José
de Matos-Cruz | 16 Fevereiro 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal –
Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
OUSADIAS
Uma
das mais fascinantes e talentosas duplas artísticas, na banda
desenhada de expressão europeia, Schuiten
& Peeters
formam uma parceria quase mítica pela singular e deslumbrante obra
publicada. Sob original chancela Casterman, Memórias
do Eterno Presente
(1993),
do ciclo Les
Cités Obscures,
propõe uma variação sobre o universo do filme Taxandria
de Raoul Servais, do qual Benoît Peeters foi co-argumentista, sendo
a concepção gráfica de François Schuiten. Estamos no País do
Eterno Presente, seguindo a passagem de Aimé - um miúdo libertário,
como sempre atrasado de manhã, ao ir para a escola - pelas ruas e
edifícios dessa fantástica metrópole, solitária e arruinada. Uma
história que Aimé nos revela, curioso e ousado, enquanto
protagoniza um futuro virtual… Com uma alternativa titular em
Memórias
do Eterno Retorno,
eis a prodigiosa arquitectura do imaginário - plena de referências
irónicas e alegóricas, pela magistral recriação de Schuiten &
Peeters. Segundo este, «a partir da banda desenhada, podemos
referenciar outras famílias de imagem. Desde logo, há uma relação
privilegiada com os filmes clássicos».
IMAG.215-248-269-400-444-520-532
CALENDÁRiO
18ABR1918-19JUL2018-
Shinobu Hashimoto: Cineasta japonês, realizador e produtor,
argumentista (de Akira Kurosawa: Às
Portas do Inferno/Rashomon -
1950 e Os Sete
Samurais/Shichinin no Samurai
- 1954) - «A mera partilha de argumentos não gera clássicos ou
obras-primas, mas evita certas incongruências, que não escapam ao
cuidado de vários olhares» (2006).
13JUL-06OUT2018
- Em Braga, Gnration apresenta All
the Way Down - instalação
de Matthew Biederman (EUA), integrada no programa Scale
Travels, em parceria com o
Laboratório Ibérico de Nanotecnologia/LIN.
20JUL-23SET2018
- Em Lisboa, Galeria da Boavista apresenta Pálpembrana
- exposição de escultura, instalação e filme de Alice dos Reis,
sendo curadores Sara Antónia Matos e Pedro Faro.
23JUL-30SET2018
- Em Matosinhos, Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões apresenta
A Conspiração das Formas
- exposição colectiva / selecção de Obras
da Colecção de Serralves,
sendo curadora Gabriela Vaz-Pinheiro.
26JUL2018-31DEZ2019
- Em Lisboa, Museu Nacional de História Natural e da Ciência
apresenta Moranças | Habitats
Tradicionais da Guiné-Bissau
- exposição de fotografia e desenho (1959-1960) de Fernando
Schiappa Campos, António Saragga Seabra e Amadeu de Castilho Soares,
sendo curadores Catarina Mateus e João Santos.
27JUL-14SET2018
- Em Lisboa, Galeria Abysmo apresenta Ilustração
Portuguesa - exposição
colectiva de trabalhos publicados em 2017-2018.
06-09SET2018
- Passeio Marítimo de Algés apresenta a quinta edição de Comic
Con Portugal - megaevento
cultural promovido por City Conventions in the Yard, incluindo
cinema, televisão, banda desenhada, literatura, o mundo do cosplay,
gaming, new media,
música, Pop Asia e expositores. IMAG.544-596-707-Extra
SUMÁRiO
Marcos
Portugal
Aos
nove anos, Marcos António da Fonseca Portugal ingressou no Seminário
da Patriarcal de Lisboa, onde estudou com João de Sousa Carvalho.
Viveu
oito anos em Itália, de Setembro de 1792 até 1800. Aí estreou pelo
menos 21 óperas, a maior parte delas bufas, com um sucesso sem
precedentes, e milhares de representações.
No
Rio de Janeiro, juntou-se à coroa real portuguesa, por vontade
expressa de D. João VI. Chega ali em 1811, compondo sobretudo música
sacra.
Com
a saúde debilitada, não acompanhou a corte no regresso a Lisboa.
Compôs um Hino da
Independência do Brasil,
cantado durante dezenas de anos.
Morreu
a 17 de Fevereiro de 1830, no Rio de Janeiro, aos 67 anos. Tinha
nascido em Lisboa, a 24 de Março de 1762.
30MAR2013
- Diário de Notícias
VISTORiA
Três
modos de despedida
Tem o meu bem para mim:
- «Até logo»; «até à vista»;
Ou «adeus» – É sempre assim.
Tem o meu bem para mim:
- «Até logo»; «até à vista»;
Ou «adeus» – É sempre assim.
«Adeus»,
é lindo, mas triste;
«Adeus»… A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.
«Adeus»… A Deus entregamos
Nossos destinos: partimos,
Mal sabendo se voltamos.
«Até
logo», é já mais doce;
Tem distancia e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.
Tem distancia e ausência, é certo;
Mas não é nem ano e dia,
Nem tão-pouco algum deserto.
Vale
mais «até à vista»,
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.
Do que «até logo» ou «adeus»;
«À vista», lembra, voltando,
Meus olhos fitos nos teus.
Três
modos de despedida
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.
Tem, assim, o meu Amor;
Antes não tivesse tantos!
Nem um só… Fora melhor.
António
Correia de Oliveira
MEMÓRiA
16FEV1850-1911
- Maximiliano Eugénio de Azevedo, aliás Maximiliano d’Azevedo: -
Escritor e jornalista, militar português, autor de Histórias
das Ilhas -
Reminiscências dos Açores e da Madeira
(1909) - durante mais de dez anos, coadjuvou Latino Coelho na
preparação dos materiais para a história política e militar de
Portugal nos fins do Século XVIII e princípios do Século XIX.
1762-17FEV1830
- Marcos António da Fonseca Portugal, aliás Marcos Portugal:
Compositor português, e organista celebrado de música erudita, com
carreira e sucesso internacional - em 1792, partiu para Itália,
graças à protecção do príncipe regente e futuro Rei D. João VI;
em 1801, a sua ópera Non
Irritare le Donne
foi seleccionada para reabrir o Teatro Italiano de Paris.
IMAG.169-270-303-364
17FEV1930-2015
- Ruth Barbara Rendell, aliás Ruth Rendell: Escritora inglesa de
romances policiais, criadora do Inspector Reginald Wexford - «Uma
observadora elegante e perspicaz da sociedade, muitos dos seus
premiados thrillers
e mistérios psicológicos de crime sublinharam as causas ela
apoiava» (Gail Rebuck). IMAG.224-227-296-567
17FEV1940-1993
- Nelson Dias: Artista plástico português, ilustrador de Wanya
- Escala Em Orongo (1972) -
«A violência que perpassa é sempre contada em flashback,
como recordação - tanto do que vitimou Orongo, como do que ocorreu
na Terra, antes de ter superado uma atávica inclinação guerreira».
IMAG.166-173-178-263-385-404-551
1878-20FEV1960
- António Correia de Oliveira: Poeta português - «Cristão, um
trovador e um cavalheiro. Cantou, como os maiores, o sentimento do
Povo, o encanto da Terra e a fascinação do Céu» (Caldeira
Coelho). IMAG.668-699
22FEV1900-1983
- Luís Buñuel Portolés, aliás Luís Buñuel: Cineasta espanhol -
«A nossa memória é nossa consciência, a nossa razão, a nossa
acção, o nosso sentimento… Sem ela, somos nada. A imaginação é
o nosso primeiro privilégio, tão inexplicável como o fenómeno que
a provoca».
IMAG.172-263-314-369-428-501
TRAJECTÓRiA
NELSON
DIAS
Nasceu
em Matosinhos, a 17 de Fevereiro de 1940. Concluiu o Curso Superior
de Pintura em 1964, na Escola Superior de Belas Artes do
Porto/FBA-UP. Realizou a sua primeira exposição individual na
Galeria Quadrante/Lisboa, em 1968. Nos anos que se seguiram, realizou
várias encomendas para tapeçaria e, no campo da pintura, efectuou
intensa pesquisa numa linguagem pop,
que nunca veio a público. Em 1972, publicou o álbum de banda
desenhada Wanya, Escala Em
Orongo, com texto de Augusto
Mota. Em 1973, estes mesmos artistas concretizaram Copra,
a Flor da Memória.
Durante
a sua carreira, Nelson Dias participou em inúmeras exposições
colectivas, em Portugal e no estrangeiro, e realizou várias
exposições individuais, de que se destacam as últimas: 1989 -
Anamnésias
(Galeria São Francisco - Lisboa), 1990 - Metamorfoses
(Galeria AlfaMixta - Lisboa), 1991- Géneses
(Galeria Espiral - Oeiras). Está representado no Museu Armindo
Teixeira Lopes, no museu Bello Pinero na Corunha/Espanha, no Museu da
Caixa Geral de Depósitos e em inúmeras colecções particulares. À
data do seu falecimento, em 26 de Janeiro de 1993, fazia parte
integrante, como Professor Agregado, do corpo docente da FBA-UL, onde
exercia docência desde 1982.
Foi
distinguido com o 1º Prémio na Bienal de Desenho da Cooperativa
Árvore (Porto, 1985), o 2º Prémio no Concurso Internacional de
Desenho Perez Villaamil (Corunha/Espanha, 1988), o 1º Prémio de
Desenho na III Bienal de Escultura e Desenho das Caldas da Rainha
(1991), e o 1º Prémio de Pintura no V Concurso Internacional de
Pintura de Freiburg (Alemanha, 1992).
BREVIÁRiO
Dom
Quixote edita Vida e Obra de
Fernando Pessoa (1888-1935)
de João Gaspar Simões (1903-1987).
IMAG.26-28-64-82-130-131-157-182-187-196-207-211-236-264-323-326-330-333-343-347-376-382-384-385-395-399-403-404-417-426-433-450-460-467-491-507-509-524-540-551-556-561-576-593-596-604-605-612-613-617-622-632-638-640-645-662-663-687-691-712-716-733
Dom
Quixote edita Isto Não Pode
Acontecer Aqui de Sinclair
Lewis (1885-1951); tradução de José Roberto.
EXTRAORDINÁRiO
OS
SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico
A
MELANCOLIA FIXA DO CONTROLADOR DE ONDAS -
8
E
no entanto, o fantasmagórico Damião de Magalhães atravessara já
Cascais, espantado e escorraçado com os sinais dos tempos,
prosseguindo um erradio litoral para as bandas de Lisboa. Estava,
afinal, com o sol em ocaso, nesse cúmulo telúrico que lhe havia
sido familiar, Belém, onde e quando se tornava ilíquida a fusão de
marés, entre Tejo e Atlântico.
– Continua
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