PRONTUÁRiO
SORTILÉGIOS
Através
do imaginário em banda desenhada - domínio privilegiado e
prodigioso, para explorar todas as aventuras, para exaltar todas as
fantasias - o talento dos criadores tem, ainda, revelado outras
virtualidades, distintas implicações, para além do sortilégio
realista. Na série O
Vagabundo dos Limbos / Le Vagabond des Limbes (1975),
Christian Godard (argumento) & Julio Ribera (grafismo) desvendam
um universo onírico, erótico, em espiral orgânica e orgástica,
poética e tecnológica - de reflexos / aparências sobre o desejo, a
perversão, a inocência, o humor, a fatalidade, como alegoria aos
símbolos alquímicos, aos desígnios do poder, estilhaçando os
limites do tempo e do espaço. «Tudo se passa como se estivéssemos
irremediavelmente condenados a errar eternamente num pesadelo
incoerente. O sentido aparecerá mais tarde e, se for preciso,
podemos inventar um que agrade…» Eis uma saga exposta aos desafios
físicos, místicos e do fantástico, onde convergem os estigmas da
visão com os estímulos da evasão. IMAG.526
PARLATÓRiO
Os
ritos, que incluem o riso e a dor, podem não aparecer numa situação
social, mas são a nossa condição humana. Quando as pessoas não
riem, ficam muito tristes; quando riem, é acompanhado da tristeza
que está a ser coberta pelo riso. Como não há total transparência,
há uma questão de comportamento de ordem social. Vivemos a solidão
e vivemos com os outros, que são o tal inferno de que falava Sartre.
Dinis
Machado
CALENDÁRiO
08JUN-28JUL2017
- Em Lisboa, Instituto Italiano de Cultura apresenta Geometria
da Natureza - exposição de
pintura e desenho de Sandro Sanna, sendo curador António Olaio.
08JUN2017
- O escritor
Manuel Alegre é distinguido com o Prémio Camões 2017.
IMAG.66-205-276-314-337-366-377-560-603-611-648-674
09JUN-31JUL2017
- Em Coimbra, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha apresenta View
In Town - exposição de
fotografia de André Kuzer.
TRAJECTÓRiA
ERNESTO
DE SOUSA
Criador
e cineasta português, José Ernesto Marques Frade de Sousa nasceu a
18 de Abril de 1921 em Lisboa, onde faleceu a 6 de Outubro de 1988.
Fez estudos universitários, na Faculdade de Ciências. Em Paris,
cursou Artes Plásticas (1942-46) e trabalhou em cinema, sendo
assistente de Jean Dellanoy em La
Minute de Vérité (1952).
Autor
de argumentos, fez também filmes publicitários. Foi cine-clubista
(fundador do Círculo de Cinema - 1946; dirigente do Imagem), e
crítico de cinema (Seara
Nova, Vértice,
Jornal de Letras e Artes;
director da revista Imagem).
Em
1959, fundou a Cooperativa do Espectador. Conferencista. Fundador da
Editorial Sequência e autor de obras sobre estética (O
Argumento Cinematográfico -
1956, A Realização
Cinematográfica - 1957,
O Que É o Cinema? - 1960,
Para o Estudo da Escultura
Portuguesa -1965, Re
Começar - Almada em Madrid -
1983, entre muitos outros). A partir de 1969, dedicou-se sobretudo ao
mixed-media,
em manifestações experimentais e vanguardistas, algumas com Jorge
Peixinho.
Em
1998, foi postumamente homenageado pela Fundação Calouste
Gulbenkian, com Revolution My
Body no Centro de Arte
Moderna. Filmes como realizador: O
Natal Na Arte Portuguesa
(1954), Rodando Pelos Caminhos
(1959 - Sp), Dom Roberto
(1962), Crianças
Autistas (1969), O
Teu Corpo É o Meu Corpo
(1976), Cantigamente Nº 5
(1976 - Sr tv), Almada, Um
Nome de Guerra (1971-77 –
multimédia).
MEMÓRiA
1649-01OUT1708
- John Blow: Organista e compositor britânico do período barroco -
autor de Venus & Adonis
(1686), «a primeira ópera inglesa» (Jorge Calado) - choirmaster
da Catedral de São Paulo (1687), mestre de William Croft, Jeremiah
Clarke e Henry Purcell. IMAG.557
1887-02OUT1968
- Henri-Robert-Marcel Duchamp, aliás Marcel Duchamp: Pintor,
escultor e poeta francês, cidadão americano a partir de 1955,
inventor dos ready made
- «Estou interessado em ideias e não, apenas, em produtos visuais».
IMAG.24-127-595-620
03OUT1898-1969
- Thomas Leo McCarey, aliás Leo McCarey: Cineasta americano,
produtor, realizador e argumentista - «Não sei qual é a minha
fórmula. Apenas confesso que gosto de personagens que pareçam andar
nas nuvens. Agrada-me um pouco de conto de fadas. Que outros filmem a
fealdade deste mundo. A mim, não me interessa amargurar as pessoas».
IMAG.197-233-377-613
1880-03OUT1918
- David de Sousa: Músico português, violoncelista, compositor e
maestro, cofundador da Orquestra Sinfónica Portuguesa (1914), tendo
integrado orquestras em Inglaterra, na Alemanha Imperial e na Rússia.
1930-03OUT2008
- Dinis Ramos Machado, aliás Dinis Machado: Escritor e jornalista
português - «A arte, experiência lúdica, tem um estatuto muito
particular: procura a sua cidadania em zonas fugidias de aplicação
social». IMAG.218-232-261-267-296-332-387-612-620-622
04OUT1528-1599
- Francisco Guerrero: Compositor espanhol da Renascença - «Fue
Francisco Guerrero, en cuya suma / de artificio y gallardo
contrapunto / con los despojos de la eterna pluma, / el general
supuesto todo junto, / no se sabe que en cuanto tiempo suma / ningún
otro llegase al mismo punto, / que si en la ciencia es más que todo
diestro, / es tan gran cantor como maestro.» (Vicente Espinel -
1591). IMAG.389
04OUT1928-2016
- Alvin Toffler: Escritor e futurista americano, autor de A
Terceira Vaga (1980) - «O
futuro é construído pelas nossas decisões diárias, inconstantes e
mutáveis, e cada evento acaba por influenciar todos os outros».
IMAG.628
1921-06OUT1988
- José Ernesto de Sousa: Cineasta português, criador e crítico de
arte - «O cinema não me preenche, pelo menos não me define… A
vida é tão complexa, tão mais importante que querer ter uma
carreira ou um rótulo! O meu métier
é comunicar, e isso é o que me interessa. Se as coisas acontecerem
através do cinema, tanto melhor» (1974).
IMAG.135-198-279-393-534-566
1926-09OUT1998
- José Paulo Paes: Poeta e ensaísta brasileiro - «para quem pediu
sempre /tão pouco / o nada é positivamente /um exagero.»
(auto-epitáfio n.2).
IMAG.572
VISTORiA
meu
deus
minha pátria
minha família
minha pátria
minha família
minha
casa
meu clube
meu carro
meu clube
meu carro
minha
mulher
minha escova de dentes
minha escova de dentes
minha
vida
meu câncer
meus vermes
meu câncer
meus vermes
José
Paulo Paes
SUMÁRiO
José
Paulo Paes
José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, no interior de São Paulo, em 22
de julho de 1926. Sempre foi um apaixonado por livros. Estudou
Química e trabalhou num laboratório farmacêutico durante muitos
anos. Em 1944 mudou-se para Curitiba, onde desenvolveu seu gosto
literário e se associou com nomes bem conhecidos do círculo de
letras de então, em especial Oswald de Andrade e Dalton Trevisan, em
cuja revista Joaquim
colaborou. Na capital paranaense, participou ativamente da vida
cultural da época, em especial das reuniões literárias que se
costumavam fazer em dois points
curitibanos: o Café Belas
Artes e a Livraria
Ghignone. Um dia resolveu
escrever poesias, primeiro para os adultos e depois para as crianças.
Esqueceu a Química e descobriu a magia da poesia infantil, aprendeu
a brincar com as palavras e escreveu muitas poesias maravilhosas para
as crianças. Depois de abandonar a Química, trabalhou durante 25
anos na edição de livros, traduções e ensaios.
Trabalhou na editora Cultrix cerca de 14 anos. Traduziu inúmeras
obras de outros autores – como Lawrence Sterne, Lewis Carroll,
Nikos Kazantzakis, Paul Éluard, Dino Buzzati, Hölderlin, Huysmans,
Edgar Allan Poe, Rainer Maria Rilke, Gertrude Stein, Leopardi, Edmund
Wilson, entre outros. José Paulo Paes
morreu em 1998, aos 72 anos.
BREVIÁRiO
Quetzal
edita Cântico Final de
Vergílio Ferreira (1916-1996).
IMAG.78-212-241-323-548-587-676
Universal
edita em CD, sob chancela Decca, Dmitri Shostakovich
[1906-1975]:
Cello Concertos 1 + 2 por
Alisa Weilerstein, com Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks,
sob a direcção de Pablo Heras-Casado.
IMAG.100-266-408-499-526-580-659-676
EXTRAORDINÁRiO
OS
HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico
BUÇO
COM LEITE MANCHA O COLETE
- 3
Não
obstante, o menino D. Fulgêncio, filho do patrão, depois de fazer
chacota, participou para o Governo Civil. De lá partiu o Chefe
Bazilio Granizo com uns quantos agentes, no intuito de dissuadir os
homens de tão disparatado propósito. E, se bem lhes ordenou, melhor
os conteve.
– Continua
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