sexta-feira, dezembro 30, 2016

IMAGINÁRiO EXTRA – José Garcês e A História de Silves Em BD

Um privilegiado cruzamento entre modos actuais de informação, meios consagrados de divulgação e métodos artísticos de expressão, consuma-se em A História de Silves Em BD. Novo álbum de José Garcês – editado pela Câmara Municipal de Silves – que, assim, concretiza outras propostas de revitalização, em incidências sociais, políticas, criativas, e nas primordiais implicações comunitárias. Em referência e testemunho, «a história de um território com uma ocupação humana muito antiga e rica de factos e episódios, que remonta à Idade do Ferro, e por onde passaram gregos, fenícios, cartagineses, romanos e muçulmanos. Dá a conhecer importantes figuras da cultura e do desporto locais, bem como nos encanta com a célebre Lenda das Amendoeiras em Flor»… Eis uma aliciante incidência, pela concepção de mestre José Garcês, atribuindo à figuração narrativa uma componente interactiva, quanto à função pedagógica e ao entretenimento.

Com uma carreira intensa e multifacetada, que recentemente celebrou 70 anos, José Garcês considera que «o autor de banda desenhada procura transmitir, ao público em geral, uma mensagem visual apoiada num texto, e essa mensagem não terá de ser igual para um adulto ou uma criança com menos de dez anos. Se o conseguir, melhor para todos».


Actualmente com 88 anos, e sendo ainda pintor, ilustrador e autor de construções de armar, José Garcês tratou em quadradinhos, por revistas, jornais e separatas, ou em livro e álbum, com uma importante vertente didáctica, e notáveis valências gráficas e estéticas, os mais variados assuntos e géneros, desde a biografia, a natureza, a arquitectura e os temas militares, à História de Portugal, das cidades e vilas, ou à ênfase literária.
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quarta-feira, dezembro 28, 2016

IMAGINÁRiO #642

José de Matos-Cruz | 8 Janeiro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

EXPERIÊNCIAS
Na América como em Portugal, em quadradinhos como no desporto… Em 2001, um cotado artista, Tony Daniel (criador de The Tenth, Adrenalynn ou F5, ilustrador de Spawn e X-Force) passou a pertencer à equipa Dark Horse, que editou Silke como chancela de talento. Assim, o explosivo dinamismo visual de Daniel, as suas excitantes e inovadoras aventuras, expandem-se durante uma experiência secreta da CIA, que corre mal. A estrutura genética dos pacientes altera-se, adquirindo estranhos poderes - como alterar as suas aparências. Pior ainda, Sandra Silke - um dos participantes - logra escapar, e é perseguida sob a acusação de assassinato dos outros agentes metamorfos. Para sobreviver, e provar que está inocente, Silke tem que pôr em causa alguns símbolos da sua veneração, recorrendo ainda aos extraordinários dons de que agora dispõe... Segundo Daniel, «os actuais progressos da clonagem tornam verosímil que, em breve, o drama de Silke se torne realidade. Não seria melhor que certas matérias continuassem intocáveis?».

CALENDÁRiO

24SET2016-14JAN2017 - Em Almada, Casa da Cerca apresenta, em coprodução com Galeria Ratton, Trabalho de Casa 1960-2013 - exposição de pintura de Maria Beatriz. IMAG.81

1947-30SET2016 - Thierry Benoit, aliás Ted Benoit: Autor francês de banda desenhada, argumentista e ilustrador, criador de Ray Banana, continuador de Blake e Mortimer, renovador da linha clara - «O desenho de Hergé estava tão ancorado no nosso inconsciente colectivo que se tornou uma ferramenta. Era como desenhar com um lápis, ou um pincel». IMAG.10-218-348-451-507-599

06OUT2016 - Assinalam-se os vinte anos de abertura do ANIM - Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, no concelho de Bucelas, tendo a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema anunciado, em Lisboa, os ciclos O Trabalho dos Arquivos e A Criação dos Arquivos (que pretendem sublinhar a importância da preservação do património fílmico, português e internacional), entre outras iniciativas que se prolongarão até inícios de 2017.
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20OUT-30NOV2016 - Em Lisboa, Academia Portuguesa de Cinema apresenta, em parceria com ICA / Instituto do Cinema e do Audiovisual e com Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, a 1ª Exposição de Cartazes do Cinema Português, patente na Cinemateca (Cinema Mudo e Manoel de Oliveira), na Sociedade Nacional de Belas Artes (Filmes de 1940 a 2000) e no Hotel Tivoli (José Fonseca e Costa). IMAG.150-151-208-244-299-314-500-566-572

BREVIÁRiO

Chão da Feira edita O Pobre de Pedir de Raul Brandão (1867-1930); posfácio de Gustavo Rubim.
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VISTORiA

Dizem Que a Paixão o Conheceu
dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nunhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos
Al Berto
MEMÓRiA

09JAN1908-1986 - Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, aliás Simone de Beauvoir: Escritora e feminista francesa, filósofa existencialista - «Toda a busca do ser está fadada ao fracasso; esse mesmo fracasso, porém, pode ser assumido. Renunciando ao sonho vão de nos tornarmos deus, podemos satisfazer-nos simplesmente em existir». IMAG.78-183-217-558

11JAN1948-1997 - Alberto Raposo Pidwell Tavares, aliás Al Berto: Poeta e pintor português - «se um dia a juventude voltasse / na pele das serpentes atravessaria toda a memória / com a língua em teus cabelos dormiria no sossego / da noite transformada em pássaro de lume cortante / como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida». IMAG.184-614

12JAN1628-1703 - Charles Perrault: Ficcionista e poeta francês - «Coisa por demais sabida é que esperar não agrada, mas aquele que mais se apressa não é o que mais caminho avança, pois, para fazer certas coisas, são precisos tempo e calma». IMAG.115-210-419-421

1832-14JAN1898 - Charles Lutwidge Dodgson, aliás Lewis Carroll: Ficcionista, poeta, pintor, professor, matemático e fotógrafo britânico - «Os conservadores são pessimistas quanto ao futuro, e optimistas quanto ao passado». IMAG.47-305-336-356-433-487-618

1932-15JAN1988 - César de Oliveira: Dramaturgo português, compositor e empresário teatral - criador da rábula Senhor Feliz e Senhor Contente, popularizada por Nicolau Breyner e Herman José no programa Nicolau No País das Maravilhas (1975).
 
PARLATÓRiO

Todo homem que teve amores verdadeiros, revoltas verdadeiras, desejos verdadeiros, e vontades verdadeiras, sabe muito bem que não tem necessidade de nenhuma garantia extrema para ter certeza dos seus objectivos; a certeza provém das próprias forças propulsoras.

Eu gostaria muito de ter o direito, eu também, de ser simples e muito fraca, de ser mulher…
Hoje cedo, desejei ardentemente ser a garota que comunga na missa da manhã e tem uma certeza serena… No entanto, não quero acreditar: um acto de fé é o acto mais desesperado que existe, e quero que o meu desespero pelo menos conserve a sua lucidez. Não quero mentir para mim mesma.

Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de elas se tornarem seres humanos na sua integridade.

É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem. Somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.
Simone de Beauvoir
TRAJECTÓRiA


Escritor francês, nasceu a 12 de janeiro de 1628, juntamente com um irmão gémeo, François, em Paris. Oriundo de uma família burguesa abastada, dá início aos seus estudos em 1637, no colégio de Beauvais, que viria a concluir aos quinze anos, tendo demonstrado um certo talento para as línguas mortas. Em 1643 ingressa no curso de Direito e, em 1651, com apenas vinte e três anos, consegue o seu diploma, tornando-se pois advogado. Dois anos mais tarde termina o seu primeiro livro, Les Murs de Troie ou L'Origine du Burlesque (1653).
Em 1654, Perrault torna-se funcionário junto do seu irmão mais velho Pierre, cobrador geral do reino e, depois de ter publicado uma série de odes dedicadas ao rei, torna-se assistente de Colbert, o famoso conselheiro de Luís XIV. Em 1665 passou a ser superintendente das obras públicas do reino e, dois anos mais tarde, ordena a construção do Observatório Real, de acordo com as plantas do seu irmão Claude.
No ano de 1671, é eleito para a Academia Francesa e no dia da sua inauguração permitiu ao público presenciar a cerimónia, privilégio continuado ainda nos nossos dias. No ano seguinte, não só é nomeado chanceler da Academia, como contrai matrimónio com Marie Guichon. Em 1673 vê nascer a sua primeira criança, uma filha, e torna-se bibliotecário da mesma Academia.
Em 1678, após dar à luz o seu quarto filho, Marie Perrault morre. O escritor, desgostoso, cede, em 1680, o seu cargo de superintendente ao filho de Colbert. Publicou a sua obra mais famosa em 1697, Contes de Ma Mère l'Oye, ou Histoires du Temps Passé, uma coletânea de contos de encantar, que incluíam A Bela Adormecida, O Gato das Botas e A Gata Borralheira, e que passaria a ser conhecida apenas como Contos de Perrault.
Perdeu o seu filho mais novo na guerra em 1700. Faleceu na noite de 15 para 16 de maio de 1703, na sua residência em Paris.

VISTORiA

Gatinho inglês… – começou ela, meio tímida, pois não tinha muita certeza se ele iria gostar de ser tratado desse modo.
O Gato fez um sorriso ainda mais largo.
Ora, vejam! Parece que ele está a gostar muito… – pensou Alice, e continuou – Poderia dizer-me, por favor, como é que eu faço para sair daqui?
Isso depende muito de para onde pretende ir! – disse o Gato.
Para mim tanto faz, para onde quer que seja… – respondeu Alice.
Então, pouco importa o caminho que tome. – disse o Gato.
– …Contanto que eu chegue a algum lugar… – acrescentou Alice, explicando-se melhor.
Ah, então certamente chegará lá, se continuar a andar bastante… – respondeu o Gato.
Lewis Carroll
- Alice No País das Maravilhas (1865 - excerto)

terça-feira, dezembro 20, 2016

IMAGINÁRiO #641

José de Matos-Cruz | 1 Janeiro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

EXCENTRICIDADES

Um sarcástico herói dos quadradinhos, concebido em 1991, por Mike Richardson, A Máscara / The Mask saltou para o grande ecrã em 1994 - num imaginário delirante, vertiginoso, em que Charles Russell explora o prodígio dos efeitos especiais, digitalizados pela Industrial Light & Magic de George Lucas. Nesta fantasia heróica, sob exuberante burlesco, ressalta a caracterização por Jim Carrey, com uma incomparável extroversão fisionómica e coreográfica… Tímido e desajeitado, Stanley Ipkiss aceita o convite do confidente e colega bancário Charlie Schumaker, para o selectivo Coco Bong Club, onde canta a sensual Tina Carlyle, uma eventual cliente que lhe manifestou simpatia. Porém, Tina é amante do pérfido Dorian Tyrel, proprietário da boite e líder criminal, usando-a como cúmplice para um assalto decisivo, na ambição de dominar o submundo de Edge City. Casualmente, Ipkiss recupera do rio um antigo artefacto viquingue, com o elã do Deus das Picardias, o qual estivera longo tempo encerrado num cofre submerso, até ser libertado acidentalmente. À noite, ao contemplar a Máscara, esta modela-se ao rosto de Ipkiss, transformando-o num ser ousado, irreverente, que se vinga dos que o humilharam, concretizando assim todos os seus caprichos recalcados!

CALENDÁRiO

30JUN-15OUT2016 - Em Lisboa, Fundação Portuguesa das Comunicações | Museu das Comunicações expõe Pintura de Signos - mostra bibliográfica e projecção de desenhos e textos visuais de Ana Hatherly (1929-2015), sendo curador Fernando Aguiar. IMAG.63-208-233-435-461-580

15SET-16OUT2016 - Em Lisboa, Atelier-Museu Júlio Pomar apresenta A Arquitectura dos Artistas - sendo comissário José Neves, com a participação de António Bolota, Eduardo Batarda, Fernanda Fragateiro, Francisco Tropa, João Queiroz, José Pedro Croft, Leonor Antunes, Paulo Nozolino, Pedro Costa, Ricardo Jacinto, Rui Chafes, Vera Mantero, Camilo Rebelo, Manuel Aires Mateus, Manuel Graça Dias e Pedro Maurício Borges.

24SET-14NOV2016 - No Porto, Galeria Quadrado Azul expõe Dânae de Francisco Tropa. IMAG.399-555-603-621

1921-01OUT2016 - Mário Augusto de Almeida Braga, aliás Mário Braga: Escritor português, ficcionista, tradutor e jornalista - «Quando ando em período de escrever, as figuras apoderam-se com tal intensidade de mim, dominam-me com tal tirania, que sinto uma irreprimível necessidade de me libertar delas, resolvendo-as literariamente» (1959 - Litoral/Artes-Letras-Ciências).

06OUT-31DEZ2016 - Em Lisboa, Museu do Oriente apresenta Desorient Express - exposição de cerâmica de Bela Silva, sendo curadora Catarina Pombo Nabais. IMAG.92-407

07OUT2016-08JAN2017 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Everybody Knows This Is Nowhere - exposição de fotografia de Alexandra Hedison (EUA), com o apoio de Terra Esplêndida.

14OUT-27NOV2016 - Em Cascais, Fundação D. Luís I expõe, na Casa de Santa Maria, Arte Em Miniatura - Postais Ilustrados da Época de Ouro.

SUMÁRiO

D. João da Câmara

D. João Gonçalves Zarco da Câmara (1852-1908) nasceu e faleceu em Lisboa. Formou-se em engenharia no Instituto Industrial e trabalhou na administração dos Caminhos de Ferro. Dedicou-se à dramaturgia e ao jornalismo, tendo sido considerado o maior dramaturgo da geração finissecular. Escreveu cerca de quarenta peças de teatro, entre traduções e adaptações de romances, como o Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco.

MEMÓRiA

1852-02JAN1908 - João Gonçalves Zarco da Câmara, aliás D. João da Câmara: Ficcionista, poeta, jornalista e dramaturgo português, autor de Os Velhos (1893) - «Juramentos de mulher são como os perfumes das verbenas, que mal duram uma noite…». IMAG.133-161-182-301-400

1922-03JAN2008 - Fernando José Francisco: Artista plástico português - «…Talvez, de todos nós, o pintor mais dotado e que, pouco depois, forneceria à pintura surrealista portuguesa o seu terceiro caso de emigração, esta total: para dentro, desaparecendo de todo o convívio, e ocultando para sempre, se é que os não destruiu, os seus óleos e desenhos» (Mário Cesariny). IMAG.179-359

1925-05JAN2008 - Luiz Pacheco: Escritor português - «Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de  carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para a luz do candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na  boca uns dos outros, trocamos pernas e braços, bafos, suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva.» (Comunidade - 1964, excerto). IMAG.68-180-198-312-411-513-523-597

06JAN1888-18JAN1968 - Emmerico Hartwich Nunes, aliás Emmerico Nunes: Pintor português, de mãe alemã, ilustrador e caricaturista - «…Ficou ligado aos primórdios e à evolução do modernismo português e definindo, de certo modo, uma faceta do seu ecletismo, nos anos 20 e 30, especialmente» (José-Augusto França). IMAG.467

COMENTÁRiO

D. João da Câmara

D. João da Câmara é um dos maiores dramaturgos portugueses: as suas obras ficarão no nosso teatro porque são profundamente humanas. E ele não dispõe de grandes efeitos: a sua arte não arrasta pelo tablado mantos de púrpura; pelo contrário, quase sempre traz um vestido tão coçado que se lhe vê – a alma imortal. Porque os farrapos desfazem-se, leva-os o vento: a alma não; essa é eterna.
E dia a dia este grande escritor avança no caminho da Verdade: os tipos dos seus dramas, à medida que descem na escala social, enchem-se de grandeza. A piedade transborda-lhe da alma e ilumina-lhe todas as figuras.
Poucas peças modernas resistirão ao tempo: mais alguns anos e serão velharias de museu. Diversa será, porém, a sorte dos Velhos, da Triste Viuvinha, da Meia Noite e da Rosa Enjeitada, que é um dos mais belos dramas que eu tenho visto na minha vida.
É que D. João da Câmara é um poeta e os poetas adivinham: sabem onde se encontra a verdade e vão descobri-la através de todas as máscaras. As vezes sofrem. Melhor: tinta espalhada sem dor, só tinta fica.
E como é uma rápida impressão que me pedem, eis o que sinto ao ouvi-lo ou ao lê-lo, depois de ter passado pela barafunda de tantos literatos, todos eminentes, e que me enchem de admiração e de cansaço: parece que topo uma fonte, aberta em rocha viva, donde corre um fio de água límpido e frígido como um fio de lágrimas. Apaga-me a sede!
Raul Brandão
- Álbum Açoreano (1903 - excerto)

Fernando José Francisco

Era o melhor de nós todos, era a maior esperança… Viveu uma história excepcional, que poderia ser cantada por um Camões. Por o amor ser tão grande ou ser tão fraco, decidiu deixar de pintar, o que é admirável, muito bonito. E é único.
- Cruzeiro Seixas (excerto)

Emmerico Nunes

A modernidade de Emmerico Nunes está condicionada ao diálogo com o seu público. Para além de uma paleta mais aberta, com cores fortes e expressionista, a síntese do traço, numa caligrafia de comunicação directa sem barroquismos, dominarão a sua obra.
As guerras e instabilidades no centro da Europa foram empurrando Emmerico Nunes para esta ocidental praia, onde aos poucos foi constituindo família, e um abrigo. Contudo, esse abrigo será sempre precário, visto não haver por cá bases sólidas para uma sobrevivência desafogada de um artista. Aqui, vai ter se sujeitar ao que há, espalhando a sua criatividade do humor adulto ao humor infantil. Da publicidade às artes decorativas. Da pintura de retrato à paisagem. De restaurador a professor de meninos irrequietos.
- Osvaldo Macedo de Sousa (2008 - excerto)

BREVIÁRiO

Caminho edita Papéis da Prisão de Luandino Vieira. IMAG.19-41-61-95-138-198-288-516

Sistema Solar edita O Ombro da Marquesa de Émile Zola (1840-1902); tradução de Aníbal Fernandes. IMAG.269-593

Dom Quixote edita O Amor Em Lobito Bay de Lídia Jorge. IMAG.16-144-187-286-314-373-536-540-545-574-635

Bertrand edita Viagem a Itália 1786-1788 de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832); tradução de João Barrento. IMAG.199-240-363-366

Sony edita em CD, Pierre Boulez [1925-2016] Conducts [Maurice] Ravel (1875-1937), com BBC Symphony Orchestra, The Cleveland Orchestra e New York Philharmonic. IMAG.67-104-160-236-272-317-343-358-411-505-534-566-600

quinta-feira, dezembro 15, 2016

IMAGINÁRiO #640

José de Matos-Cruz | 24 Dezembro 2017 | Edição Kafre | Ano XIV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

PROVAÇÕES
Em The Doomsday Machine, uma aventura já clássica da saga de Star Trek, o comandante James T. Kirk enfrentava a mais destruidora ameaça - um composto puro de neutrónio, colossal, a ponto de destruir planetas inteiros, para com eles alimentar a sua fome insaciável. Felizmente, Kirk dispunha de uma nave estelar que, embora com avarias, lhe permitiu afastar um tão fantástico perigo. Mas, agora, o Devorador galáctico está de volta - ou algo parecido com ele - e a tripulação da Voyager, liderada pela capitã Janeway, não dispõe de uma arma tão poderosa para o combater… Concebido por uma prestigiada dupla de autores da ficção científica, Kathryn Rusch & Dean Wesley Smith, Voyager - Planet Killer (2001) reactivou - sob chancela DC Comics, na vertente WildStorm - o potencial épico-trágico de Star Trek, com ilustração de Robert Teranishi (lembrar Star Wars: Union) & Claude St. Aubin (Batman: Turning Points). Ora, Janeway conhece os relatórios de Kirk sobre a sua vitória contra o Devorador. E, embora mais desprotegida, não esmorecerá para neutralizar o assassino sideral… IMAG.34-62-110-249-335-338-404-443-494-556

NOTICIÁRiO

A Mulher do Canhão
Mademoiselle Ronzatti, aquela formosa mulher de formas roliças, que faz parte da troupe brasileira, executará hoje no Colyseu novos trabalhos, de ginástica aérea e força dental, disparando um canhão que pesa cento e cinquenta quilos, suspenso nos dentes.
04DEZ1885 - Diário de Notícias

Detenção
Foi preso o senhor Augusto de Azevedo, tipógrafo, por ter escrito um opúsculo intitulado Viva a República!. A fiança arbitrada foi de 200$000 réis.
07DEZ1881 - Diário de Notícias 
 
Camilo Castelo Branco
A creditada casa editora de Eduardo da Costa Santos, do Porto, acaba de dar a público o primeiro número de uma crónica mensal, intitulada Serões de São Miguel de Seide, escrita por Camillo Castello Branco. É crónica de literatura amena, novela, polémica mansa, crítica suave de maus livros e dos maus costumes. O melhor reclame da nova obra está no título laureado que encima estas linhas.
19DEZ1885 - Diário de Notícias

Um Baile de Máscaras
Cantou-se no Domingo em São Carlos esta tão conhecida e festejada ópera de Giuseppe Verdi. A não ser o quinteto, E Scherzo od E Folia, em que o tenor Fancelli se fez aplaudir com justiça, e a ária do barítono no 4º Acto, que o Senhor Pantaleoni cantou com bastante sentimento, nada mais houve na execução digno de elogiar-se e que valha a pena mencionar.
22DEZ1880 - Diário de Notícias
Sábado
Sara Bernhardt, estando a representar a Teodora, caiu desmaiada nos braços do seu colega Marais. O pano veio abaixo e o espectáculo não concluiu. A célebre artista está em estado de grande fraqueza, e mais aumentado pelos repetidos ensaios da Marion Delorme.
25DEZ1885 - Diário de Notícias 
 
CALENDÁRiO

06SET-30SET2016 - Em Lisboa, Espaço PT apresenta Animais de Estimação - exposição de fotografia de Valter Vinagre. IMAG.248-538-580-614

17SET-29OUT2016 - Em Lisboa, Fundação Carmona e Costa expõe Acções - Desenhos de Sérgio Taborda, sendo curadora Maria do Mar Fazenda. IMAG.399

17SET-04NOV2016 - Em Lisboa, Galeria Pedro Cera apresenta Everything Cycles - exposição de pintura de Antonio Ballester Moreno (Espanha).

01OUT2016-28JAN2017 - No Porto, Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta Joan Miró [1893-1983]: Materialidade e Metamorfose - exposição de pintura comissariada por Robert Lubar Messeri. IMAG.356-415

PARLATÓRiO

Nunca senti necessidade de formular, para os outros ou para mim mesmo, os princípios da minha estética. Se tivesse que o fazer, pediria licença para considerar como minhas as declarações tão lineares que Mozart proferiu a tal propósito. Limitou-se a dizer que a música tudo pode conceber, a tudo pode atrever-se, tudo pode conseguir, e com tal encanto que, afinal, continuará a ser sempre música.
Maurice Ravel (1928)

Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, e isto porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra! Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, e não ficamos sós porque ela deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Essa é a mais bela responsabilidade da vida, e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.
Charles Chaplin
MEMÓRiA

24DEZ1837-1898 - Imperatriz Isabel da Áustria, aliás Isabel da Baviera, aliás Elisabeth Amalie Eugenie von Österreich-Ungarn, aliás Sissi: «Senhoras, tomai o meu conselho e ponde de parte a política, que não vos pode oferecer senão abismos e misérias» (ao Clube dos Direitos da Mulher em Viena - 1872). IMAG.395-518

1889-25DEZ1977 - Charles Spencer Chaplin, aliás Charles Chaplin: Cineasta inglês, realizador e produtor, actor de teatro e cinema, aliás Charlot - «O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isto é - ou deveria ser - a mais elevada forma de arte». IMAG.6-55-81-95-99-160-181-204-213-238-283-291-350-365-411-502-586

1875-28DEZ1937- Joseph-Maurice Ravel, aliás Maurice Ravel: Compositor e pianista francês - «Todas as crianças são sensíveis à música - a todo tipo de música. O meu pai, muito mais culto nesta arte que a maioria dos aficionados, soube desenvolver os meus gostos e estimular precocemente a minha paixão». IMAG.104-160-272-505-534-566

1819-31DEZ1877 - Jean Désiré Gustave Courbet, aliás Gustave Courbet: Artista plástico francês, ligado ao realismo - «O belo, como a verdade, está ligado ao tempo em que se vive e ao indivíduo que está pronto para o compreender». IMAG.434-488

31DEZ1917-1993 - António José Saraiva: Escritor português, professor e historiador de Literatura - «A tecnologia está a substituir a ciência na opinião das maiorias, mas não são as opiniões das maiorias que decidem as coisas. Isso é outra coisa, é um problema muito grave, que é o das relações entre democracia e ciência. De facto, a ciência não é uma coisa democrática, é uma coisa de homens especialmente dotados e que se tem como revelada. A democracia não é a coisa do Einstein, não é a do Newton, assim como não é a do Fernando Pessoa, dos grandes poetas, do Camões… Todos esses homens são homens que se destacam do número, que não têm nada a ver com o número» (1987). IMAG.456-608

BREVIÁRiO

Devir edita, através da sua divisão Biblioteca de Alice, A Agência de Viagens Lemming (com argumento e ilustração) de José Carlos Fernandes.
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Sony edita em CD e DVD, Frédéric Chopin [1810-1849]: Scherzi; [Pyotr Ilyich] Tchaikovsky [1840-1893]: Les Saisons pelo pianista Lang Lang.
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Quetzal edita A Memória de Shakespeare de Jorge Luis Borges (1899-1986) tradução de Cristina Rodriguez e Artur Guerra.  
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Polvo edita Volta - O Segredo do Vale das Sombras de André Oliveira (argumento) e André Caetano (ilustração). IMAG.424-563-619

Círculo de Leitores edita Animais e Companhia Na História de Portugal de Isabel Drumond Braga e Paulo Drumond Braga. IMAG.598

Assírio & Alvim edita Navegações de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).
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EXTRAORDINÁRiO

OS SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico

MAL TORNA AO CRIADOR QUEM, SUJEITO, SE REFAZ - 2
Às vezes, processos destes trazem precedente ou deixam sequela. Na vertente experiência, ambos os fenómenos se repercutiriam. Joel era um desenlace brutal de sua mãe esfomeada, a loba Silvina. Ofélia definhara um corrimento romântico com o crepuscular actor Ulisses Galhardo.
- Contínua

terça-feira, dezembro 06, 2016

IMAGINÁRiO – EXTRA: O INFANTE PORTUGAL em BANDA DESENHADA

A partir da trilogia ficcional de que sou autor, O Infante Portugal em Universos Reunidos é o título da próxima edição de uma versão em banda desenhada, partilhada por Daniel Maia, com a participação especial dos artistas que conceberam a visão original do protagonista e de outras personagens principais – respectivamente José Garcês (o Infante), José Ruy (Condestável Lusitano) e Susana Resende (Aurora Boreal). As quais figuram também na sugestiva capa de Daniel Maia, aqui apresentada, e que teve coloração por Nuno Silva.
O Infante Portugal em Universos Reunidos surge com a dupla chancela, simbólica, de Arga Warga (de Daniel Maia) e de Kafre, e desde já quero manifestar o meu entusiasmo, e o meu agradecimento a todos os que colaboraram nesta aliciante recriação.
Entretanto, o Infante Portugal e o Condestável Lusitano intervêm na saga de Aurora Boreal, que estou a desenvolver, e de que trarei em breve novidades…
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sábado, dezembro 03, 2016

IMAGINÁRiO #639

José de Matos-Cruz | 16 Dezembro 2017 | Edição Kafre | Ano XIV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

VILLARET
Ao longo de uma carreira artística com trinta anos, João Villaret (1913-1961) expressou o seu enorme e versátil talento, por todos os meios de representação, uma vez concluído o curso (1929-1931) do Conservatório Nacional: no palco, a partir de Leonor Teles (1931) de Marcelino de Mesquita; no ecrã, dirigido por Leitão de Barros em Bocage (1936); na rádio, logo em folhetins pela década de ’40; na televisão, com um programa de que era titular, desde os tempos pioneiros. Realizada por Bessa de Carvalho e Fernando Frazão, a experiência de João Villaret (1959-1960) - sobre textos de Nelson Barros e Francisco Mata - teve acompanhamento ao piano do irmão, Carlos Villaret, e marcou um fenómeno cultural, de comunicação ao vivo, pela Radiotelevisão Portuguesa/RTP. Natural, espontâneo, coloquial, Villaret conta episódios da sua actividade, presta conselhos a jovens actores, evoca factos pessoais (como a amizade com António Botto, que o levou a conhecer Fernando Pessoa) e, sobretudo, exibe - solene, cómico ou dramático - os seus dotes como declamador. A estima pelos poetas brasileiros está patente em Irene Boa, de Manuel Bandeira; o seu fascínio pelos trovadores franceses sobressai com O Cábula de Jacques Prévert. Quanto à lírica portuguesa, Luís de Camões é o expoente (Amor É Fogo Que Arde), a par com Pessoa (O Mostrengo) e os heterónimos Ricardo Reis (Ode) ou Alberto Caeiro (Guardador de Rebanhos). Além de Botto (A Vida Que Te Dei), António Lopes Ribeiro (Procissão), distinguem-se os clássicos - Antero de Quental (Palácio da Ventura), António Nobre (Jorge, Anda Ver); persistem os modernos - Afonso Lopes Vieira (Um dos Cantares dos Búzios), Carlos Queiroz (Profecia)… Sempre com a mesma paixão. IMAG.189-230-307-418-467

CALENDÁRiO

06SET-29OUT2016 - Em Lisboa, Galeria Millennium apresenta a exposição de pintura Artur Alves Cardoso (1882-1930): Alma Mater; investigação de Daniela Simões, coordenação científica de Raquel Henriques da Silva.

1928-16SET2016 - Edward Franklin Albee III, aliás Edward Albee: Dramaturgo americano, autor de Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1962) - «A maioria das minhas peças é sobre pessoas que perderam o barco, que chegam ao fim da vida com remorsos sobre coisas que não fizeram». IMAG.302

17SET2016 - Em Cascais, Bedeteca José de Matos-Cruz / Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana leva a efeito a 1.ª sessão das Conversa(s) Sobre Banda Desenhada, sendo convidado José Ruy. IMAG.4-16-19-36-61-78-96-117-129-141-149-197-223-224-252-263-267-271-279-305-392-416-430-504-514-531-553-607-Extra

1945-20SET2016 - Curtis Lee Hanson, aliás Curtis Hanson: Cineasta americano, realizador e argumentista de Los Angeles Confidencial / L.A. Confidential (1997) - «Interessou-me abordar a diferença entre a ilusão e a realidade, a forma como as pessoas e as coisas muitas vezes parecem o contrário daquilo que, realmente, são» (2001).

22SET2016-26MAR2017 - Em Cascais, Museu do Mar Rei D. Carlos apresenta Possessio Maris / Posse do Mar - exposição de fotografia de Frederico Coralejo.

23SET2016 - Em Lisboa, Museu Nacional de Etnologia apresenta Arquitectura Timorense: Miniaturas do Mundo - exposição evocativa da obra reeditada Arquitectura Timorense (1961) de Ruy Cinatti, Leopoldo de Almeida e António de Sousa Mendes. IMAG.95-506-582

23SET-06NOV2016 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta O Lugar do Mosaico - exposição de corpo-objeto (misturando pintura, mosaico e escultura) de Catarina Aleluia.

29SET-13NOV2016 - Em Cascais, Casa das Histórias Paula Rego apresenta Duplo Vê - exposição de desenho de Mattia Denisse, sendo curadora Catarina Alfaro.

21OUT-06NOV2016 - No Fórum Luís de Camões, decorre 27º Festival Internacional de Banda Desenhada - Amadora Bd 2016.

COMENTÁRiO

JACQUES TOURNEUR
Um dos raros cineastas que, entre o inferno e o firmamento, se consagraram no limbo de Hollywood - usufruindo de um culto intemporal, sem estar cotado entre os mais célebres, tendo embora dirigido algumas obras paradigmáticas em vários géneros - como A Pantera (1943) sobre o drama fantástico, ou O Arrependido (1947) quanto ao film noir.

VISTORiA

No recinto impregnado de vinagre em que dissecámos aquele morto, o qual não era mais o filho ou o amigo, mas apenas um belo exemplar da máquina humana, experimentei pela primeira vez a sensação de que a mecânica, por um lado, e a Grande Arte, por outro, tratam apenas de aplicar ao estudo do universo as verdades que nos ensinam nossos corpos, nos quais se repete a estrutura do Todo. Não seria bastante toda uma vida para cotejar, um com o outro, este mundo em que estamos e este mundo que somos. Os pulmões eram o fole que reanima a brasa; o pénis, uma arma de arremesso; o sangue nos meandros do corpo era a água circulante das canaletas de um jardim oriental; o coração, conforme se adoptasse esta ou aquela teoria, era a bomba ou o braseiro; o cérebro, o alambique em que se destila uma alma...
- Marguerite Yourcenar
- A Obra Em Negro (excerto - 1968)
 
MEMÓRiA

16FEV1897-16DEZ1957 - Porfírio Pardal Monteiro: Arquitecto português - «Tendo sido durante algum tempo o arquiteto de confiança de Duarte Pacheco, […] protagonizou a primeira etapa das obras públicas do regime, definida no limbo entre a modernidade e a monumentalidade, numa elegante e austera simbiose balançada entre a manipulação de volumes claros e puros e o frequente recurso a uma composição simétrica, com entradas marcadas por grandes pilastras, escadarias monumentais, pés-direitos múltiplos, revestimentos a mármore e enquadramentos de painéis pictóricos» (Ana Tostões). IMAG.173-503-564-634

1903-17DEZ1987 - Marguerite Cleenewerck de Crayencour, aliás Marguerite Yourcenar: Escritora belga, naturalizada americana (1947), membro da Academia Francesa de Letras (1980) - «A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a». IMAG.159-263-390-422

1644-18DEZ1737 - Antonio Giacomo Stradivari: Construtor italiano, fabricante de alguns dos mais perfeitos instrumentos musicais de cordas, com destaque para violinos e violoncelos. Actualmente, existem cerca de seiscentos e cinquenta dos mais de mil violinos da marca Stradivarius. IMAG.40-48

1904-19DEZ1977 - Jacques Tourneur: Cineasta americano, nascido em França - «Um grande realizador de cinema» (Martin Scorsese), «desde sempre o favorito quanto aos que apreciam filmes de terror, para os críticos franceses, e para alguns americanos mais sensíveis» (Gary Morris). IMAG.55-141-159-272-490

21DEZ1867-1943: António José Pinheiro, aliás António Pinheiro: Actor português, encenador, cineasta, escritor, sindicalista, professor do Conservatório - «Em Portugal, há muito quem perceba de teatro, de cinema, de pintura e de medicina… Até há quem toque de ouvido». IMAG.20-159-171-193-434-Extra

21DEZ1917-1985 - Heinrich Theodor Böll, aliás Heinrich Böll: Escritor alemão, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (1972) - «O embaraço parece ser a única possibilidade de compreensão entre pais e filhos.» (Opiniões de Um Palhaço). IMAG.523

21DEZ1947-2014 - Francisco Sánchez Gómez, aliás Paco de Lucía: Músico espanhol, guitarrista andaluz, mestre do flamenco - «Tentas vezes encolheu o nosso coração, quando o vimos tocar e nos sentimos aéreos» (Pilar del Rio). IMAG.503

1883-23DEZ1967 - Marie Rouget, aliás Marie Noёl: Poetisa francesa - «Uma ideia, quando está em marcha, pode arrasar tudo». IMAG.401

BREVIÁRiO

Arandis edita António Pinheiro: Um Nome Para a História do Teatro Português de Luís Gameiro.

Âncora Editora lança Histórias de Valdevez de José Ruy.

Sony edita em CD, A Voice On Air: 1935-1955 de Frank Sinatra (1915-1998). IMAG.76-178-337-542-552-594

GICAV / Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu lança, em edição conjunta, Infante Don Henrique (1960) de José Ruy e Infante D. Henrique (1960) de Baptista Mendes. IMAG.4-16-19-36-61-78-96-117-129-141-149-170-197-223-224-252-256-263-267-271-279-305-392-416-430-504-514-531-553-607-Extra

Guimarães edita O Manto de Agustina Bessa-Luís. IMAG.11-33-83-92-209-216-223-239-243-341-481-520-539-633

Universal edita em CD e DVD, A Night At the Odeon pelos Queen. IMAG.111-449-577

Temas e Debates edita Contos de Hans Christian Andersen (1805-1875); tradução de Maria Nóvoa e Luís Oliveira Santos. IMAG.45-54-95-506-509

EXTRAORDINÁRiO

OS SOBRENATURAIS - Folhetim Aperiódico

MAL TORNA AO CRIADOR QUEM, SUJEITO, SE REFAZ - 1

14 de Março de 1958
Era um daqueles casos em que uma pessoa atravessa outra e passa a ser ela, deixando para trás de si apenas uma sombra, um estro fantasmagórico. Ofélia Toledo foi abalada por tal frémito - fulminante, visceral - e Joel Crespo ganiu à condição de despojado predador.
Continua