José
de Matos-Cruz | 01 Julho 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal –
Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
HERANÇAS
As
Aventuras de Blake e Mortimer principiaram em 1946, com O
Segredo do Espadão, logo patenteando a arte monumental de Edgar
Pierre Jacobs (1904-1987). Em causa, a dualidade do Bem -
simbolizada na instituição militar (o bravo Capitão Francis
Blake, responsável pelo MI5, serviço de contra-espionagem
britânico) e no poder da ciência (o Professor Philip Mortimer, um
especialista em Física e Aeronáutica, com gosto por fenómenos
bizarros); contra a perversão do Mal - concentrada num
arqui-inimigo (o sinistro e volúvel Coronel Olrik), ou noutros
eventuais adversários (Satô, Labrousse, Ahmed Rassim Bey). Um
presente de ameaças, cumplicidades e perigos - virtualizado entre o
passado e o fantástico, o futuro e a arqueologia - de Londres ao
Cairo, de Paris a Tóquio, da Pré-História à Atlântida…
Múltiplos autores asseguraram uma continuidade, como Yves Sente & André Juillard com A Conspiração Voronov (2000) - a partir do Cazaquistão, nos crepusculares anos ‘60. Hábeis a lidar com os mistérios e desafios que se repercutem, entre o céu e a terra, o Capitão Blake e o Professor Mortimer acabam, afinal, por protagonizar a sua intermitente coexistência, no universo contemporâneo da banda desenhada.
Múltiplos autores asseguraram uma continuidade, como Yves Sente & André Juillard com A Conspiração Voronov (2000) - a partir do Cazaquistão, nos crepusculares anos ‘60. Hábeis a lidar com os mistérios e desafios que se repercutem, entre o céu e a terra, o Capitão Blake e o Professor Mortimer acabam, afinal, por protagonizar a sua intermitente coexistência, no universo contemporâneo da banda desenhada.
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CALENDÁRiO
07NOV2018-25FEV2019
- Em Lisboa, Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia / MAAT
apresenta Scenario In the
Shade - instalação de
Jonah Freeman & Justin Lowe (EUA), sendo curadores Pedro Gadanho
e Rita Marques.
16NOV2018-06JAN2019
- Em Lisboa, Museu Colecção Berardo expõe Saudade,
China & Portugal - Arte Contemporânea
de Vasco Araújo, Pedro Valdez Cardoso, José Pedro Croft, Leng
Guangmin, Tao Hui, Luísa Jacinto, Liu Jianhua, Rui Moreira, Cheng
Ran, André Sousa, Joana Vasconcelos, Guan Xiao, Sun Xun, Shi Yong,
Xia Yu, Liang Yuanwei.
22NOV2018
- Força Maior produziu com Operação Nariz Vermelho/ONV, e estreia
Doutores Palhaços
(2018) de Bernardo Lopes e Helder Faria.
22NOV2018-24MAR2019
- Em Cascais, Arquivo Histórico Municipal apresenta, na Casa
Sommer, Pegadas No Estoril:
Retratos do Mundo - Colecção Helder Paraná Do Coutto
- exposição de documentos e peças únicas para a reconstituição
da história dos Estoris, da Pré-História à actualidade.
1928-23NOV2018
- Nicolas Jack Roeg, aliás Nicolas Roeg: Cineasta britânico,
director de fotografia e realizador de O
Homem Que Veio do Espaço
(1976) - «O seu estilo cinematográfico ficou marcado por
narrativas não lineares e por representar temas como sexo, morte,
horror e esgotamentos mentais» (Liliana Borges). IMAG.8-194-610
VISTORiA
Canções
de Uma Alma Errante Lieder Eines Fahrenden Gesellen
E
tem alegres bodas,
O
dia para mim é triste!
Vou
para o meu quartinho,
Quarto
pequeno e escuro!
Choro!
Choro pela minha amada,
Pelo
meu tesouro de amor!
Florinha
azul! Não seques!
Doce
passarinho, tu cantas num verde prado!
Oh!
como o mundo é belo!
Choro!
Choro!
Não
cantem! Não floresçam!
A
primavera já passou!
Já
não é tempo de cantar!
À
noite quando vou dormir,
Penso
na minha dor!
No
meu desgosto!
Gustav
Mahler
(excerto
- Tradução de Nuno Barreiros)
MEMÓRiA
03JUL1850-1907
- Alfredo Cristiano Keil, aliás Alfredo Keil: Compositor português,
artista plástico, poeta, arqueólogo, coleccionador de arte, autor
do canto patriótico A
Portuguesa, convertido em
Hino Nacional, após a instauração da República em Portugal -
«Considerado um romântico tardio ou um neo-romântico, devido à
sua formação artística alemã e às características da sua
pintura, “de um romantismo discreto, amável, sem exageros,
temperado pelo clima realista da pintura do seu tempo” (Fernando de
Pamplona), gosto pelos requintados interiores aristocráticos e
“maneira delicada de tratar as figuras femininas” (Maria Luísa
Bártolo). No seu atelier de pintura na Avenida da Liberdade, havia
um piano a que o artista recorria frequentemente para tocar as
melodias ditadas pela inspiração e a música começou a conquistar
progressivamente as suas preocupações e prioridades. Compôs
melodias e óperas que foram sucessos colossais no seu tempo, tendo
escrito também peças de teatro. Sobretudo na última década do
século XIX, escreveu hinos e marchas promovendo os valores e heróis
nacionais» (Sérgio Reis). IMAG.87-161-281-629
03JUL1920-2012
- Édouard Paape, aliás Eddy Paape: Argumentista e ilustrador belga
de quadradinhos, autor de Luc
Orient (1966) - «Um dos
grandes criadores e desenhadores da banda desenhada franco-belga do
Século XX» (Alexandre Ribeiro). IMAG.253-409
03JUL1930-2004
- Karl Ludwig Bonifacius Kleiber, aliás Carlos Kleiber: Maestro
austro-alemão - «O único disco aceitável é aquele que ainda não
foi produzido». IMAG.325-474
1923-06JUL2010
- Cesare Siepi: Cantor lírico italiano, basso
- «Um dos mais notáveis Don
Giovanni [de Mozart] que tive
o privilégio de escutar» (Bernard Levin). IMAG.317-406
07JUL1860-1911
- Gustav Mahler: Compositor e maestro austríaco - «Nunca fui aluno
de Bruckner. Todos pensavam que estudei com ele porque, nos meus dias
de estudante em Viena, era visto frequentemente na sua companhia e,
por isso, incluíam-me entre seus primeiros discípulos. A disposição
alegre de Bruckner, e a sua natureza infantil e confiante, fizeram do
nosso relacionamento uma amizade franca, espontânea. Naturalmente, a
compreensão que obtive, então, de seus ideais não pode ter deixado
de influenciar o meu desenvolvimento como artista e como homem».
IMAG.
208-224-237-281-323-374-484-578
1859-07JUL1930
- Arthur Ignatius Conan Doyle, aliás Arthur Conan Doyle: Médico e
escritor escocês, criador de Sherlock
Holmes, autor de História
do Espiritismo - «O mundo
está cheio de coisas óbvias, mas em que ninguém - mesmo por um
momento - logra reparar».
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07JUL1930-2014
- Jaime Gaspar Gralheiro, aliás Jaime Gralheiro: Dramaturgo,
encenador, advogado e político português, co-fundador do
CITAC/Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, autor
de Arraia Miúda (1975)
- As suas peças «tratam, em última análise, do problema da
liberdade do indivíduo perante as inibições ou constrangimentos
impostos pelo meio social» (Dinis Machado). IMAG.521
BREVIÁRiO
Tinta
da China edita Nada Tem Já
Encanto de Rui Knopfli
(1932-1977). IMAG.150-693
Renato
Abreu coordena e edita o fanzine Orion
número 2, em que também colabora com Bernardino Costantino, Jeremy
Smookler, José de Matos-Cruz, Nicola Rettino, Ornella Micheli,
Shigehiro Okada e Sofia Gonçalves Lobo.
IMAG.721-740-Extra
PARLATÓRiO
Sou
triplamente desenraizado: boémio na Áustria, austríaco entre os
alemães, judeu pelo mundo fora… O meu tempo chegará!
Gustav
Mahler
É
inútil querer contemplar a Natureza, pois ela está toda dentro da
3ª Sinfonia de Mahler. Já não se trata de música, trata-se dos
barulhos da própria Natureza.
Valery
Gergiev
COMENTÁRiO
Gustav
Mahler
A
música de Mahler não é assim tão difícil como às vezes se diz.
É uma música algo complexa, pela variedade e novidade de alguns
sons e instrumentos e a inclusão do canto nas sinfonias. Além
disso, é uma música que não cansa, pois, quanto mais se ouve,
melhor se percebe. Não é muito extensa. Ele teve uma vida bastante
curta, e dedicou-se muito à direcção de orquestra e de teatros,
pois tinha de ganhar a vida e escrever música não dava grandes
resultados para isso. Aliás, os últimos anos foram passados na
América, onde auferia rendimentos que seriam inacessíveis na
Europa. O casamento com Alma Mahler foi para ele uma fonte permanente
de inspiração, pois aquela jovenzinha de extracção burguesa
revelou-se uma mulher extraordinária.
Arlindo
Correia
EXTRAORDINÁRiO
OS
HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico
À
TRIPA SOLTA, A COBRA É MOLE - 2
Em
desvario, a Xarolas acabou por chegar a Lisboa, desabafando tais
mágoas e rancores ao carvoeiro Julião Silvares, o Catraio, um’outra
vítima do destino e do desatino.
– Continua
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