IMAGINÁRiO EXTRA - X #11 (Dark Horse)
José
de Matos-Cruz | 25 Maio 2015 | Edição Kafre | Ano XII – Semanal – Fundado em
2004
PRONTUÁRiO
CELEBRAÇÃO

COMENTÁRiO
_ A
experiência de fazer este comic-book,
X #11, marcou a minha estreia
efectiva na banda desenhada norte-americana, após uma edição inicial na Previews (2001) e uma primeira instância
profissional, para a Platinum Studios (2003). Mas sendo a revista um fill-in (i.e. um número isolado, de
substituição), que espero seja em breve suplantado por novos trabalhos, não
sinto que haja justificação suficiente para este Imaginário-Extra, daí que opte por preenchê-lo com descrição das
circunstâncias que levaram à oportunidade.
Após algumas tentativas
goradas e um hiato ausente dos meandros editoriais, voltei a apostar nos comics em 2013, na sequência da
participação nos livros d’O Infante
Portugal, que me devolveram o gosto criativo, e de assistências artísticas
para o mercado estrangeiro, que promoveram uma disciplina de trabalho.
Posteriormente, voltando ao contacto com o agente artístico &
arte-finalista Joe Prado, fui convidado a integrar a nova agência que este iria
criar, com o sócio Ivan Freitas da Costa, a Chiaroscuro Studios. A apresentação
deu-se alguns meses à frente, e a minha primeira ocasião de trabalho surgiu no
fim do ano – precisamente dez anos após o ensaio inicial –, quando a editora
Dark Horse Comics precisou de um artista convidado na série mensal X (vol.2).
Apesar de trabalhos feitos
em contra-relógio durante aquele ano, e uma amostra esmerada, para portfólio,
fiquei agitado ao assumir um desafio tão definitivo, pois era uma oportunidade
rara de realizar algo palpável e me incitar a nível profissional. Outro factor
entusiasmante deveu-se ao título ter sido celebrizado pelo escritor veterano
Steven Grant, na década de ’90, sendo uma afinidade que me agradava, dado o meu
primeiro trabalho pago na indústria americana ter sido a desenvolver um
projecto original escrito por ele. No processo, fui acompanhado pelo
arte-finalista Mark Pennington (…apelido talhado à medida de um ‘inker, diga-se), que embora se tenha
licenciado na Joe Kubert School no mesmo ano em que entrei na Escola Primária,
colaborou ao longo dos anos com muitos dos meus ídolos do sector.
O que guardei do processo
criativo foi, acima de tudo, a revelação dos meus pontos fortes e fracos, que
nem sempre foram os que esperava, quando levados aos extremos pela exigência dos
prazos; mas simultaneamente, também percebi que, limadas as arestas, se trata
de uma ocupação que consigo desenvolver. Ficou ainda marcada a noção do desgaste
que trabalhar a este nível impõe, e a minha satisfação por ter superado esta prova de fogo.
Resta sublinhar o gozo que
o guião de Duane Swierczynski propiciou, o qual, neste capítulo da história,
comparo ao confronto similar, no final de Assalto
ao Arranha-Céus/Die Hard, mas
entre super-heróis e vilões! Não só o tom é impecável, aproveitando cada
momento e cada acção para definir as personagens e preparar o desfecho
inesperado, como equilibra magistralmente a rotatividade do violento climax
entre X e o mercenário Gamble, num edifício em chamas, com a tensão subtil
entre Leigh e Ellie, respectivamente a colega de X e a assistente do gangster Carmine Tango.
?Daniel Maia
RELATÓRiO

_ Editado
em Agosto 2014, o álbum X vol.3: Siege, por Duane
Swierczynski, Eric Nguyen e Daniel Maia, et
al, reúne os comic-books X #9-12, com 104 páginas e PVP 14,99$.
_ As mãos de X já
estavam ocupadas com Carmine Tango… Depois, Gamble reapareceu! X pensava ter
morto este suave hitman há anos
atrás, mas o assassino obcecado por sorte ainda está no jogo, apostando as suas
chances numa vingança! Bem-vindo a Arcadia, onde as previsões são más… e os
maus são imprevisíveis!
_ A cidade Arcádia cai no caos, à medida que velhos vilões regressam e
novos inimigos nascem! Enquanto X enfrenta psicopatas suicidas, mafiosos
supersticiosos e assassinos viciados em adrenalina, a sua colega Leigh descobre
os segredos do seu passado… antes deste fechar a sua máscara a cadeado e se
transformar em X!
Quem
é X?

Herdeiro da verve anti-heróica sentida na altura, X combatia em Arcadia, uma de quatro cidades abordadas na divisão editorial, antro de corrupção e violência, onde o vigilante era a única força pelo Bem. Caracterizado por uma máscara-capuz com “X” vermelho no centro, amovível devido ao grilhão e cadeado presos ao pescoço, X não desfruta de identidade secreta como a maioria dos heróis e é-lhe desconhecido um passado. Apenas o seu método o demarca: quando um criminoso é avisado, recebe um corte diagonal na face; o próximo corte diagonal – a fechar o “X” – precede a sua morte!
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