PRONTUÁRiO
ARREPIOS
«O
Sombra ri, e os facínoras estremecem de medo. Uma estranha, feroz
criatura de manto negro, com olhos flamejantes, brilhando no escuro,
uma forma silenciosa flutuando pela noite…» Assim descreve
The Shadow Laughs
- novela de 1931, por Walter Brown Gibson, sob o pseudónimo de
Maxwell Grant. Previamente,
The Shadow
apareceu na rádio, em Agosto de 1930, em
Detective Story,
da CBS; o próprio Orson Welles lhe cedeu a bem timbrada voz. Em
Abril de 1931, surgiu o primeiro
pulp,
The Living Shadow,
edição Street and Smith - que, em Março de 1940, lançou uma
revista de quadradinhos (com arte de Jack Binder, Bud Powell ou Ed
Cartier). Figura misteriosa, personalidade altruística mas
paranóica, cuja missão é ajudar os inocentes e punir os culpados,
o Sombra manifesta uma inquietante faculdade para resolver os mais
intrincados crimes. Num mundo de terror, corrupção e violência, a
sua feroz gargalhada faz gelar o sangue aos mais implacáveis
bandidos. Mas quem se esconde por detrás da enigmática silhueta,
com chapéu de abas largas? E quem é, afinal, o elegante Lamont
Cranston, milionário e explorador?
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CALENDÁRiO
03MAR-15ABR2018
- Galeria Quadrum/Palácio dos Coruchéus expõe Pintura
Gestual, Informal e/ou Caligráfica de Inspiração Zen
de Eurico Gonçalves, sendo curadores Sara Antónia Matos e Pedro
Faro. IMAG.55-537
15MAR2018
- Alce Filmes/No Comboio estreia Colo
(2017) de Teresa Villaverde; com João Pedro Vaz e Alice Albergaria
Borges.
IMAG.113-373-539
15MAR2018
- Carrossel Produções estreia Setembro
a Vida Inteira (2017) de Ana
Sofia Fonseca; documentário sobre o vinho em Portugal.
VISTORiA
Fui
ver ao dicionário de sinónimos
a palavra mais bela e sem igual,
perfeita como a nave dos Jerónimos…
E o dicionário disse-me Natal.
Pergunto aos poetas que releio:
Gabriela, Régio, Goethe, Poe, Quental,
Lorca, Olegário… E a resposta veio:
E é Christmas… Natividad… Noël… Natal.
Interroguei o firmamento todo!
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
O aço em chispa, o pipe-line, o lodo!
E a voz das coisas respondeu Natal!
Pedi ao vento e trouxe-me, dispersos,
– riscos de luz, fragmentos de papel –
cânticos, sinos, lágrimas e versos:
Um N, um A, um T, um A, um L…
Perguntei a mim próprio e fiquei mudo…
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para quê perguntar se tudo, tudo,
diz Natal, diz Natal e diz Natal?!
a palavra mais bela e sem igual,
perfeita como a nave dos Jerónimos…
E o dicionário disse-me Natal.
Pergunto aos poetas que releio:
Gabriela, Régio, Goethe, Poe, Quental,
Lorca, Olegário… E a resposta veio:
E é Christmas… Natividad… Noël… Natal.
Interroguei o firmamento todo!
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
O aço em chispa, o pipe-line, o lodo!
E a voz das coisas respondeu Natal!
Pedi ao vento e trouxe-me, dispersos,
– riscos de luz, fragmentos de papel –
cânticos, sinos, lágrimas e versos:
Um N, um A, um T, um A, um L…
Perguntei a mim próprio e fiquei mudo…
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para quê perguntar se tudo, tudo,
diz Natal, diz Natal e diz Natal?!
Adolfo
Simões Müller
-
Moço, Bengala e Cão
(1971)
sem
um numero
um
numero
numero
zero
um
o
nu
mero
numero
um
numero
um
sem numero
Haroldo
de Campos
PARLATÓRiO
Samuel
Goldwin
Óscar
Ribas
Pela
[sua] mão, somos introduzidos na intimidade das cubatas e, sentados
na mesma esteira, tomamos contacto com figuras da vida real dos
muceques.
Joaquim
Pinto de Andrade
MEMÓRiA
16AGO1929-1980
- William John Evans, aliás Bill Evans: Pianista americano de jazz
- «A minha crença na arte em geral é que ela deve enriquecer a
alma, deve ensinar espiritualmente, mostrando às pessoas uma parte
delas próprias, que todavia não conhecem… Uma parte que nem mesmo
saberiam que existia». IMAG.433
17AGO1879-1974
- Samuel Goldfish, aliás Samuel Goldwin: Produtor de cinema
americano, nascido em Varsóvia e pioneiro de Hollywood, ligado às
origens da Paramount e fundador da Goldwin - que se fundiria à
Metro-Goldwyn-Mayer (1924) - «Um grande ecrã apenas torna
duplamente mau um filme sem qualidade». IMAG.552
17AGO1909-2004
- Óscar Bento Ribas, aliás Óscar Ribas: Escritor, poeta,
jornalista e ensaísta angolano, autor de Tudo
Isto Aconteceu (1975) - «Foi
a principal biblioteca viva, porque tinha um saber e um conhecimento
da nossa maneira de estar no mundo como único» (Botelho de
Vasconcelos). IMAG.232-471
18AGO1909-17ABR1989
- Adolfo Simões Müller: Escritor e jornalista português - «Quando
eu era pequenino / gostava de ouvir contar / histórias de
princesinhas / encantadas ao luar. // Lendas de reis e de fadas, /
inda me encheis a lembrança! / Que saudades de vós tenho, / ó meus
contos de criança!»
IMAG.131-234-270-353-511-550
19AGO1929-2003
- Haroldo Eurico Browne de Campos, aliás Haroldo de Campos: Poeta e
tradutor brasileiro, fundador do movimento concretista (1956) - «o
instante / é pluma // seu holograma / radia estável // como quem
olha pelo cristal / do tempo // feixe fixo / de luz // (já não se
vê se o olho deixa sua seteira) // prisma // o sol / chove / de um
teto / zenital // elipse: um estilo de persianas» (O
Instante).
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21AGO1939-2015
- Beatriz da Conceição Mendes Lage, aliás Beatriz da Conceição:
Fadista portuguesa - «Uma das três ou quatro figuras mais
importantes da história do fado do último meio século» (Rui
Vieira Nery).
IMAG.596
ANTIQUÁRiO
JOSÉ
DO TELHADO
Em
1929, nos estúdios da antiga Invicta Film, remodelados para o efeito
e como alternativa à paisagem das Beiras, Rino Lupo dirigiu José
do Telhado, sobre o popular
romance – publicado originariamente no Jornal
de Notícias – de Eduardo
de Noronha, também autor dos diálogos. Pedro Santos ocupou-se da
decoração, sendo os figurinos de Jayme Valverde. Em sagração, as
proezas do famoso bandoleiro e salteador – que a justiça condenou
pelos seus crimes, e a alma do povo elevou e acarinhou pelas suas
virtudes. Casado com uma prima, desiludido e sem recursos, tornou-se
chefe de uma quadrilha…
Como
envolvimento histórico, a época em que se travaram as primeiras
lutas liberais. Ao lado de Carlos Azedo, destacam-se – no elenco –
Julieta Palmeiro, Maria Emília Castelo Branco, Luís de Magalhães,
Aida Lupo e Rafael Alves. Com produção de Lupo Film – executada
por Júlio Valverde, e Carlos Lello em delegação da empresa
apoiante, Lello & Irmão – e distribuição de Raul Lopes
Freire, a estreia – no Olympia (Porto) a 10 de Dezembro de 1929, e
no Politeama (Lisboa) a 3 de Abril de 1930 – foi coroada de sucesso
comercial, apesar das reservas da crítica. A Livraria Tavares
Martins publicou, na Colecção-Cinema, uma novelização por Campos
Monteiro, ilustrada com fotografias de Maurice Laumann, responsável
pela manivelação da fita.
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BREVIÁRiO
Opera
Omnia edita O Padre de
Raul Brandão (1867-1930).
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Dom
Quixote edita O Jogo das
Contas de Vidro de Hermann
Hesse (1877-1962); tradução de Carlos Leite.
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EXTRAORDINÁRiO
OS
ALTERNATIVOS - Folhetim Aperiódico
IRONIA
E RECONSTITUIÇÃO DA CAVEIRA HIPOCONDRÍACA
- 5
Sem
espírito, não havia política. Uma alvorada iria culminar, com A
Revolução de Abril.
Perpetuando os seus protagonistas...
Nessa
altura, Arthur Lopes de Barros reassumiu-se, para a atmosfera
suspensa em seu redor. Sentia alguma tensão. Ergueu-se, para
desentorpecer o corpo, já desembaraçado do apetrecho acústico. A
sua atenção fixou-se, embora vaga, para um canto obscuro e quase
oculto pela Câmara Nº 1, onde Eliezer Kramensky e Ulisses Galhardo
cavaqueavam. Supostamente, à espera das suas instruções. No
entanto, impressionou-o sobretudo a expressão danada do actor
Galhardo, entre inquieto e ansioso.
– Continua
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