sexta-feira, junho 25, 2021

FUNDA|MENTAL 99

José de Matos-Cruz | 08 Setembro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

08SET1925-24JUL1980 - Richard Henry Sellers, aliás Peter Sellers: Artista britânico, actor de teatro e cinema, cantor, protagonista de Dr. Estranhoamor Como Deixei de Me Preocupar e Passei a Amar a Bomba / Dr. Strangelove or: How I Learned To Stop Worrying and Love the Bomb (1964 - Stanley Kubrick) - «Eu não tenho personalidade própria. Sou um actor de personagens… O que vejo ao espelho é alguém que nunca cresceu, um sentimental que oscila entre cumes grandiosos e sombrias profundezas». F|M.93


13SET1923-16MAR1993 - Natália de Oliveira Correia, aliás Natália Correia: Escritora portuguesa, ficcionista, dramaturga, ensaísta, poeta e jornalista - «Nada a fazer amor, eu sou do bando / Impermanente das aves friorentas; / E nos galhos dos anos desbotando / Já as folhas me ofuscam macilentas; // E vou com as andorinhas. Até quando? / À vida breve não perguntes: cruentas / Rugas me humilham. Não mais em estilo brando / Ave estroina serei em mãos sedentas. // Pensa-me eterna que o eterno gera / Quem na amada o conjura. Além, mais alto, / Em ileso beiral, aí espera: // Andorinha indemne ao sobressalto / Do tempo, núncia de perene primavera. / Confia. Eu sou romântica. Não falto.» (
O Espírito - in Sonetos Românticos, 1990-1991).

14SET1580-08SET1645 - Francisco Gómez de Quevedo Villegas y Santibáñez Cevallos, aliás Francisco de Quevedo: Escritor espanhol, ficcionista e poeta, crítico e ensaísta, autor de El Parnaso Español (1648) - «Da raivosa paixão que resulta do ciúme, só os ciumentos podem falar adequadamente. E será que mesmo os que a padecem são capazes de explicá-la? Como a devem rotular: Loucura furiosa? Inferno confuso? Verdugo do coração?».

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

17MAR-30ABR2021 - Em Ponta Delgada / Açores, Galeria do Centro Municipal de Cultura expõe, em parceria com Biblioteca Pública e Arquivo Regional, Natália: A Imagem, Em Múltiplos Espelhos; sobre Natália Correia (1923-1993).

05ABR-03OUT2021 - No Porto, Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta a exposição de fotografia Jorge Molder – Obras da Colecção de Serralves, sendo curadora Isabel Braga.

12JUL1929-20ABR2021 - Monte Jay Himmelbaum, aliás Monte Hellman: Cineasta americano, discípulo de Roger Corman; montador, argumentista e produtor; professor e pedagogo; realizador de Duelo No Deserto / The Shooting (1966), de O Furacão / Ride In the Whirtwind (1966), de A Estrada Não Tem Fim / Two-Lane Blacktop (1971), Clayton, o Cavaleiro da Noite / China 9, Liberty 37 (1978), ou de Sem Destino / Road To Nowhere (2010) - «Uma das carreiras mais secretas do cinema americano do Século XX» (Jorge Mourinha).

16MAR1928-24ABR2021 - Christa Ludwig: Cantora lírica alemã, mezzosoprano com carreira internacional (1946-1994); intérprete distinta de Wolfgang Amadeus Mozart, de Richard Strauss ou de Richard Wagner - «Uma voz grande, com um timbre ao mesmo tempo doce, mas também muito alemã» (Elisabete Matos).

31MAI1934-28ABR2021 - Mara Dyrce Abrantes da Silva Santos, aliás Mara Abrantes: Artista brasileira, radicada em Portugal (1958); cantora (e actriz de teatro, cinema e televisão); intérprete de Um Tiquinho Mais (1954), de Disparada (1968), de Maria do Maranhão (1968), de Quem É Homem Não Chora (1968), de Qualquer Dia, Qualquer Hora (1978), de Os Amantes (1979), ou de Horóscopo (1980) - «Uma voz romântica e sensual» (António Martins).

04NOV1948-04MAI2021 - Julião Manuel Tavares Sena Sarmento, aliás Julião Sarmento: Artista plástico português, com carreira internacional; pintor e desenhador, gráfico e ilustrador, litógrafo e serigrafista, escultor e performer, fotógrafo e cineasta - «Estava sempre a experimentar. Não era um pintor, era um artista que, praticamente, usou todos os meios: a pintura, a colagem, o filme, a instalação… Nunca quis ficar na parte estreita da rua, olhou sempre para os grandes horizontes. Não tinha limites» (Vicente Todolí). F|M.52-93

PASSA|TEMPO

Cavalo de Ferro edita Kaputt de Curzio Malaparte (1898-1957); tradução de Amândio César.

Cotovia edita Eneida de Virgílio (70aC-19aC); tradução de Carlos Ascenso André.

Dom Quixote edita Em Todos os Sentidos de Lídia Jorge. F|M.4-45-47

sexta-feira, junho 18, 2021

Extra: AURORA BOREAL em QUADRADINHOS [7]

Para uma das vertentes que suscitariam a expansão de Aurora Boreal em banda desenhada, José de Matos-Cruz concebeu uma série de breves contextos alusivos a distintas incidências e facetas, fantásticas ou oníricas, que envolveram a saga original, e cuja livre recriação foi confiada a artistas que não haviam participado no original tríptico imaginado/literário (O Princípio Infinito - 2017-2018, O Eterno Paradoxo - 2019, O Círculo Imperfeito - 2020).

Entre tais propostas, latentes ou seminais, João Raz desenvolveria Aurora Boreal e a História Sem Memória (1 prancha, pb), complementada pelos alcances implícitos em Aurora Boreal e a Matriz Transfigurada… Assim, evoluem referências ou reminiscências entre «Vivências alheias / que se tornam as suas», «Recriando enleios. / Envolvendo encantos» para uma projecção mais ampla, alegórica, sob os auspícios de Aurora Boreal em Reflexos Partilhados.


João Raz é administrativo no sector automóvel e ilustrador
freelance. Autodidacta, estreou-se na Exposição Internacional de Artes Plásticas da sua terra-natal, Vendas Novas, e editorialmente na Zona Negra (2009), criando depois Desenhos, Inks & Rabiscos, grupo de Facebook,  sob o qual editou E-Zines, figurando trabalhos seus e de colegas. Em 2012, apresentou Outros Mundos, na base do qual expôs Ilustração Fantástica no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, em 2014. Editou ainda nas antologias Zona FantásticaZona Negra 2, Zona Gráfica 2 e 3, Celacanto, H-AltEscudos da Lusitânia e outros. Entre 2018-2019, concebeu/coordenou o evento Barreiro IlustraBD (onde reside). Frequentou o 3º Iniciação à Arte Sequencial, após o que integrou o colectivo Tágide, tendo participado no fanzine Outras Bandas #4.
Actualmente, o João desenvolve o seu primeiro álbum de banda desenhada autoral.

A saga de Aurora Boreal teve edição de Apenas Livros.

segunda-feira, junho 14, 2021

FUNDA|MENTAL 98

José de Matos-Cruz | 01 Setembro 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

02SET1930-23SET2017 - Pedro Olaio, aliás Pedro Olayo (Filho): Artista plástico português, aguarelista e espatulista; discípulo de José Contente e de Edmundo Tavares - «O seu trabalho, fortemente influenciado por grandes mestres europeus da pintura impressionista, aliado ao seu olhar curioso e insatisfeito, à experimentação e à permanente investigação, inspiraram a sua obra e consagraram-no no mundo das artes» (Luís Filipe Castro Mendes).


02SET1943-07OUT2018 - Maria Ema Mendes de Campos, aliás Mariema: Cantora e actriz portuguesa, de teatro, televisão e cinema, intérprete de
O Fado Mora Em Lisboa (1965) - «Tinha uma maneira de representar que era diferente, muito aberta, sempre muito risonha e quase chaplinesca» (Vítor Pavão dos Santos).

03SET1925-10ABR2017 - Maria Helena Monteiro da Rocha Pereira, aliás Maria Helena da Rocha Pereira: Filóloga, investigadora e docente, ensaísta e tradutora, especialista em Estudos Clássicos (culturas grega e latina), primeira mulher portuguesa doutorada pela Universidade de Coimbra (1956; em 1964, professora catedrática da Faculdade de Letras; em 1965, directora do Instituto de Arqueologia; em 1991, directora do Instituto de Estudos Clássicos), autora de Estudos de História da Cultura Clássica (1965) ou de Temas Clássicos Na Literatura Portuguesa (1972), sócia efectiva da Academia das Ciências de Lisboa / Classe de Letras (1991), distinguida com o Prémio Vida Literária da APE / Associação Portuguesa de Escritores (2010) - «Sem a Grécia, não somos nada».

03SET1940-13ABR2015 - Eduardo Hughes Galeano, aliás Eduardo Galeano: Intelectual uruguaio, jornalista e escritor, ficcionista e ensaísta, autor de Dias e Noites de Amor e de Guerra (1978) ou de O Livro dos Abraços (1989) - «Não vale a pena vivermos para vencer… Vale, sim, a pena viver para seguirmos a nossa consciência».

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

15ABR1937-14ABR2021 - Artur Garcia da Silva, aliás Artur Garcia: Artista português, cançonetista / actor de rádio, teatro / palco, televisão e disco; intérprete de Amor (1965), de Nasci, Sonhei, Cresci, Amei (1965), de Porta Secreta (1967) ou de Sombras de Ninguém (1969); distinguido como Rei da Rádio (1967) e Príncipe do Espectáculo (1969) - «O seu estilo interpretativo insere-se nos moldes da música ligeira da época, privilegiando a clareza da enunciação do texto» (Enciclopédia da Música Em Portugal No Século XX - Salwa Castel-Branco).

15ABR-24SET2921 - No Porto, Museu e Igreja da Misericórdia / MMIPO apresenta Capturar o Invisível - exposição de desenhos e esculturas de Alberto Giacometti (1901-1966), e em fotografias registadas pela lente de Peter Lindbergh (1944-2019).

17ABR2021-10ABR2022 - Em Vila Franca de Xira, Museu do Neo-Realismo expõe Representações do Povo - de Domingos António Sequeira a Graça Morais, passando por Raphael Bordallo Pinheiro, Augusto Gomes, Tereza Arriaga e Jorge Pinheiro - sendo comissários Carlos Silveira, Pedro Bebiano Braga, João B. Serra, Laura Castro, Joana Baião e (também coordenadora) Raquel Henriques da Silva.

PASSA|TEMPO

Saída de Emergência edita Os Contos Mais Épicos de Conan de Robert E. Howard (1906-1936), ilustrados por artistas portugueses - entre os quais Luís Corte-Real (também organizador), Rita Alfaiate, Carlos Amaral, Diana Andrade, Catarina Azevedo, Jorge Coelho, João Lemos, Estrela Lourenço, Fernando Lucas, Daniel Maia, Ruben Mocho, António Piedade, Nuno Plati, Pedro Potier, Susana Resende, Nuno Rodrigues, Marta Teives, Ricardo Venâncio, João Vento ou Fábio Veras.

Companhia das Letras edita Essa Gente de Chico Buarque. F|M.6

INTER|MÉDIO

Dom Quixote edita A Última Porta Antes da Noite de António Lobo Antunes.

Dom Quixote edita A Outra Margem do Mar de António Lobo Antunes.

Dom Quixote edita Dicionário da Linguagem das Flores de António Lobo Antunes.

sábado, junho 05, 2021

FUNDA|MENTAL 97

José de Matos-Cruz | 24 Agosto 2021 | Edição Kafre | Ano III – Semanário – Desde 2019

FENDA|MENTAL

JUSTA|POSIÇÃO

25AGO1930-15ABR2019 - Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres, aliás Maria Alberta Menéres: Escritora portuguesa, de motivação infanto-juvenil, ficcionista e poetisa, jornalista e professora - «As pedras falam? pois falam / mas não à nossa maneira, / que todas as coisas sabem / uma história que não calam. // Debaixo dos nossos pés / ou dentro da nossa mão. / O que pensarão de nós? / O que de nós pensarão? // As pedras falam? pois falam. / Só as entende quem quer, / que todas as coisas têm / uma coisa para dizer.» (As Pedras, excertos - in Conversas Com Versos, 1968). F|M.68-85

28AGO1930-03FEV2012 - Biagio Anthony Gazzara, aliás Ben Gazzara: Actor americano de teatro, cinema e televisão, realizador e encenador, intérprete de Anatomia de Um Crime / Anatomy of a Murder (1959 - Otto Preminger) ou de Maridos / Husbands (1970 - John Cassavetes) - «Gosto muito de homenagens, sobretudo quando sou eu o distinguido… Normalmente, logramos atingir o nosso objectivo, se trabalharmos com gente de muito talento».

29AGO1780-14JAN1867 - Jean-Auguste Dominique Ingres, aliás Ingres: Pintor e desenhista francês, entre o neoclassicismo e o romantismo - «Tende fé na vossa arte. Jamais penseis que produzireis qualquer coisa boa, sem terdes aspirações na vossa alma. Para dar forma à beleza, precisais de saber o que é o sublime. Amai tudo o que é verdadeiro, pois tudo o que é verdadeiro é também belo».

29AGO1945-20AGO1998 - António José Dias Assunção, aliás António Assunção: Actor português de teatro (desde 1964 - Teatro Experimental do Porto), cinema (logo A Vida É Bela…?! - 1981, de Luís Galvão Teles) e televisão (como Duarte & Cª - 1985, de Rogério Ceitil) - «É notória a extraordinária humanidade que imprimia às suas personagens, a graça que tinha, a sua enorme capacidade de contactar com o público» (Rui Mendes).

PORTA|VOZ

Um actor precisa de ter, no mínimo, dez anos de carreira para ser mais ou menos bom na sua arte.

António Assunção

ÁGUA|FORTE

FUNDA|MENSAL

ACTUAL|IDADE

05ABR-05JUN2021 - Em Lisboa, Galeria ZDB / Zé dos Bois apresenta All-U-Need - exposição de fotografia de Patrícia Almeida, sendo curadores David Guéniot e Natxo Checa. F|M.40

06ABR-10SET2021 - Em Lisboa, Culturgest apresenta Mão-de-Obra - exposição (de materiais associados à construção civil, pela visão artística) de António Bolota, sendo curador Bruno Marchant.

07ABR-06JUN2021 - Em Lisboa, Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva apresenta, no Museu, a exposição de artes plásticas Vieira da Silva [1908-1992] & Arpad Szènes [1897-1985] – Amor, Arte e Exílio. F|M.6-10-11-39|36

07ABR-06JUN2021 - Em Lisboa, Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva apresenta, na Casa-Atelier, Tinha Sempre a Lisboa Dela, e Minha, Por Fundo – João Cutileiro (1937-2021); exposição de fotografias de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) e de Arpad Szènes (1897-1985). F|M.52-85|6-10-11-39|36

08-22ABR2021 - Em Lisboa, Appleton Associação Cultural exibe Revolution My Body Nº 2 (1976) no Ciclo de Ernesto de Sousa (1921-1988), sendo curadores David Maranha e Manuel Mota, em colaboração com Isabel Alves. F|M.80-88

09ABR-17OUT2021 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia expõe Ídolos – Olhares Milenares; sobre vivências na Península Ibérica, durante a Pré-História, sendo comissários Primitiva Bueno Ramírez e Jorge A. Soler Díaz.

PASSA|TEMPO

Opera Omnia edita José Régio [1901-1969] - A Obra e o Homem de Eugénio Lisboa. F|M.4

Universal edita em CD, sob chancela Verve, The Lost Berlin Tapes de Ella Fitzgerald (1917-1996).

Quetzal edita Testamento de VGM de Vasco Graça Moura (1942-2014). F|M.2-84

quarta-feira, junho 02, 2021

Extra: AURORA BOREAL em QUADRADINHOS [6]

Concluída a saga de Aurora Boreal, em tríptico imaginado/literário (O Princípio Infinito - 2017-2018, O Eterno Paradoxo - 2019, O Círculo Imperfeito - 2020), no qual foram lançadas algumas bandas desenhadas de artistas que inspiraram a narrativa por José de Matos-Cruz, outras vivências em quadradinhos têm irradiado no universo virtual da fantástica heroína, nascida de uma relação efémera e sensual entre Oktobraia, uma aventureira soviética exilada em Lisboa, e o Malsão, um portento cósmico que avassala o marasmo lusitano.
Assim, distintas facetas ou notórios comparsas convergem sob o signo de Aurora Boreal, em novas incidências pela banda desenhada - cujos autores, agora chegados ou de regresso, suscitam com inteira liberdade uma recriação alusiva, propícia às suas próprias expectativas e peculiares motivações, transfigurando o advento de Aurora Boreal em Reflexos Partilhados.

Logo, José Macedo Bandeira concebeu Aurora Boreal/Álvaro Pessoa e o Reverso do Universo (5 pranchas, pb) com um privilégio sobre o poeta espectral, envolto num destino místico, que se desvendaria ao sortilégio de uma fadista singular… Para tal, o artista recorreu a textos de José de Matos-Cruz que, através das múltiplas presenças de Aurora Boreal, referenciassem uma relação com aquela personagem alternativa (a partir de Fernando Pessoa), suas derivações ou projecções.

José Macedo Bandeira foi gravador e
designer gráfico na Casa da Moeda, e professor de gravura na Galeria Quadrum. Com várias experiências nas áreas do cinema e dos quadradinhos, integra actualmente o colectivo Tágide, colaborando ainda no fanzine Outras Bandas. Em 2020, vence o concurso de ilustração A Bic É do Mundo (da Bic e do Diário de Notícias), e participa no projecto online ACBD. Em 2021, com a banda desenhada Música Pela Cidade, logra o 1º lugar em 15ª BDteca - Concurso de BD ‘2021 (Biblioteca Municipal José Saramago, de Odemira).

• A saga de Aurora Boreal teve edição de Apenas Livros.