposição com obras de Auguste Rodin, Man Ray, Joan Miró, Miguel Barceló, Antonio López, Manolo Hugué, Julio González e Óscar Dominguez, entre outros protagonistas que marcaram a história da escultura dos últimos cem anos, destacando-se nas vanguardas e movimentos artísticos como o cubismo, o modernismo, o dadaísmo, o surrealismo ou o realismo, sendo curadora María Toral.

PASSA|TEMPO

Livros do Brasil edita, na colecção Dois Mundos, O Castelo de Franz Kafka (1883-1924); tradução de Álvaro Gonçalves.

 

domingo, agosto 08, 2021

Extra: AURORA BOREAL em QUADRADINHOS [10]

Entre os artistas que privilegiaram, com o seu talento, a saga de Aurora Boreal, José Ruy inspirou um universo e vários contextos do tríptico imaginado/literário (O Princípio Infinito - 2017-2018, O Eterno Paradoxo - 2019, O Círculo Imperfeito - 2020), após ter configurado - para o mesmo autor, José de Matos-Cruz - distintas facetas e personagens da trilogia romanesca/ilustrada d’O Infante Portugal (As Tramóias Capitais - 2007, A Íntima Capitulação - 2010, As Sombras Mutantes - 2012).

Sob o signo da banda desenhada, tais peripécias e cintilações repercutiram-se no advento de Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, sendo as primordiais visões de José Ruy virtualizadas em Aurora Boreal – Uma Luz Que Reproduz (2 páginas, pb), com argumento por José de Matos-Cruz e uma alusiva composição por Daniel Maia. Ao evocar o vínculo original quanto aos progenitores - a eslava Oktobraia, o cósmico Malsão - de Aurora Boreal, cujos fascínios e prodígios irradiam…

As sagas d’O Infante Portugal e de Aurora Boreal tiveram edição de Apenas Livros.