quarta-feira, maio 01, 2019

IMAGINÁRiO #769

José de Matos-Cruz | 01 Setembro 2020 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

EVOCAÇÕES
Um cruzamento privilegiado entre modos actuais de informação, meios consagrados de divulgação artística, e métodos didácticos de expressão convergem na História de Oliveira do Hospital - Povo Valoroso, Passado Heróico (2001). Álbum de José Garcês, lançado com o patrocínio da Região de Turismo da Serra da Estrela, por Âncora Editora - assim, concretizando outras propostas de revitalização, em incidências culturais, políticas, e em primordiais implicações comunitárias. A História de Oliveira do Hospital em banda desenhada principia Por Terras de Ulvária - nos tempos do Condado Portucalense, com a Condessa D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques; culminando sobre O Património Artístico e Religioso de Lourosa, sendo o desenvolvimento social a preocupação no início do Século XXI. A concessão do Foral formalizou-se em 1514, por El-Rei D. Manuel I; em 1810, o exército francês, sob o comando do General Massena, deixou um rasto de destruição; a elevação a Cidade ocorreu em 1993… Eis uma incidência aliciante, pela concepção de mestre José Garcês, atribuindo à figuração narrativa uma componente interactiva, da função pedagógica ao entretenimento.
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CALENDÁRiO

17JAN2019 - Take 2000 produziu, e estreia Os Dois Irmãos (2018) de Francisco Manso; com Flávio Hamilton e Manuel Estevão.
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17JAN2019 - Leopardo Filmes coproduziu, e estreia Selvagens / Sauvages (2018) de Dennis Berry; com Nadja Tereszkiewicz e Catarina Wallenstein.

17JAN2019 - NOS Audiovisuais estreia Tiro e Queda (2018) de Ramón de los Santos; com Eduardo Madeira e Manuel Marques.

17JAN-17MAR2019 - Em Lisboa, Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva apresenta, na Casa-Atelier, A Porta ao Lado É Aqui Que Eu Moro - exposição de pintura de Isabel Almeida Garrett.

18JAN-28FEV2019 - Em Odivelas, Centro Cultural Malaposta apresenta Olhares - exposição de fotografia de Serafim Tavares.

19JAN-31MAR2019 - Alfândega do Porto apresenta Banksy’s, Dismaland and Others - exposição de fotografia de Barry Cawston (GB). IMAG.515

24JAN2019 - Midas Filmes estreia Debaixo do Céu (2018) de Nicholas Oulman; coprodução de UkBar Filmes, com Anita Sanders e Helga Liné. IMAG.276-279-341

24JAN2019 - Cine-Clube de Avanca produziu, e estreia Uma Vida Sublime (2018) de Luís Diogo; com Eric da Silva e Susie Filipe. IMAG.510

24JAN-24MAR2019 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Memories of Futures Past - exposição de pintura de Andrew Hart Adler (EUA), sendo curadora Sofia Muller e Sousa. 
 
COMENTÁRiO

A primeira reacção de Fernando Pessoa em face do mundo, incluindo o eu que reflecte, é um sentimento de estranheza, um arrepio de espanto. Pessoa nega-se, com todas as forças do seu espírito, a aceitar um mundo tal como as suas percepções lho transmitem: é absurdo, não pode ser. Tomado da angústia de intuir o mistério, interroga para satisfazer de certeza uma razão exigente. Toda a sua obra exprime a interrogação ou as respostas possíveis para essa interrogação, ou a melancolia de saber que não há resposta.
Jacinto do Prado Coelho
- Diversidade e Unidade Em Fernando Pessoa (1951)

MEMÓRiA

1825-SET1880 - João Victor da Silva Brandão, aliás João Brandão, aliás o Terror das Beiras: Salteador português - «Na Beira contava-se de muitos assassínios, que ele praticara por perversidade; mas eram afirmações sem provas, e vinham de fontes suspeitas» (Bulhão Pato - 1890). IMAG.57

03SET1940-2015 - Eduardo Hughes Galeano, aliás Eduardo Galeano: Intelectual uruguaio, jornalista e escritor - «Não vale a pena vivermos para vencer… Vale, sim, a pena viver para seguirmos a nossa consciência». IMAG.564

01SET1920-1984 - Jacinto de Almeida do Prado Coelho, aliás Jacinto do Prado Coelho: Escritor português, investigador, crítico literário, professor universitário - «Ler colectivamente (em diálogo com a obra literária, em diálogo de leitor com outros leitores) é, com efeito, além de prazer estético, um modo apaixonante de conhecimento… Não há, suponho, disciplina mais formativa que a do ensino da literatura. Saber idiomático, experiência prática e vital, sensibilidade, gosto, capacidade de ver, fantasia, espírito crítico – a tudo isto faz apelo a obra literária, tudo isto o seu estudo mobiliza… A literatura não se faz para ensinar: é a reflexão sobre a literatura que nos ensina.» (Como Ensinar Literatura - Ao Contrário de Penélope - 1976). IMAG.187-352-467

1885-01SET1970 - François Charles Mauriac, aliás François Mauriac: Escritor francês, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (1952) - «O desejo transforma o ser de quem nos aproximamos num monstro que não se parece com ele». IMAG.534-605

1844-02SET1910 - Henri Julien Félix Rousseau, aliás Henri Rousseau: Artista plástico francês - «Somos os maiores pintores do nosso tempo… Tu, ao modo egípcio; eu, ao estilo moderno» (Pablo Picasso). IMAG.14

03SET1930-2005 - Daciano Henrique Monteiro da Costa, aliás Daciano da Costa: Arquitecto português, pintor, designer e professor - «Acho que há tralha a mais no mundo». IMAG.63-447

03SET1930-2014 - Fernando Machado Soares: Compositor e poeta português, cantor da música de Coimbra, autor de A Balada da Despedida - «Deu um contributo importante na criação das condições da transição do fado clássico para as baladas e para as trovas que as vozes de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira vieram a imortalizar» (Portal do Fado). IMAG.547

1924-04SET2010 - Paul Francis Conrad, aliás Paul Conrad: Cartoonista americano, veterano de Los Angeles Times (1964-1993), três vezes distinguido com o Prémio Pulitzer (1964, 1971 e 1984), cujas ilustrações, motivadas por uma postura liberal, satirizavam os políticos e enfureciam os mais conservadores, com um estilo visual persistente e agressivo - «O seu trabalho é de efeito imediato, e pleno de emoção. Tratando-se de um pugilista, seria daqueles que não param de atacar o adversário» (Mike Keefe). IMAG.324-472

1926-06SET2010 - Clive Stanley Donner, aliás Clive Donner: Realizador britânico de cinema e televisão, iniciou carreira nos Pinewood Studios aos quinze anos, tendo dirigido O Que Há de Novo, Gatinha? / What's New Pussycat? (1965) - «Uma das coisas de que mais se orgulhava, era a sua influência na carreira de um número significativo de actores, como Alan Bates, David Hemmings e Ian McKellen» (Gavin Asher). IMAG.325-547

ANUÁRiO

1921-1990 - José Araújo de Medeiros, aliás José Medeiros: Fotógrafo brasileiro, de cariz documental e fotojornalista - «É um dos nossos mais brilhantes, modernos e inteligentes fotógrafos. Saltou por cima de sua geração de fotógrafos corretos e acadêmicos, inventando um estilo pessoal, cheio de poesia, inspiração e improvisação, criando uma estrutura técnica absolutamente livre de dogmas, perfeitamente adaptada às dificuldades reais do cinema brasileiro. Nesse sentido, ele é um precursor solitário, cujos ensinamentos vão fertilizar muito a fotografia do cinema brasileiro» (Cacá Diegues). IMAG.448-556

PARLATÓRiO

José Medeiros
Sob o olhar de Medeiros, a cidade se mostra como limiar histórico e geográfico entre dois mundos: a paisagem parece dar as costas para o interior do país, num anseio geral de modernidade e cosmopolitismo; ao mesmo tempo, estão sempre presentes as marcas da história brasileira profunda, de raiz colonial, e Medeiros não deixa nunca de capturá-las. É assim que Medeiros mergulha de forma intensa, mas também crítica, nesse Rio festivo e despreocupado. Pelas suas folhas de contacto desse período desfilam criaturas de sonho, transitando por coquetéis, à beira de piscinas, no Jockey Club ou nos bailes a fantasia.
Deixa-se fascinar pela vida noturna - mas a segregação social não lhe escapa nunca, mesmo quando ele fotografa cenas de alegria coletiva. Medeiros é capaz de ousadias raras para a época: não abandona o seu interesse pelo elemento popular, à margem da vida mundana e burguesa; regista a tristeza e a solidão de fim de Carnaval; dá ao travesti Juju o status de estrela cinematográfica; e não hesita no registo mordaz, quase satírico, da vida das elites sociais e políticas. Esse vaivém entre a elite e o povo, entre o moderno e o arcaico pode ser visto com especial nitidez na sua obra carioca, e é exatamente por ter captado essa ambivalência no coração da vida social que Medeiros merece um lugar de destaque na história da fotografia no Brasil.
Sergio Burgi e Élise Jasmin
BREVIÁRiO

Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema edita em DVD, A Revolução de Maio (1937) de António Lopes Ribeiro (1908-1995); com Maria Clara e António Martínez.  
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Relógio D’Água edita As Variedades da Experiência Religiosa de William James (1842-1910); tradução de Helena Briga Nogueira e Margarida Periquito. IMAG.768
 

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