José
de Matos-Cruz | 1 Fevereiro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
VIEIRA
Na alvorada do Século XVII, António Vieira nascia em Lisboa. Aos seis anos, o pai levou-o para São Salvador da Bahia. Formou-se no Colégio dos Jesuítas, e lá se ordenou. No Brasil, cedo pugnou contra o martírio dos escravos negros e em favor dos índios. De novo em Lisboa, tomou a defesa dos cristãos-novos e expôs doutrinas sobre o messianismo português. Encarcerado e julgado pelo Tribunal da Inquisição de Coimbra (1663), acabou por ser condenado e preso… Sendo a utopia uma matriz quimérica, enquanto realidade idealizada, a palavra de Vieira nos Sermões é um paradigma: simbólica, reveladora, mística, impetuosa, acutilante, poderosa, instrumento ou tormento. Assim falada e transfigurada, é também excelsa e a excelência do deslumbramento. Aquele que Fernando Pessoa considerou «o imperador da língua portuguesa», suscita a mais requintada fusão entre o verbo e o olhar, o testemunho e a narrativa.
Na alvorada do Século XVII, António Vieira nascia em Lisboa. Aos seis anos, o pai levou-o para São Salvador da Bahia. Formou-se no Colégio dos Jesuítas, e lá se ordenou. No Brasil, cedo pugnou contra o martírio dos escravos negros e em favor dos índios. De novo em Lisboa, tomou a defesa dos cristãos-novos e expôs doutrinas sobre o messianismo português. Encarcerado e julgado pelo Tribunal da Inquisição de Coimbra (1663), acabou por ser condenado e preso… Sendo a utopia uma matriz quimérica, enquanto realidade idealizada, a palavra de Vieira nos Sermões é um paradigma: simbólica, reveladora, mística, impetuosa, acutilante, poderosa, instrumento ou tormento. Assim falada e transfigurada, é também excelsa e a excelência do deslumbramento. Aquele que Fernando Pessoa considerou «o imperador da língua portuguesa», suscita a mais requintada fusão entre o verbo e o olhar, o testemunho e a narrativa.
CALENDÁRiO
1926-09OUT2016
- Andrzej Witold Wajda, aliás Andrzej Wajda: Cineasta polaco,
distinguido com a Palma de Ouro em Cannes por O
Homem de Ferro (1981) -
«A par das inquietações políticas e filosóficas, construiu
uma linguagem cinematográfica sólida, um realismo robusto pontuado
aqui e ali por um grão de loucura, por um toque de humor negro»
(José Geraldo Couto).
12OUT-17DEZ2016
- Em Lisboa, Kunsthalle Lissabon apresenta Habitantes
de Habitantes - exposição
de elementos múltiplos (vídeo, desenho e pintura) de Mariana Caló
e Francisco Queimadela.
1926-13OUT2016
- Dario Fo: Escritor italiano, pintor, encenador e actor, distinguido
com o Prémio Nobel da Literatura (1997) - «A Itália perde um dos
grandes protagonistas do teatro, da cultura, da vida civil do nosso
país. A sua sátira, a busca, o trabalho em cena, a sua poliédrica
atividade artística permanecem na herança de um grande italiano no
mundo» (Matteo Renzi).
IMAG.72-216-582
13OUT2016
- Bob Dylan, aliás Robert Allen Zimmerman, é distinguido com o
Prémio Nobel da Literatura, «por criar novas expressões poéticas
dentro da grande tradição da música americana». IMAG.
13-24-61-85-115-136-151-187-211-227-233-256-265-290-347-453-503-539-594
13OUT2016
- NOS Audiovisuais estreia O
Cinema, Manoel de Oliveira e Eu de
João Botelho; com Leonor Silveira e Marcello Urgeghe.
IMAG.1-68-168-189-236-243-326-532-603
13OUT2016-26FEV2017
- Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado
apresenta A Imagem Paradoxal -
exposição de fotografia de Francisco Afonso Chaves (1857-1926),
sendo curadores Victor dos Reis e Emília Tavares.
23NOV1928-14OUT2016
- Pierre Étaix: Cineasta francês, actor e realizador - «Além de
explorar as linguagens universais da comédia, integrou importantes
influências de criadores de Hollywood como Charles Chaplin ou Buster
Keaton» (João Lopes).
21OUT2016-15JAN2017
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Live
Act - exposição de pintura
de Diogo Navarro. IMAG.388
COMENTÁRiO
Gustav
Klimt
Pintor
denegrido por mais de dez anos em sua terra, seu trabalho foi, no
entanto, a expressão de um período histórico de mudanças que
aconteciam pelo mundo e por isso ele é uma referência na história
da pintura. Gustav Klimt é o exemplo e a expressão de um pintor de
seu tempo, corajoso, ativo, altamente criativo e que participou
ativamente das profundas transformações pelas quais o mundo
passaria a partir do começo do século 20, em todos os ramos da vida
humana, incluindo as artes.
Mazé
Leite
-
Gustav Klimt, Um Pintor do Seu
Tempo (excerto)
MEMÓRiA

06FEV1608-1697
- Padre António Vieira: Escritor português, filósofo e orador da
Companhia de Jesus - «O tempo, como o Mundo, tem dois hemisférios:
um superior e visível, que é o passado, outro inferior e invisível,
que é o futuro. No meio de um e outro hemisfério ficam os
horizontes do tempo, que são estes instantes do presente que imos
vivendo, onde o passado se termina e o futuro começa».
IMAG.118-139-165-191-215-226-237-241-295-494-553-566-619
1862-06FEV1918
- Gustav Klimt: Pintor austríaco - «Quem olha para mim, nada vê de
especial. Sou um pintor que trabalha todo o dia, de manhã até à
noite - figuras e paisagens, mais raramente retratos». IMAG.378
07FEV1478-1535
- Thomas Morus, aliás Thomas More: Escritor inglês, filósofo,
jurista, político, estadista e humanista - «Um homem tal que, em
muitos séculos, o sol não viu outro mais leal, mais franco, mais
devoto, mais sábio» (Desiderius Erasmus). IMAG.41-165
07FEV1938-2015
- Manuel João Maya de Lucena, aliás Manuel de Lucena: Historiador
português, cientista político, cofundador da revista O
Tempo e o Modo (1963) - «A
única coisa que faço mesmo bem é traduzir». IMAG.554-608
ANTIQUÁRiO
1515
- Em Inglaterra, Thomas More escreve Utopia
- cujo narrador, Raphael Hythloday, descreve a realidade ideal, em
perspectiva crítica sobre a sociedade imperfeita numa Europa
contemporânea.
VISTORiA
Sabeis
que um homem que vive na ociosidade e nos prazeres, habituado a
trazer espada e escudo, a olhar altivamente para os vizinhos e a
desprezar toda a gente, é pouco capaz de manejar a enxada e o
alvião, de trabalhar dedicadamente por pequenos salários e má
alimentação, ao serviço de um pobre lavrador?
Thomas
More
-
Utopia
(1515 - excerto)
Há-de
tomar o pregador uma só matéria, há-de defini-la para que se
conheça, há-de dividi-la para que se distinga, há-de prová-la com
a Escritura, há-de declará-la com a razão, há-de confirmá-la com
o exemplo, há-de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as
circunstâncias, com as conveniências que se hão-de seguir, com os
inconvenientes que se devem evitar; há-de responder às dúvidas,
há-de satisfazer as dificuldades, há-de impugnar e refutar com toda
a força de eloquência os argumentos contrários, e depois disto
há-de colher, há-de apertar, há-de concluir, há-de persuadir,
há-de acabar. Isto é sermão, isto é pregar e o que não é isto,
é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não
haja de ter variedade de discursos, mas esses hão-de nascer todos da
mesma matéria, e continuar e acabar nela.
Padre
António Vieira
-
Sermão da Sexagésima (1655
- excerto)
TRAJECTÓRiA
THOMAS
MORE E O ROSTO DA HISTÓRIA

BREVIÁRiO
Dom
Quixote edita O Livro do Riso
e do Esquecimento de Milan
Kundera; tradução de Tereza Coelho. IMAG.355-364-366-580
Warner
edita em CD, The
Last Word: The Warner Bros Years por
Miles Davis (1926-1991).
IMAG.64-84-255-340-390-485-521-564
Tinta
da China edita Entre
Dois Impérios - Viajantes Britânicos Em Goa
de Filipa Lowdes Vicente.
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