terça-feira, novembro 15, 2016

IMAGINÁRIO #635

José de Matos-Cruz | 16 Novembro 2017 | Edição Kafre | Ano XIV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

CLÁSSICOS
Filme intemporal, correspondendo embora a uma produção com quase sessenta anos, Spartacus (1960) representa, antes de mais, uma homenagem a Kirk Douglas que o produziu, logrando ainda uma impressionante composição como protagonista. Em 1958, Douglas interpretara Horizontes de Glória sob direcção de Stanley Kubrick, ao qual solicitou que terminasse Spartacus, após duas semanas às ordens de Anthony Mann, com quem o temperamental actor se tinha incompatibilizado. Mann concluíra já a sequência inicial, e preparava a grande cena de combate entre os gladiadores. Por esta única vez, Kubrick aceitou levar a cabo um filme em que não trabalhou no argumento, nem teria o controlo da versão final ou da distribuição. Além da estima por Douglas ou de um implícito desafio épico, Kubrick estaria interessado no projecto e na simbologia do tema. Além disso, assinava o argumento Danton Trumbo - a partir dum romance de Howard Fast, um autor de esquerda. Nos anos ’50, Trumbo tornara-se um dos Dez de Hollywood - artistas e intelectuais irradiados, sob a acusação de serem comunistas, durante a caça às bruxas do Senador Joseph MacCarthy. Em 1971, logrou realizar E Deram-lhe Uma Espingarda… À primeira vista, Spartacus representa mais um colosso típico da época, sobre o Império Romano e a propósito da Revolta dos Escravos. Foi uma tal ênfase autêntica e espectacular que contribuiu para o enorme sucesso comercial e o culto do público. Além disso, a Academia de Hollywood distinguiu-o com quatro Oscars: ao desempenho secundário de Peter Ustinov, à fotografia colorida de Russell Metty, à cenografia (Alexander Golitzen, Eric Orbon) e ao guarda-roupa (Bill Thomas). IMAG.188

CALENDÁRiO

30JUN-09SET2016 - Em Lisboa, Galeria 111 apresenta
Ver o Que Salta aos Olhos - exposição de pintura de Júlio Pomar e Vítor Pomar. IMAG.19-312-449-461-495-505-534-552-553-562-582-596-604-610-620-631

30JUN-16OUT2016 - Em Lisboa, Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia apresenta Silóquios e Solilóquios Sobre a Morte, a Vida e Outros Interlúdios - exposição de fotografia de Edgar Martins, sendo curador Sérgio Mah. IMAG.380-523

21JUL1916-18AGO2016 - Maria Madalena Pereira Othão, aliás Madalena Sotto: Actriz portuguesa de cinema, teatro e televisão - «Sempre lhe ouvi elogiar a dedicação, aquela coisa a que agora chamam o profissionalismo» (Jorge Silva Melo - 2011).

1933-29AGO2016 - Jerome Silberman, aliás Gene Wilder: Actor e cineasta americano, realizador, coargumentista e intérprete de Frankenstein Júnior / Young Frankenstein (1974) - «Há muitos actores cómicos que extraem a sua principal energia do comportamento infantil. Mesmo os maiores comediantes gostam de fazer coisas disparatadas, do género que as crianças assumem de um modo natural». IMAG.617

1932-31AGO2016 - Maria Zulmira Pereira Lemos Zeiger, aliás Anna Paula: Actriz portuguesa de cinema, teatro e televisão, dramaturga e professora do Conservatório - «…Uma diva… Conheci-a deslumbrante» (Herman José).

01SET2016 - O Som e a Fúria produziu, e estreia Cartas da Guerra (2016) de Ivo M. Ferreira; com Miguel Nunes e Margarida Vila-Nova. IMAG.327-360

NOTICIÁR
iO

Columbano
A fim de não ferirem a modéstia de Columbano Bordallo Pinheiro, está posta de parte a ideia de que os amigos d’aquele artista lhe ofereçam um banquete, como manifestação de protesto pela votação do júri do concurso para a cadeira de Pintura Histórica na Escola de Bellas-Artes. Estes amigos, porém, vão redigir um protesto que, depois de assinado por literatos e artistas, será entregue ao Governo.
20ABR1897 - Diário de Notícias


MEMÓRiA

14NOV1797-1875 - Charles Lyell: Advogado e geólogo britânico, definiu a Teoria do Uniformitarismo (segundo a qual os processos naturais que acontecem no presente, ocorreram também no passado, e de forma semelhante) - «Vejo através dos seus olhos. Metade do que está nos meus livros, provêm do cérebro dele» (Charles Darwin).
IMAG.63

15NOV1887-1972 - Marianne Craig Moore, aliás Marianne Moore: Poetisa americana, ligada ao modernismo - «Quando a técnica não tem qualquer interesse para um escritor, duvido que esse escritor seja um artista». IMAG.155

17NOV1917-1996 - Romeu Henrique Correia, aliás Romeu Correia: Escritor português, ficcionista e dramaturgo, desportista amador - «Na nossa literatura espalha-se a fibra romântica, a inclinação melancólica, saudosista, passadista, e a centelha irónica, sarcástica, inconforme e revoltada que caracterizam o homem português. Subjectivismo lírico e realismo irónico ou irreverente, são as duas constantes da literatura nacional». IMAG.169-496-566

17NOV1927-1993 - Rogério Gomes Lopes Ferreira, aliás Rogério Paulo: Actor português do teatro, do cinema e da televisão, um dos fundadores do Teatro Moderno de Lisboa (1961) - «Uma criatura muito honesta e um grande companheiro, para além de ser um grande actor» (Eunice Muñoz). IMAG.107-155-443

17NOV1927-2013 - Maurice Rosy: Artista belga, argumentista e ilustrador de banda desenhada, responsável pela editora Dupuis, director artístico da revista Spirou (1956-1971), criador de Bobo (1959). IMAG.453

1911-17NOV1997 - Orlando da Cunha Ribeiro, aliás Orlando Ribeiro: Cientista, geógrafo, historiador, escritor, fotógrafo - «Todo o pensamento científico se alimenta tanto da recolecção objectiva da realidade - a observação em Geografia - como da conceptualização teórica que permite os processos lógicos de descrever e interpretar» (Reflexões Conclusivas - 1983). IMAG.45-343-398-420-576

21NOV1857-1929 - Columbano Augusto Bordallo Pinheiro, aliás Columbano Bordallo Pinheiro: Pintor português - «A fama não eliminou o carácter de misantropia, de desconfiança, de egoísmo e de secura da personalidade de Columbano. A sua genialidade não rimava com a sua simpatia humana. O mestre criara um mundo estreito e fechado, de que era o único e terrível senhor» (Fernando de Pamplona). IMAG.155-197-301-482

ITINERÁR
iO

Ator português, nascido em Angola a 17 de novembro de 1927 e falecido a 26 de fevereiro de 1993. Aluno do Conservatório Nacional, em 1950 juntou-se à Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro onde teve o privilégio de trabalhar com Amélia Rey Colaço, Palmira Bastos, Nascimento Fernandes e Maria Matos. A sua estreia cinematográfica foi em A Garça e a Serpente (1952), a que se seguiu a comédia O Costa de África (1954), onde consolidou o seu estatuto de galã e contracenou com Vasco Santana, Laura Alves, Anna Paula e Ribeirinho. Embora nunca tivesse assumido a sua ligação ao Partido Comunista Português durante a época da ditadura, colaborou na evasão de Álvaro Cunhal e de outros comunistas do Forte de Peniche a 3 de janeiro de 1960. Em 1961, fundou, conjuntamente com Armando Cortez e Paulo Renato, o Teatro Moderno de Lisboa, completamente revolucionário para a época não só por ter sido uma sociedade artística com divisão de lucros pelos associados como também pelo facto de ter sido a primeira companhia a representar em Portugal autores como Arthur Miller, August Strindberg e John Steinbeck. Gradualmente, tornou-se um dos encenadores mais reputados do panorama teatral português, estatuto que confirmou no Teatro Nacional D. Maria II onde encenou peças como Esfera Facetada (1969), de Nuno Moniz Pereira, e O Pecado de João Agonia (1969), de Bernardo Santareno. Com a Revolução de 25 de abril de 1974, assumiu as suas convicções políticas e adotou a faceta de escritor, publicando Um Ator em Viagem (1976) e Introdução ao Teatro Cubano (1978). Não descurou o cinema, tendo desempenhado um papel importante em Sem Sombra de Pecado (1983), de José Fonseca e Costa. Também fez televisão, destacando-se pela personagem Mimoso das Sardinhas na telenovela Chuva na Areia (1985). Um dos seus últimos trabalhos no palco foi Mãe Coragem e Seus Filhos (1986), de Bertolt Brecht, em que contracenou com Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Catarina Avelar, Irene Cruz e Carlos Daniel, e que foi um sucesso sem precedentes com grande afluência de público.

BREVIÁRiO

Relógio D’Água edita
31 Sonetos de William Shakespeare (1564-1616); tradução de Ana Luísa Amaral.
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Sony edita em CD, Ludwig van Beethoven [1770-1827]: Symphonies 4 & 5 por Concentus Musicus Wien, sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt (1929-2016).
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Dom Quixote edita A Instrumentalina de Lídia Jorge. IMAG.16-144-187-286-314-373-536-540-545-574

Relógio D’Água edita O Nosso Amigo Comum de Charles Dickens (1812-1870); tradução de Maria de Lurdes Guimarães. IMAG.117-278-357-447-488-552-624
 

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