sexta-feira, março 22, 2019

IMAGINÁRiO #763

José de Matos-Cruz | 16 Julho 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

REGRESSOS
Um dos maiores heróis de todos os tempos, Hawkman subverteu o universo dos DC Comics - até estarrecer os fanáticos, com sua súbita desaparição. Finalmente, regressaria, e triunfante, ao celebrarem-se os sessenta anos sobre a aventura primordial - gerada em 1939, nas páginas da revista Flash Comics, sendo autores Gardner Fox (argumento) & Dennis Neville (ilustrador). Quando insaciável Onimar Syn ameaçava os espíritos e os valores de Thanagar, só o alado paladino da liberdade poderia refrear uma tal voragem maligna e omnipotente! Concebido por David S. Goyer & Geoff Johns, para o grafismo estilizado de Stephen Sadowski & Michael Bair, The Return of Hawkman (2002) transfigurar-se-ia nas capas do sobrenatural Andrew Robinson… Tudo começou aqui na Terra, quando Carter Hall - um milionário obcecado por armas antigas - descobriu ser, ele-próprio, a reencarnação de Khufu, um príncipe egípcio morto em circunstâncias trágicas. Num resgate intemporal, assim nasceu o alter-ego Hawkman, sagrando uma mitologia trágica e fetichista. Em 1949-1951, por Sheldon Moldoff & Joe Kubert, o Gavião Negro - como ficou conhecido em Portugal, através do Brasil - associou-se à fundação da Justice Society of America. No início dos anos ’1960, Hawkman desafiou uma precária obscuridade em The Brave and the Bold - por Fox & Kubert - agora como Katar Hol. Um agente da lei no planeta Thanagar, obcecado pelos desígnios da justiça alienígena entre os humanos. Já em 1989, surgia Hawkworld - por Timothy Truman & Alcatena - com os Wingmen, uma elite policial/militar ao serviço do regime dominante em Thanagar. Entre eles desponta, então, o expiador Katar Hol, filho de um proeminente cientista. IMAG.241-422-571-579-634

CALENDÁRiO

1931-24NOV2018 - Álvaro Malta: «Um dos mais proeminentes cantores de ópera portugueses durante três décadas, as de 50, 60 e 70, um dos raros, raríssimos, efectivamente notáveis» (Augusto M. Seabra).

24NOV2018-19JAN2019 - Em Lisboa, Galeria das Salgadeiras apresenta Trinus - exposição de fotografia de Cláudio Garrudo.

1961-26NOV2018 - Stephen McDannell Hillenburg, aliás Stephen Hillenburg: Desenhador americano, cartoonista e animador, autor da série televisiva SpongeBob (1999) - «Sempre estive interessado na arte e em fazer coisas, mas optei por não frequentar uma escola e privilegiar uma carreira».

29NOV2018 - Terratreme produziu, e estreia Djon Africa (2018) de Filipa Reis e João Miller Guerra; com Miguel Moreira e Isabel Muñoz Cardoso. IMAG.430-466-490-569

30NOV2018-18FEV2019 - Em Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian apresenta, em organização com Fundação Eça de Queiroz, Eça e ‘Os Maias’: Tudo o Que Tenho No Saco - exposição de fotografia, pintura, escultura, música e filmes, caricaturas, cartas, crónicas, peças do espólio pessoal de Eça de Queiroz (1845-1900), sendo comissária Isabel Pires de Lima.  
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01DEZ2018 - Art District Cascais expõe Scars of Memory - Sculpture de Júlio Quaresma. IMAG.261-570

04DEZ2018-06MAR2019 - Em Lisboa, Museu de Arte Popular expõe Físicas do Património Português. Arquitectura e Memória, sendo curador Jorge Figueira, assistido por Carlos Machado e Moura.

VISTORiA

H1 - «A vida está ali… simples e tranquila»… «A vida está ali… simples e tranquila»… Verlaine, não é?
H2 - É. É Verlaine. Mas, porquê?
H1 - Verlaine… Isso mesmo!
Nathalie Sarraute
- Por Tudo e Por Nada
MEMÓRiA

1723-17JUL1790 - Adam Smith: Economista e filósofo escocês, fundador da moderna teoria económica, autor de Uma Investigação Sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações - «Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis». IMAG.283-421

18JUL1900-1999 - Natacha Tcherniak, aliás Nathalie Sarraute: Escritora francesa de origem russa - «Há uma espécie de catarse… Nas minhas peças, a acção foi substituída pelo fluxo e refluxo das palavras». IMAG.727

23JUL1920-1999 - Amália da Piedade Rodrigues, aliás Amália Rodrigues: Actriz, poetisa e fadista portuguesa - «O fado esteve comigo desde sempre. Aos doze anos, fazia chorar as pessoas que me ouviam cantar».  
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VISTORiA

É a vaidade e não o prazer que nos interessa.
Qual a finalidade da avareza e da ambição, da busca de riqueza, poder e proeminência? Será para suprir as necessidades da natureza? O salário do mais pobre trabalhador pode supri-las. Vemos que esse salário lhe permite ter comida e roupas, o conforto de uma casa e de uma família. Se examinássemos a sua economia com rigor, constataríamos que ele gasta grande parte do que ganha com conveniências que podem ser consideradas supérfluas.
Qual é, então, a causa da nossa aversão à sua situação, e por quê, os que foram educados nas camadas mais elevadas, consideram pior que a morte serem reduzidos a viver, mesmo sem trabalhar, compartilhando com ele a mesma comida simples, a habitar o mesmo tecto modesto e a vestir-se com os mesmos trajes humildes? Por acaso imaginam que têm um estômago superior, ou que dormem melhor num palácio do que numa cabana?
De onde, portanto, nasce a emulação que premeia todas as diferentes classes de homens, e quais são as vantagens que pretendemos com esse grande propósito da vida humana a que chamamos melhorar nossa condição? Ser notado, ser ouvido, ser tratado com simpatia e afabilidade e ser visto com aprovação, são todas as vantagens que se pode pretender obter com isso. É a vaidade, e não a tranquilidade ou o prazer, que nos interessa. Mas a vaidade sempre tem por base a convicção de sermos objecto de atenção e aprovação. O homem rico deleita-se com as suas riquezas por julgar que elas naturalmente lhe atraem a atenção do mundo, e que os homens estão dispostos a acompanhá-lo em todas as agradáveis emoções que as vantagens da sua situação tão prontamente inspiram a ele. Quando tal pensamento lhe ocorre, o seu coração parece crescer e dilatar-se dentro do peito, e ele aprecia a sua riqueza mais por esse motivo do que por todas as outras vantagens que ela lhe traz.
Adam Smith
- A Teoria dos Sentimentos Morais (excerto)

Ai Maria

Que bonita é a Maria
Que bonita
Que graça a Maria tem
Como ela
No cabelo põe a fita
Como ela
Não a sabe pôr ninguém
Tão bonita
No cabelo aquela fita

Mal morre a noite
Ainda não nasceu o dia
Já da fonte
Vem Maria
Lá vem Maria
Lata d’água na cabeça
Ai Maria ai Maria

Quando desce
Mal a manhã se avizinha
Mil olhos a vão seguindo
Quando sobe
Quase fechada a tardinha
De mil bocas
A Maria vai ouvindo
Probrezinha
Mas tem porte de rainha
Amália Rodrigues

José Cardoso Pires

Olhar atento
mão certeira.
No verbo sangue e tempo depurados
por muito amar
forte castiga.
Maria Lúcia Lepecki
- in Os Meus Amigos (Manuel Costa e Silva)

ANUÁRiO

1940-2011 - Maria Lúcia Torres Lepecki, aliás Maria Lúcia Lepecki: Professora universitária e ensaísta portuguesa, de origem brasileira - «Era a pessoa certa para se fazer a aproximação entre as culturas brasileira e portuguesa, sem essas macacadas do acordo ortográfico» (Vasco Graça Moura). IMAG.314-366

BREVIÁRiO

Caminho edita O Fiel Defunto de Germano Almeida. IMAG.271-731

Apenas Livros edita Aurora Boreal e O Princípio Infinito - Terceiro Universo: O Instinto Supremo de José de Matos-Cruz, com visões de Susana Resende, Renato Abreu, Daniel Maia e Teotónio Agostinho.

Apenas Livros edita Aurora Boreal e O Princípio Infinito - Quarto Universo: A Mecânica Celeste de José de Matos-Cruz, com visões de Renato Abreu, Daniel Maia, Susana Resende e Teotónio Agostinho.
 

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