José
de Matos-Cruz | 01 Novembro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
INOCÊNCIA
As
tradicionais guerras entre cão e gato, que inspiraram as fábulas de
outros tempos e se reflectiram pelos imaginários da animação,
culminariam afinal num pacto de paz e cumplicidade, sob o signo da
banda desenhada. Tudo, graças a Mutts
(1994) - uma obra concebida e ilustrada por Patrick McDonnell.
Ingénuas, irónicas, surpreendentes, as proezas de Earl e Mooch
transfiguram uma vivência quotidiana, estilizada pelo olhar humano -
e, assim, reinvestidas à primordial dimensão realista. Tudo, para
que cada um de nós se divirta e reencontre, pelas emoções mais
genuínas. Como apreciou Charles M. Schulz - o privilegiado autor de
Peanuts,
e pai do irreverente Snoopy - «Mutts
é
tudo o que uma tira deveria ter. Dá sempre gozo lê-la, e as duas
personagens principais são maravilhosamente inocentes. Patrick criou
um pequeno mundo, que existe dentro de si próprio». Heróis por
conta própria, irresistíveis, Earl descobre que, quando está em
maus lençóis, o melhor é ir para debaixo da cama; já Mooch é
mais simples e directo, enquanto dá largas à sua filosófica
indolência: «Ronrono, logo existo!». IMAG.489
CALENDÁRiO
JUN-14JUL2017
- Em Lisboa, Espaço Novo Banco apresenta A
Voz Na Cabeça - exposição
de fotografia de Valter Vinagre. IMAG.248-538-580-584-614-640-671
JUN-31OUT2017
- No Porto, Antigos Armazéns da Croft apresenta Porto
e Douro: Through the Lens -
exposição de fotografia (1845-1975) de Emílio Biel, Domingos
Alvão (Casa Alvão), António Beleza (Estúdio
Beleza) e Frederick William Flower.
21JUN-12JUL2017
- Em Lisboa, Casa-Museu Medeiros e Almeida apresenta Passeio
de Uma Rapariga Europeia -
exposição de pintura e desenho de Manuel Vilarinho.
22JUN-09SET2017
- Em Lisboa, Galeria 111 apresenta #Nervosa
- exposição de pintura de Rui Miguel Leitão Ferreira.
23JUN-29JUL2017
- Em Lisboa, Fundação Carmona e Costa apresenta Missão
Fria - exposição de desenho
de Pedro Casqueiro, sendo curador Bruno Marchand.
30JUN-09SET2017
- Bedeteca da Amadora expõe As
Cadernetas e os Desenhadores - À Procura da Simbiose Perfeita,
em parceria entre a Câmara Municipal da Amadora e o Clube Português
de Banda Desenhada.
06JUL-22SET2017
- Em Lisboa, Museu do Oriente apresenta, com AJA / Associação José
Afonso (1929-1987) e Câmara Municipal de Grândola, Desta
Canção Que Apeteço -
exposição sobre a Obra
Discográfica de José Afonso 1953-1985,
a partir de uma pesquisa de Miguel Gouveia e Cláudia Lopes.
IMAG.6-119-170-237-269-328-421-422-427-599
08JUL2017
- Em Cascais, Bedeteca José de Matos-Cruz / Biblioteca Municipal de
S. Domingos de Rana leva a efeito a 3.ª sessão das Conversa(s)
Sobre Banda Desenhada, sendo
convidados Jorge Magalhães & Catherine Labey.
IMAG.126-129-132-147-150-160-234-256-385-404-414-416-420-430-453-550-626-648
13JUL-17SET2017
- Centro de Exposições de Odivelas apresenta O
Corpo e a Cor - exposição
de pintura de Sofia Bobone.
VISTORiA
Sem
autenticidade, sem educação, sem liberdade no seu significado mais
amplo – na relação consigo mesmo, com as próprias ideias
pré-concebidas, até mesmo com o próprio povo e com a própria
história – não se pode imaginar um artista verdadeiro; sem este
ar, não é possível respirar.
Ivan
Turgéniev
-
A Propósito de ‘Pais e
Filhos’
MEMÓRiA
1915-03NOV1998
- Robert Kahn, aliás Bob Kane: Artista americano de
quadradinhos, criador do Homem-Morcego (1939) - «Toda a imortalidade
de que Batman
desfruta, provém do meu estilo original, que perdurou durante vinte
anos, e não do new look que
entretanto lhe atribuíram».
IMAG.2-62-201-208-227-292-399-419-536-546
04NOV1908-2005
- Józef Rotblat, aliás Joseph Rotblat: Cientista britânico de
origem judaico-polaca, físico, galardoado com o Prémio Nobel da Paz
(1995) com a Pugwash, organização de luta contra as armas
nucleares, da qual foi um dos fundadores. IMAG.56
1942-04NOV2008
- John Michael Crichton, aliás Michael Crichton: Escritor e produtor
americano, de cinema e televisão, autor de Parque
Jurássico -
«Qualquer descoberta é
sempre, mas sempre, uma violação do mundo natural».
IMAG.26-223-391
09NOV1818-1883
- Ivan Sergueievitch
Turgéniev: Romancista
e dramaturgo russo - «No final, a Natureza é inexorável. Ela não
tem razão para se apressar e, mais cedo ou mais tarde, tudo o que a
ela pertence, a ela voltará, sempre inconsciente e inflexivelmente
obediente às suas próprias leis, que não conhecem a arte, assim
como não conhecem a liberdade e a bondade».
IMAG.179-200-202-220-335-338-433
1792-13NOV1868
- Gioacchino Antonio Rossini, aliás Gioacchino Rossini: Compositor
italiano - «Em criança, eu tinha uma bela voz… Os meus pais
faziam-me cantar no coro da igreja. Foi quando um tio, barbeiro de
profissão, os convenceu da oportunidade de impedir a mudança da
minha voz, pois assim tornar-me-ia uma fonte segura de rendimento
para toda a família». IMAG.320-323-360-440-585
TRAJECTÓRiA
Rossini
- O Compositor de O Barbeiro de Sevilha
Gioacchino
Rossini (Pesaro, 1792-Paris, 1868) foi um compositor de talento e,
sobretudo, de sucesso - a ponto de ser o mais célebre da época,
preferido pelo grande público ao seu contemporâneo Beethoven. Da
longa lista de óperas (no seu repertório destaca-se também outro
tipo de peças, com destaque para a obra sacra Sabat
Mater) podem citar-se A
Dama do Lago, Tancredo,
A Italiana Em Argel,
Otello,
Cinderela,
A Pega Ladra,
Moisés No Egipto,
Semiramis
ou Guilherme Tell (talvez
a sua obra-prima). Mas o nome de Rossini está sobretudo associado a
O Barbeiro de Sevilha,
essa popular ópera-bufa em dois actos, em que o conde Almaviva
convence o amigo barbeiro Fígaro a ajudá-lo a conquistar Rosina
(bela moça que vive com o médico Bartolo, que se quer casar com
ela) numa sucessão de peripécias e disfarces, espiões a fingir e
polícias de gargalhada. E mais do que a intriga rocambolesca, o que
tem perdurado ao longo dos séculos são alguns trechos que se
universalizaram. Sobretudo a ária inicial, Largo
al Factotum, que toda a gente
sabe trautear: «Fígaro qua, Fígaro la, Fígaro qua, Fígaro la /
Figaru su, Fígaro giu, Figaru su, Fígaro giu».
17OUT2009
- Diário de Notícias
COMENTÁRiO
Michael
Crichton
Era
o melhor a misturar aspectos da ciência com grandes conceitos
dramáticos, e isto deu credibilidade a um imaginário em que os
dinossauros vivem de novo sobre Terra. Tinha um temperamento gentil,
e reservou a sua faceta mais extravagante para as narrativas
literárias. Não há ninguém em tal actividade que possa preencher
a sua ausência, ou continuar o seu trabalho romanesco.
Steven
Spielberg
PARLATÓRiO
Todos
os sentimentos podem conduzir ao amor e à paixão. Todos: o ódio, a
compaixão, a indiferença, a veneração, a amizade, o medo e até
mesmo o desprezo. Sim, todos os sentimentos, excepto um: a gratidão.
A gratidão é uma dívida: todo o homem paga as suas dívidas, mas o
amor não é dinheiro.
O
lugar insignificante que ocupo é tão minúsculo em comparação com
o resto do espaço em que não estou, e onde não se importam comigo…
A parcela de tempo que hei-de viver é tão ridícula em face da
eternidade, onde nunca estive e nunca estarei… Neste átomo, neste
ponto matemático, o sangue circula, o cérebro trabalha e quer
alguma coisa… Que estupidez! Que inutilidade!
Ivan
Turgéniev
INVENTÁRiO
Uma
obra de arte pertence, antes de mais, ao criador que a
imaginou.
Contudo, também é um pouco dos que, apaixonadamente, dedicaram toda a sua vida, para que ela possa ser admirada, não só pelos seus contemporâneos, mas também por aqueles que ainda hão de vir.
Contudo, também é um pouco dos que, apaixonadamente, dedicaram toda a sua vida, para que ela possa ser admirada, não só pelos seus contemporâneos, mas também por aqueles que ainda hão de vir.
É
essa história, feita de pequenos e grandes relatos, que aqui é
narrada.
Grão
Vasco é o pintor Vasco Fernandes, mas é também o nome do museu que
acolheu a sua obra e o fez ganhar o seu quinhão de eternidade.
Longe
vão, pois, os tempos em que a criação deste museu não passava
apenas de uma ideia. Depois, com Almeida Moreira, ela ganha
finalmente forma, com a criação de um museu regional que, ao longo
dos anos, vai crescendo e diversificando-se. Actualmente, e já com
cem anos de existência, o seu acervo tornou-se tão importante, que
é já considerado um museu nacional.
E
esse é, de facto, um prémio justo para todos os que, com paixão,
construíram coleções únicas sobre Vasco Fernandes, o naturalismo
português, a escultura medieval e as artes decorativas. E isto é,
apenas, a história dos primeiros cem anos…
BREVIÁRiO
Edições
Esgotadas lança Museu
Nacional Grão Vasco 1916-2016 - Em Busca da Arte Perdida de
João AmaralIMAG.7-149-155-204-416-430-431-446-539-596-678
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