José
de Matos-Cruz | 16 Fevereiro 2019 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
PROEZAS
Os
fanáticos dos heróis fantásticos que, em tempos, ansiavam por um
epílogo do explosivo arco épico de ShockRockets
(2000),
puderam - finalmente - extasiar-se com The
Final Battle,
que insere ainda mais proezas na iniciação de Superstar. Um novo
paladino dos autores fundamentais - Kurt
Busiek,
Stuart
Immonen
& Wade
Von Grawbadger
- em expansão pelo universo dos Image Comics, quando as façanhas do
ganancioso General Korda avassalam. Só o esquadrão ShockRocket
poderia fazer-lhe frente - se não estivesse tão abalado e dividido.
A única esperança é Alejandro Cruz - o jovem piloto dos vigilantes
galácticos, caso ele tenha engenho para desafiar Korda e as suas
hiperarmas, logrando sucesso onde os maiores cérebros militares da
Terra falharam. Entre a honra e o caos, o crepúsculo ou a vitória,
agiganta-se também a fama de Superstar - assim se originando,
literalmente, os seus poderes essenciais. Mas o dilema fundamental
persiste - como conseguirá Superstar preservar e expandir tais
prodígios? Eis a expectativa de ShockRockets,
cuja ameaça primordial parece germinar entre as suas próprias
fileiras… IMAG.105-306
CALENDÁRiO
1921-01OUT2017
- Jiří Synek, aliás František Listopad, aliás Jorge Listopad:
Escritor, crítico, realizador, encenador e professor de origem
checoslovaca, radicado em Portugal - «Há [no teatro] uma sedução
erótica, que sempre se quer. É uma tentação. No teatro, o actor
aquece a sua personalidade, o seu interior. Esse aquecimento passa
depois para os outros» (2012).
1931-05OUT2017
- António Luís Ernesto de Macedo, aliás António de Macedo:
Cineasta e escritor português, realizador e produtor, dramaturgo e
encenador, ensaísta e professor - «A realidade é mais subtil do
que aquilo que a gente vê. As incursões esotéricas que faço, são
tentativas de penetrar no universo real. Aliás, pode dizer-se que o
meu fantástico é mais real do que o real» (1989 - Se7e).
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05OUT2017
- Kazuo
Ishiguro é
distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, pelos seus
«romances de grande força emocional, que revelam o abismo da nossa
ilusória sensação de conforto em relação ao mundo».
05OUT2017
- NOS Audiovisuais estreia Al
Berto (2017) de Vicente Alves
do Ó; com Ricardo Teixeira e José Pimentão. IMAG.353-399-609
05OUT-17DEZ2017
- Em Lisboa, Palacete de São Bento expõe Arte
Em São Bento - 25 Obras da Colecção de Serralves,
sendo curadora Suzanne Cotter.
12OUT2017-11FEV2018
- Em Lisboa, Museu Nacional de Etnologia expõe De
Regresso à Luz - Esculturas Orientais Em Depósito da Colecção de
Victor Bandeira.
ANTIQUÁRiO
20FEV1909
- Em Paris, o diário Le
Figaro publica o Manifesto
Futurista do italiano Filippo
Tommaso Emilio Marinetti (1876-1944), ponto de partida do movimento
estético e cultural: «Declaramos que o esplendor do mundo se
enriqueceu com uma nova beleza: o deslumbramento da velocidade.
Nenhuma obra-prima existe, sem o devido momento de agressividade.
Pretendemos destruir os museus e as bibliotecas, combater o
moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas cujo
objectivo é o proveito». IMAG.404-493-591
VISTORiA
Eu
não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.
Sei
que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.
Mas há muitos que eu conheço
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.
Porque
o mundo me empurrou,
Caí na lama, e então
Tomei-lhe a cor, mas não sou
A lama que muitos são.
Caí na lama, e então
Tomei-lhe a cor, mas não sou
A lama que muitos são.
Vós
que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério.
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério.
António
Aleixo
MEMÓRiA
18FEV1899-16NOV1949
- António Fernandes Aleixo, aliás António Aleixo: Poeta popular
português - «Para não fazeres ofensas / E teres dias felizes, /
Não digas tudo o que pensas, / Mas pensa tudo o que dizes.».
20FEV1879-1944
- Adriano de Sousa Lopes: Artista plástico português, gravador e
pintor ligado ao modernismo -
«A sua obra aparece-nos sob uma aparência de retratista e
paisagista, e como um singular pintor da história, ou repórter, mas
da história recente, que quis presenciar e testemunhar» (José Luís
Porfírio). IMAG.581
1923-21FEV2009
- António Augusto Lagoa Henriques: Escultor português, poeta e
professor - «Ensinou-nos a olhar, a ter um olhar inteligente, e isso
não tem preço. Foi o meu primeiro mestre, uma figura que faz parte
de todo o meu percurso. Já não há muitas pessoas assim, com a sua
delicadeza de sentimento e a sua aristocracia de trato» (Helena
Roseta). IMAG.236-239-261-448
23FEV1649-1708
- John Blow: Organista e compositor britânico do período barroco -
autor de Venus & Adonis
(1686), «a primeira ópera inglesa» (Jorge Calado) - músico da
Abadia de Westminster (1669), mestre de William Croft, Jeremiah
Clarke e Henry Purcell. IMAG.557-677
PARLATÓRiO
Quando
acabei o liceu - a minha ideia era ir para Letras ou Direito - fiz
aptidão à Universidade mas chumbei. Resolvi preparar-me melhor em
História e Filosofia e o professor Agostinho da Silva dava aulas
particulares, na sua casa junto ao Jardim Zoológico. Eu sabia da
existência dele por uns cadernos que editava à sua custa, obras de
difusão cultural. Também editava pequenas biografias. Tinha sido
expulso do ensino oficial e ganhava a vida com aulas particulares e
essas edições. Um dia ele perguntou-me: o que lhe interessa para
além de História e Filosofia? E eu disse-lhe que gostava muito de
desenhar. Pediu-me para lhe levar os meus desenhos e quando os viu
disse logo: você e eu estamos enganados, a sua vocação é a
escultura. Ele não me fechou as portas das Letras, até me disse que
tinha um entendimento para uma cultura enraizada na palavra, mas
devia seguir a Escultura. E assim fiz.
Lagoa
Henriques
INVENTÁRiO
Sousa
Lopes
Adriano
de Sousa Lopes (1879-1944) foi um dos primeiros artistas portugueses
a adotar práticas impressionistas. Começa por se interessar por
fantasiosas narrativas lendárias e por momentos épicos da História
de Portugal, inspirando-se em estéticas simbolistas, mas deixa-se
seduzir pelos impressionismos e por artistas como Monet e Besnard, em
Paris (1903). Nos museus e em viagens pela Europa adquire uma
cultura artística invulgar que se reflete na produção de uma longa
série de obras realizadas em Veneza.
Pintor
histórico de formação, alista-se como artista oficial do Corpo
Expedicionário Português na Grande Guerra (1914-18). Testemunha e
regista os episódios dramáticos e as paisagens devastadas em
notáveis gravuras a água-forte, comoventes desenhos e trágicas
pinturas.
Nos
anos 1920, o excelente núcleo de retratos de Marguerite Gros, sua
mulher, assegura-lhe um lugar original como retratista de imagens no
feminino, no centro do modernismo português, embora sem o integrar.
É neste período que Sousa Lopes constrói séries impressivas de
luz, em diferentes fases do dia, explorando a representação do
movimento das ondas, assim como a faina dos pescadores, em
enquadramentos escolhidos – são paisagens do litoral português,
entre as praias da Caparica, Nazaré, Aveiro e Furadouro.
Diretor
do Museu Nacional de Arte Contemporânea de 1929 a 1944, Sousa Lopes
sucede a Columbano no cargo. Preocupa-se com a ampliação do museu e
com uma política de aquisições que privilegia núcleos
oitocentistas, mas garante, pela primeira vez, a incorporação de
autores modernistas.
Maria
de Aires Silveira
(excerto)
BREVIÁRiO
Dom
Quixote edita A Casa das Belas
Adormecidas de Yasunari
Kawabata (1899-1972); tradução de Luís Pignatelli.
IMAG.285-366-668
Círculo
de Leitores edita Casamentos
da Família Real Portuguesa de
Ana Maria Rodrigues, Manuela Santos Silva e Ana Leal de Faria.
EXTRAORDINÁRiO
OS
HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico
BUÇO
COM LEITE MANCHA O COLETE
- 8
Nessa
altura, para mau grado seu, caiu-lhe uma enorme pedra de um prédio
em recuperação, pelo que teve de ir curar-se ao Hospital de São
José. É caso para dizer que nem só debaixo dos pés se levantam os
trabalhos…
– Continua
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