As
Aventuras de Blake e Mortimer
principiaram em 1946, com O
Segredo do Espadão, logo
patenteando a arte monumental de Edgar Pierre Jacobs (1904-1987). Em
causa, a dualidade do Bem - simbolizada na instituição militar (o
bravo Capitão Francis Blake, responsável pelo MI5, serviço de
contra-espionagem britânico) e no poder da ciência (o Professor
Philip Mortimer, um especialista em Física e Aeronáutica, com gosto
pelos fenómenos bizarros); contra a perversão do Mal - concentrada
num arqui-inimigo (o sinistro e volúvel Coronel Olrik). Um presente
de ameaças, cumplicidades e perigos - virtualizado entre o passado e
o fantástico, o futuro e a arqueologia…
Argumentistas/ilustradores, Bob de Moor, Jean Van Hamme, Ted Benoît, René
Sterne, Chantal de Spiegeleer, Jean Dufaux, Antoine Aubin e Étienne
Schréder asseguraram uma continuidade, como Yves Sente & André
Juillard - que em O Testamento
de William S., sempre sob
chancela das Edições Asa, imaginam uma trama insinuante e
enigmática sobre a verdadeira identidade de Shakespeare, e a autoria
partilhada de uma obra cuja envergadura social e literária
corresponde, ainda, à plena dimensão cultural e humanista.
Hábeis
a lidar com os mistérios e desafios que se repercutem entre o céu e
a terra, tendo Londres como fulcro, Blake e Mortimer voltam aos
cenários e às tradições de Inglaterra - privilegiando Itália,
através da esplendorosa e decadente Veneza, como emanação
inspiradora e aristocrática - e, afinal, acabam por protagonizar a
sua intermitente coexistência, no universo contemporâneo da banda
desenhada.
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