quarta-feira, abril 21, 2021

FUNDA|MENTAL 90

José de Matos-Cruz | 01 Julho 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

03JUL1921-19FEV1983 - João Carlos Guedes de Carvalho, aliás João Guedes: Actor português de teatro (iniciado sob a direção de António Pedro, no Teatro Experimental do Porto), cinema e televisão; encenador, narrador; estágios em França.

04JUL1908-23JUL1972 - Adolfo Casais Monteiro: Escritor português, ficcionista e poeta, ensaísta e crítico literário, tradutor e epistólogo, professor e conferencista, autor de Noite Aberta aos Quatro Ventos (1943) - «Vem vento, varre / sonhos e mortos. / Vem vento, varre / medos e culpas. / Quer seja dia, / quer faça treva, / varre sem pena, / leva adiante / paz e sossego, / leva contigo / nocturnas preces, / presságios fúnebres, / pávidos rostos / só cobardia. // Que fique apenas / erecto e duro / o tronco estreme / de raiz funda. / Leva a doçura, / se for preciso: / ao canto fundo / basta o que basta. / Vem vento, varre!» (Vem, Vento, Varre!).

06JUL1907-13JUL1954 - Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, aliás Frida Kahlo: Artista plástica mexicana - «Pinto a mim mesma, porque estou sozinha, e porque sou o assunto que conheço melhor… Aguardo alegremente a saída - e espero nunca mais voltar».

07JUL1858-17MAI1941 - José Leite de Vasconcellos Cardoso Pereira de Melo, aliás Leite de Vasconcellos: Arqueólogo, etnógrafo, linguista e filólogo português; fundador da Revista Lusitana (1889) e de Arqueólogo Português (1895), ou do Museu Etnológico de Belém (1893), autor de Religiões da Lusitânia (1897) ou de Estudos de Filologia Mirandesa (1900), professor da Faculdade de Letras / Universidade de Lisboa (1911) - «Convém conservar certos costumes que não contradizem formalmente o progresso e, pelo contrário, servem para pôr ou manter no espírito dos cidadãos o apego à vida local».

PORTA|VOZ

Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma jovem caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se tu soubesses como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminando a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. As minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes, e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria.

Frida Kahlo

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

08JUL1944-14FEV2021 - Mourid Barghouti: Escritor palestiniano, ficcionista e poeta; exilado por Líbano, Jordânia, Iraque ou Egipto; autor de Ra’aytu Ram Allah / Eu Vi Ramallah (1997) - «Não somos poetas com um só tema. Um momento de alegria ou de tristeza tem uma justaposição com o seu oposto. Não há uma face, eu vejo duas. Questiono-me constantemente… Quando se simplifica demasiado, mais vale desistir».

22ABR1924-16FEV2021 - Carmen Dolores Cohen Sarmento Veres, aliás Carmen Dolores: Artista portuguesa, irmã de António Sarmento; declamadora (logo Rádio Sonora - 1938), actriz de cinema (a partir de Amor de Perdição - 1943 de António Lopes Ribeiro, segundo Camilo Castelo Branco), de teatro (desde 1945, em Electra – A Mensageira dos Deuses de Jean Giraudoux por Os Comediantes de Lisboa / Teatro da Trindade) e de televisão (como Frei Luís de Sousa - 1967 de Jorge Listopad, segundo Almeida Garrett); cofundadora Teatro Moderno de Lisboa (1961); escritora, poetisa e autobiógrafa (como Retrato Inacabado – Memórias - 1984); Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Grande-Oficial da Ordem de Mérito, distinguida com o Prémio Lucinda Simões (1959 e 1961), com a Medalha de Mérito Cultural / Governo de Portugal - Ministério da Cultura (1991), com o Prémio António Quadros / Teatro (2016) ou com o prémio Sophia - Carreira / Academia Portuguesa de Cinema (2016) - «É uma saudade daquilo que posso deixar. Não é nostalgia do que passou, nem melancolia porque lembro sobretudo as coisas boas - sem me esforçar muito por isso. Sei que sinto falta das pessoas que já cá não estão, não só da família como dos colegas mas isso é natural» (2017 - a Ana França / Observador).

PASSA|TEMPO

Universal edita em CD, Sérgio Godinho & Orquestra Metropolitana de Lisboa - Ao Vivo No São Luiz.

Documenta edita Manuel António Pina [1943-2012] - Desimaginar o Mundo; organização de Rita Basílio e Sónia Rafael.

Sem comentários:

Enviar um comentário