José
de Matos-Cruz | 16 Novembro 2017 | Edição Kafre | Ano XIV –
Semanal – Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
CLÁSSICOS
Filme
intemporal, correspondendo embora a uma produção com quase
sessenta anos, Spartacus
(1960) representa, antes de mais, uma homenagem a Kirk Douglas que o
produziu, logrando ainda uma impressionante composição como
protagonista. Em 1958, Douglas interpretara Horizontes
de Glória sob direcção de
Stanley Kubrick, ao qual solicitou que terminasse Spartacus,
após duas semanas às ordens de Anthony Mann, com quem o
temperamental actor se tinha incompatibilizado. Mann concluíra já
a sequência inicial, e preparava a grande cena de combate entre os
gladiadores. Por esta única vez, Kubrick aceitou levar a cabo um
filme em que não trabalhou no argumento, nem teria o controlo da
versão final ou da distribuição. Além da estima por Douglas ou
de um implícito desafio épico, Kubrick estaria interessado no
projecto e na simbologia do tema. Além disso, assinava o argumento
Danton Trumbo - a partir dum romance de Howard Fast, um autor de
esquerda. Nos anos ’50,
Trumbo tornara-se um dos Dez de Hollywood - artistas e intelectuais
irradiados, sob a acusação de serem comunistas, durante a caça
às bruxas do Senador Joseph
MacCarthy. Em 1971, logrou realizar E
Deram-lhe Uma Espingarda… À
primeira vista, Spartacus
representa mais um colosso típico da época, sobre o Império
Romano e a propósito da Revolta dos Escravos. Foi uma tal ênfase
autêntica e espectacular que contribuiu para o enorme sucesso
comercial e o culto do público. Além disso, a Academia de
Hollywood distinguiu-o com quatro Oscars: ao desempenho secundário
de Peter Ustinov, à fotografia colorida de Russell Metty, à
cenografia (Alexander Golitzen, Eric Orbon) e ao guarda-roupa (Bill
Thomas). IMAG.188
CALENDÁRiO
30JUN-09SET2016 - Em Lisboa, Galeria 111 apresenta Ver o Que Salta aos Olhos - exposição de pintura de Júlio Pomar e Vítor Pomar. IMAG.19-312-449-461-495-505-534-552-553-562-582-596-604-610-620-631
30JUN-16OUT2016
- Em Lisboa, Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia apresenta
Silóquios e Solilóquios
Sobre a Morte, a Vida e Outros Interlúdios -
exposição de fotografia de Edgar Martins, sendo curador Sérgio
Mah. IMAG.380-523
21JUL1916-18AGO2016
- Maria Madalena Pereira Othão, aliás Madalena Sotto: Actriz
portuguesa de cinema, teatro e televisão - «Sempre lhe ouvi
elogiar a dedicação, aquela coisa a que agora chamam o
profissionalismo» (Jorge Silva Melo - 2011).
1933-29AGO2016
- Jerome Silberman, aliás Gene Wilder: Actor e cineasta americano,
realizador, coargumentista e intérprete de Frankenstein
Júnior /
Young Frankenstein (1974) -
«Há muitos actores cómicos que extraem a sua principal energia do
comportamento infantil. Mesmo os maiores comediantes gostam de fazer
coisas disparatadas, do género que as crianças assumem de um modo
natural». IMAG.617
1932-31AGO2016
- Maria Zulmira Pereira Lemos Zeiger, aliás Anna Paula: Actriz
portuguesa de cinema, teatro e televisão, dramaturga e professora
do Conservatório - «…Uma diva… Conheci-a deslumbrante»
(Herman José).
01SET2016
- O Som e a Fúria produziu, e estreia Cartas
da Guerra (2016) de Ivo M.
Ferreira; com Miguel Nunes e Margarida Vila-Nova. IMAG.327-360
NOTICIÁRiO
A
fim de não ferirem a modéstia de Columbano Bordallo Pinheiro, está
posta de parte a ideia de que os amigos d’aquele artista lhe
ofereçam um banquete, como manifestação de protesto pela votação
do júri do concurso para a cadeira de Pintura Histórica na Escola
de Bellas-Artes. Estes amigos, porém, vão redigir um protesto que,
depois de assinado por literatos e artistas, será entregue ao
Governo.
20ABR1897
- Diário de Notícias
MEMÓRiA
14NOV1797-1875 - Charles Lyell: Advogado e geólogo britânico, definiu a Teoria do Uniformitarismo (segundo a qual os processos naturais que acontecem no presente, ocorreram também no passado, e de forma semelhante) - «Vejo através dos seus olhos. Metade do que está nos meus livros, provêm do cérebro dele» (Charles Darwin). IMAG.63
15NOV1887-1972
- Marianne Craig Moore, aliás Marianne Moore: Poetisa americana,
ligada ao modernismo - «Quando a técnica não tem qualquer
interesse para um escritor, duvido que esse escritor seja um
artista». IMAG.155
17NOV1917-1996
- Romeu Henrique Correia, aliás Romeu Correia: Escritor português,
ficcionista e dramaturgo, desportista amador - «Na nossa literatura
espalha-se a fibra romântica, a inclinação melancólica,
saudosista, passadista, e a centelha irónica, sarcástica,
inconforme e revoltada que caracterizam o homem português.
Subjectivismo lírico e realismo irónico ou irreverente, são as
duas constantes da literatura nacional». IMAG.169-496-566
17NOV1927-1993
- Rogério Gomes Lopes Ferreira, aliás Rogério Paulo: Actor
português do teatro, do cinema e da televisão, um dos fundadores do
Teatro Moderno de Lisboa (1961) - «Uma criatura muito honesta e um
grande companheiro, para além de ser um grande actor» (Eunice
Muñoz). IMAG.107-155-443
17NOV1927-2013
- Maurice Rosy: Artista belga, argumentista e ilustrador de banda
desenhada, responsável pela editora Dupuis, director artístico da
revista Spirou (1956-1971),
criador de Bobo
(1959). IMAG.453
1911-17NOV1997
- Orlando da Cunha Ribeiro, aliás Orlando Ribeiro: Cientista,
geógrafo, historiador, escritor, fotógrafo - «Todo o pensamento
científico se alimenta tanto da recolecção objectiva da realidade
- a observação
em Geografia - como da conceptualização teórica que permite os
processos lógicos de descrever e interpretar» (Reflexões
Conclusivas - 1983).
IMAG.45-343-398-420-576
21NOV1857-1929
- Columbano Augusto
Bordallo Pinheiro, aliás
Columbano Bordallo
Pinheiro: Pintor português - «A fama
não eliminou o carácter de misantropia, de desconfiança, de
egoísmo e de secura da personalidade de Columbano. A sua genialidade
não rimava com a sua simpatia humana. O mestre
criara um mundo estreito e fechado, de que era o único e terrível
senhor» (Fernando de Pamplona). IMAG.155-197-301-482
ITINERÁRiO
Ator
português, nascido em Angola a 17 de novembro de 1927 e falecido a
26 de fevereiro de 1993. Aluno do Conservatório Nacional, em 1950
juntou-se à Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro onde teve o
privilégio de trabalhar com Amélia Rey Colaço, Palmira Bastos,
Nascimento Fernandes e Maria Matos. A sua estreia cinematográfica
foi em A Garça e a Serpente
(1952), a que se seguiu a comédia O
Costa de África (1954), onde
consolidou o seu estatuto de galã e contracenou com Vasco Santana,
Laura Alves, Anna Paula e Ribeirinho. Embora nunca tivesse assumido a
sua ligação ao Partido Comunista Português durante a época da
ditadura, colaborou na evasão de Álvaro Cunhal e de outros
comunistas do Forte de Peniche a 3 de janeiro de 1960. Em 1961,
fundou, conjuntamente com Armando Cortez e Paulo Renato, o Teatro
Moderno de Lisboa, completamente revolucionário para a época não
só por ter sido uma sociedade artística com divisão de lucros
pelos associados como também pelo facto de ter sido a primeira
companhia a representar em Portugal autores como Arthur Miller,
August Strindberg e John Steinbeck. Gradualmente, tornou-se um dos
encenadores mais reputados do panorama teatral português, estatuto
que confirmou no Teatro Nacional D. Maria II onde encenou peças como
Esfera Facetada
(1969), de Nuno Moniz Pereira, e O
Pecado de João Agonia
(1969), de Bernardo Santareno. Com a Revolução de 25 de abril de
1974, assumiu as suas convicções políticas e adotou a faceta de
escritor, publicando Um Ator
em Viagem (1976) e Introdução
ao Teatro Cubano (1978). Não
descurou o cinema, tendo desempenhado um papel importante em Sem
Sombra de Pecado (1983), de
José Fonseca e Costa. Também fez televisão, destacando-se pela
personagem Mimoso das Sardinhas na telenovela Chuva
na Areia (1985). Um dos seus
últimos trabalhos no palco foi Mãe
Coragem e Seus Filhos (1986),
de Bertolt Brecht, em que contracenou com Eunice Muñoz, Ruy de
Carvalho, Catarina Avelar, Irene Cruz e Carlos Daniel, e que foi um
sucesso sem precedentes com grande afluência de público.
BREVIÁRiO
Relógio D’Água edita 31 Sonetos de William Shakespeare (1564-1616); tradução de Ana Luísa Amaral.
IMAG.25-26-33-66-79-92-110-131-141-146-164-179-188-193-198-199-202-232-239-322-326-342-366-377-387-404-410-415-443-457-464-471-495-499-531-533-559-561-581-630
Sony
edita em CD, Ludwig van Beethoven
[1770-1827]: Symphonies 4 &
5 por Concentus Musicus Wien,
sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt
(1929-2016).
IMAG.134-163-202-204-210-228-229-236-237-239-255-268-285-298-303-323-360-375-384-409-430-431-432-436-442-445-452-458-481-502-529-581-604-605
IMAG.134-163-202-204-210-228-229-236-237-239-255-268-285-298-303-323-360-375-384-409-430-431-432-436-442-445-452-458-481-502-529-581-604-605
Relógio
D’Água edita O Nosso Amigo
Comum de Charles Dickens
(1812-1870); tradução de Maria de Lurdes Guimarães.
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