PRONTUÁRiO
PRIMÓRDIOS
Tendo
recriado todas as virtualidades do espectáculo, Hollywood consumou
um outro divertimento
irresistível, em Os
Flintstones
(1994)
- pelo qual foi responsável Steven Spielberg, com realização de
Brian Levant, que reclamou
«uma
das melhores experiências da minha vida». Além dos prodígios de
transposição de um clássico da animação para o imaginário
realista, houve uma ambiciosa estratégia comercial. Os
Flintstones
baseia-se
numa famosa série televisiva, por Hanna & Barbera. Tudo começou
em 1960, na cadeia ABC. Durante seis anos, centena e meia de
episódios recriaram esta sátira amável - sobre a sociedade
americana, através do seu núcleo familiar. Um sucesso fenomenal,
que ainda hoje se prolonga, entre milhões de fanáticos em todo o
mundo. William Hanna gostava de salientar que Os
Flintstones
era
a primeira saga em animação do mundo, pois ambienta-se na Idade da
Pedra! Tudo decorre na cidade de Bedrock, dotada dos mais
sofisticados
meios
- automóveis, televisão - só que à
maneira
dos
nossos antepassados. Fred Flintstone e Barney Rubble são dois
compinchas inseparáveis, para o trabalho ou os lazeres… IMAG.273
CALENDÁRiO
1925-2018 - Armando de Almeida Servais Tiago, aliás Servais Tiago: Escritor português, criador de banda desenhada e de cinema de animação - «O seu estilo caricatural e humorístico era invulgar em Portugal, onde os artistas optavam, de forma geral, por um desenho realista» (Mania dos Quadradinhos - 2008). IMAG.227
1925-2018 - Armando de Almeida Servais Tiago, aliás Servais Tiago: Escritor português, criador de banda desenhada e de cinema de animação - «O seu estilo caricatural e humorístico era invulgar em Portugal, onde os artistas optavam, de forma geral, por um desenho realista» (Mania dos Quadradinhos - 2008). IMAG.227
23FEV-22ABR2018 - Em Lisboa, Culturgest apresenta The Sound of Snow - exposição de som, filme e vídeo de Michael Snow (Canadá), sendo comissário Delfim Sardo.
08MAR2018 - Midas Filmes estreia Correspondências (2017) de Rita Azevedo Gomes; com Eva Truffaut e Pierre Léon. IMAG.172-404
10MAR-08ABR2018 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta, no ciclo OitoXOito, Ana - exposição de fotografia de Bruno Saavedra (Brasil).
VISTORiA
Depois de Ler Jean Meslier
Depois de Ler Jean Meslier

Que às portas do sepulcro ainda blasfemas.
E no Deus, que juraste amar com culto,
Cuspiste sem piedade.
Maldito sejas tu, que me levaste
Às bordas dum abismo tenebroso,
E, com frases de hipócritas remorsos,
Lá me arrojaste então.
Maldito sejas tu, que me turvaste
E, com frases de hipócritas remorsos,
Lá me arrojaste então.
Maldito sejas tu, que me turvaste
As crenças cardeais de toda a
vida;
Que, apontando o altar, disseste: «nada»,
«Nada», apontando a campa.
O bronze, meia-noite, geme ao longe;
Que, apontando o altar, disseste: «nada»,
«Nada», apontando a campa.
O bronze, meia-noite, geme ao longe;
O mocho nas ruínas pia, e eu
tremo;
Maldito sejas tu, padre descrido,
Que me fazes tremer.
Maldito sejas tu, que me apavoras,
Maldito sejas tu, padre descrido,
Que me fazes tremer.
Maldito sejas tu, que me apavoras,
E horrorosas visões me dás à
mente;
Maldito sejas tu, que escarneceste
O Deus que eu tanto amava.
Se esta crença morrer, quem, oh! maldito,
Maldito sejas tu, que escarneceste
O Deus que eu tanto amava.
Se esta crença morrer, quem, oh! maldito,
Me dará outra igual? Sem
esta crença,
Quem, se o egoísmo do homem me repele,
Me afagará na dor?
Errarei sobre a terra, abandonado,
Quem, se o egoísmo do homem me repele,
Me afagará na dor?
Errarei sobre a terra, abandonado,
Em busca duma cova, onde me esconda,
E ainda ali, oh! maldito, eu, que fui homem,
Cinza só ficarei!!...
Maldito sejas tu, se foi a ciência,
E ainda ali, oh! maldito, eu, que fui homem,
Cinza só ficarei!!...
Maldito sejas tu, se foi a ciência,
Que te abriu os arcanos tenebrosos
De verdades cruéis… cruéis. Se mentes,
Maldito sejas tu.
De verdades cruéis… cruéis. Se mentes,
Maldito sejas tu.
Francisco
Martins Sarmento

08AGO1879-10ABR1919 - Emiliano Zapata Salazar, aliás Emiliano Zapata: Revolucionário mexicano - «Mais vale morrer de pé, do que viver de joelhos!». IMAG.222
08AGO1929-2011 - Josef Suk: Maestro e violinista checo, bisneto de Antonin Dvorák - «Toca com energia, segurança, e com todo o ritmo que um concerto envolvente e sugestivo pode exigir» (Harold C. Schoenberg - 1964). IMAG.368
08AGO1929-2012 - José Luis Borau Moradell, aliás José Luis Borau: Cineasta espanhol, argumentista e realizador (Furtivos - 1975), presidente da Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas (1994-1999) e membro da Real Academia Espanhola (2008) - «Fazemos filmes, como fazemos amor - o melhor que podemos». IMAG.438
1833-09AGO1899 - Francisco Martins de Gouveia de Morais Sarmento, aliás Francisco Martins Sarmento: Escritor português, fotógrafo e arqueólogo, procedeu à exploração metódica e intensa da Citânia de Briteiros (1875), sendo autor de Lusitanos, Lígures e Celtas (1880), Ora Marítima (1880) ou Os Argonautas (1887). IMAG.410
11AGO1929-2002 - Herlander de Seixas de Vasconcelos Peyroteo, aliás Herlander Peyroteo: Realizador português de televisão e cinema, encenador teatral - «Prefiro um bom texto teatral, a um mau guião fílmico ou televisivo. Mas, porque será que alguns do cinema me querem confinar ao vídeo? Teatro filmado, em reportagem, é execrável. Reportagem de teatro, bem filmada, é possível. O Shakespeare filmado por Orson Welles é admirável. Arrisco e temo…». IMAG.239-367-457
13AGO1899-1980 - Alfred Joseph Hitchcock, aliás Alfred Hitchcock: Cineasta inglês - «As loiras fazem, sempre, as melhores vítimas… São como a neve virginal, em que começam a aparecer as primeiras gotas de sangue».
IMAG.3-4-14-19-26-29-44-48-49-51-71-85-111-112-142-146-163-168-179-188-191-238-271-280-283-288-307-312-327-351-354-377-381-384-386-428-429-440-449-495-500-501-521-528-550-562-573-588-591-613-617-644-652-654

TRAJECTÓRiA
Francisco Martins Sarmento
Francisco Martins Sarmento nasceu a 9 de março de 1833, em Guimarães, e
faleceu a 9 de agosto de 1899. Era filho de Francisco Joaquim de
Gouveia Morais Sarmento, senhor da Casa da Ponte em Briteiros, e de
D. Joaquina Cândida de Araújo Martins. Foi um homem sábio, grande
pré-historiador, etnólogo e arqueólogo. Foi, sem dúvida, um dos
pioneiros da moderna arqueologia em Portugal.
Aos
vinte anos de idade, Francisco Sarmento completou os seus estudos em
Direito na Universidade de Coimbra. Ainda jovem, herdou a fortuna de
seus pais, a qual utilizou em prol do aumento dos seus conhecimentos
humanísticos e da sua sabedoria.
Segundo
o historiador Alberto Sampaio, vimaranense e contemporâneo de
Francisco Sarmento, a evolução mental de Francisco Sarmento pode
ser dividida em três fases: uma primeira, que denominou de ciclo
romântico, devido às composições poéticas e literárias que
realizou aos vinte e dois anos; uma segunda fase, que corresponde aos
seus estudos sociológicos e jornalísticos, que decorreram entre
1856 e 1874; por fim, a última fase, que corresponde aos estudos
históricos e arqueológicos que preencheram o resto da sua vida.
A
partir de 1874, após as suas primeiras escavações nas ruínas da
citânia de Briteiros, que duraram até 1899, investigou todo o
passado remoto da origem dos então denominados povos lusitanos. Após
uma profícua sequência de descobertas e explorações, bem como de
sucessivos estudos e leituras sobre os investigadores estrangeiros e
historiadores da Antiguidade clássica, adquiriu conhecimentos
sólidos que lhe granjearam uma afamada reputação além-fronteiras.
Este facto deu-se precisamente após a visita dos congressistas do
Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pré-Históricas
(1880) às suas escavações na região de Entre Douro e Minho.
Em
1882, um grupo de admiradores fundou em Guimarães a Sociedade
Martins Sarmento. Nesta instituição podemos encontrar a coleção
arqueológica, de gravuras antigas e outros bens que lhe foram
legados pelo próprio.
Deixou-nos
também algumas obras, para além de vários artigos escritos em
revistas e jornais e diversos manuscritos. Das obras literárias
salientam-se: Os
Lusitanos (1880);
Ora
Marítima
(1880,
2. ed., 1896), Os
Argonautas
(1887).
Dos manuscritos, deixou cerca de 4000 páginas, cujo tema principal
são os seus estudos e prospeções arqueológicas, realizadas na
região de entre Douro e Minho.
O
seu nome surge em muitos tratados de arqueologia clássica, sendo
referenciado como um dos mais notáveis pioneiros do campo da
arqueologia. Foi condecorado pelo Governo francês com a Legião de
Honra. Pertenceu ainda a inúmeras associações de arqueólogos quer
em Portugal quer no estrangeiro.
VISTORiA
Se
Eu Tivesse…
Se eu tivesse os olhos do mar
Se eu tivesse os olhos do mar
com que te olhasse à beira
da falésia!…
(…e a voz dos gemidos das cavernas…)
se eu fosse a maré tornada arfar
de um peito no recife,
se eu tivesse o frio das águas
nos pulsos com que te retenho
entre algas, pedras e declives,
seria todo o golfo de um refúgio manso
em que flutuaríamos como barcos,
na pequena imensidão
das feições da terra!
(…e a voz dos gemidos das cavernas…)
se eu fosse a maré tornada arfar
de um peito no recife,
se eu tivesse o frio das águas
nos pulsos com que te retenho
entre algas, pedras e declives,
seria todo o golfo de um refúgio manso
em que flutuaríamos como barcos,
na pequena imensidão
das feições da terra!
Servais
Tiago
BREVIÁRiO
Guerra
& Paz edita Dois
Povos Ibéricos - Portugal & Catalunha de
Félix Cucurull (1919-1996).
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