quarta-feira, julho 30, 2014

IMAGINÁRiO #515

José de Matos-Cruz | 16 Maio 2015 | Edição Kafre | Ano XII – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO
FANTASIAS
Uma pequena rústica do Kansas. Dorothy Gale vive na quinta de uma tia, tendo por companheiro o simpático cão Toto. Mas este começa a dar provas de agressividade, perante seres que não suporta. Assim, um cíclope leva Dorothy, adormecida, com Toto, para o país dos Munchkins. Ao acordar, a menina descobre em seu redor um mundo de sonho, onde o povo vive orientado por uma fada boa, Glinda. Ela aconselha Dorothy, com saudades, a consultar o Feiticeiro de Oz, para lhe sugerir um meio de regresso ao Kansas. Então, Dorothy percorre as estradas dessa terra prodigiosa - em companhia de bizarras personagens, que vai encontrando: Hank o Espantalho, à procura de cérebro; Hickory o Homem-de-Lata, em busca de um coração; e o Leão Preguiçoso, ansiando ter coragem. Seguem por um caminho de tijolos amarelos, até à Cidade Esmeralda. Mas a Bruxa Má está disposta a capturá-los, enviando macacos voadores. Afinal, o segredo do Feiticeiro é que ele não existe, enquanto tal; trata-se de um hábil e amável velhote, que prediz o futuro, à medida dos desejos de cada um…


CALENDÁRiO
¢16MAI-15JUN2014 - No Passeio Marítimo, Câmara Municipal de Cascais apresenta, com Fundação D. Luís I, a 6ª Edição do Concurso / Exposição Internacional de Escultura - ArteMar Estoril 2014.

¢17MAI2013-21SET2014 - Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga apresenta Os Sabóias. Reis e Mecenas. Turim (1730-1750) - exposição de 103 peças oriundas do Museo Civico de Arte Antica - Palazzo Madama de Turim, classificadas Património da Humanidade pela Unesco (1997).

¸18MAI2014 - Perto de Senhora da Aparecida, de Lousada e do Porto, e por iniciativa de Abi Feijó, é inaugurada a Casa/Museu de Vilar - A Imagem em Movimento, dedicada ao cinema de animação e com valências expositiva e pedagógica. IMAG.60

¢22MAI-26OUT2015 - Em Cascais, Casa das Histórias Paula Rego apresenta 1961: Ordem e Caos - exposição pintura, gravura e desenho de Paula Rego, Victor Willing (1928-1988), Eduardo Batarda e Bartolomeu Cid dos Santos (1931-2008). IMAG.11-13-31-146-199-205-258-269-325-336-342-351-357-364-370-388-399-416-464-486-489

¢05JUL-05OUT2014 - Em Lisboa, Museu da Electricidade expõe Dissecação/Dissection - Um Olhar Para o Futuro de Alexandre Farto, aliás Vhils.
                
MEMÓRiA
¸16MAI1905-1982 - Henry Fonda: Actor do cinema americano - «Não posso opinar sobre o método, nunca o estudei em representação. Isto não significa que esteja, deste modo, a exprimir uma opinião - não sei o que é». IMAG.23-35-179-205-382-437

¸16MAI1915-2010 - Mario Monicelli: Argumentista e cineasta italiano - «Uma comédia italiana é dramática. A situação é quase sempre trágica, mas tratada de uma maneira humorística. As pessoas morrem, e não há um final feliz». IMAG.214-333-475

¯18MAI1935-2010 - Manuel Ivo Cruz: Compositor português, maestro, musicólogo e historiador - Filho do maestro Ivo Cruz (1901-1985), fundou e dirigiu os Cursos Internacionais da Costa do Estoril, e foi distinguido com a Ordem do Rio Branco (Brasil). IMAG.336-337

O1853-19MAI1895 - José Martí: Escritor, político e filósofo cubano - «Os homens são como as estrelas: alguns geram a sua própria luz, enquanto outros reflectem o brilho que elas recebem». IMAG.404

¨1802-22MAI1885 - Victor Hugo: Escritor e estadista francês - «Há pessoas que deixam cair um vaso de flores do quinto andar, e dizem: ofereço-lhe rosas». IMAG.28-44-92-180-212-240-314-360

¨23MAI1735-1814 - Charles-Joseph, Príncipe de Ligne: Nobre, oficial e homem de letras belga - «De todas as ilusões que cultivámos na vida, a mais agradável é a esperança de que se ocupem de nós depois de não existirmos. Este fumo de glória não é desarrazoado, e pode mover-nos a praticar grandes coisas». IMAG.494

COMENTÁRiO
O FEITICEIRO DE OZ
¸Dirigido por Victor Fleming, O Feiticeiro de Oz / The Wizard of Oz (1939) converteu-se em clássico exemplar e no modelo perfeito, entre as produções da Metro-Goldwin-Mayer - através duma síntese fascinante, entre fantasia, cores, alegria e canções. Eis um espectáculo deslumbrador, feérico, em efabulativa transfiguração do imaginário americano, com inspiração melódica de E.Y. Harburg & Harold Harlen. Judy Garland, Billie Burke, Frank Morgan, Ray Bolger e Jack Haley sobressaem num magnífico elenco, dando vida ao argumento de Noel Langley, Florence Ryerson & Edgar Allan Wolf - segundo um romance de Lyman Frank Baum, já levado ao cinema em 1925, e em remakes pela variante teatral The Wiz (1978 - Sidney Lumet) ou na produção australiana Oz. O original teve, aliás, duas sequelas: Return To Oz (1985 - Walter Murch) ou, antes, Journey Back To Oz (1964-74 - Hal Sutherland), pela animação; género em que se expandiu, ainda, O Feiticeiro de Oz (1990), por Turner Entertainment. Em 1904, Frank Baum concebeu também The Queer Visitors From the Marvelous Land of Oz, versão directa em quadradinhos, ilustrada por Walt McDougall e com relançamento da Eternity (1991).
 
GALERiA
1961: Ordem e Caos
¢A exposição 1961: Ordem e Caos reúne um vasto conjunto de obras de  Paula Rego produzido durante as décadas de 1960 e 1970, pretendendo documentar e analisar o início do seu percurso artístico e o impacto no panorama português da época.
As obras concebidas por Paula Rego durante estes anos remetem para a situação política do país, comentando-a de forma sarcástica e crua. Ao sublinhar esta orientação temática, aprofundam-se as inquietações políticas que atravessaram a obra da pintora neste período em particular, mas também em fases posteriores do seu trabalho.
Para além das obras de Paula Rego, mostram-se ainda trabalhos de outros artistas portugueses, que assumiram também uma postura crítica em relação à situação política e à vida social e cultural do país, ao mesmo tempo que desenvolveram uma linguagem figurativa própria: Bartolomeu Cid dos Santos e Eduardo Batarda. Explora-se, assim, a ligação de pesquisas diferenciadas e inovadoras no campo da figuração, a partir dos anos ‘60, com o comentário político, social e cultural.
Esta exposição inclui ainda obras de Victor Willing (da colecção da Casa das Histórias) que evidenciam a cumplicidade artística e vivencial que estabeleceu com Paula Rego. Considerado na Slade School como spokesman for his generation, pelo seu brilhantismo intelectual, este artista representa desde o início da formação académica de Paula Rego a sua referência tutelar, a ligação mais imediata ao panorama artístico da época.


Para além da apresentação de pintura, gravura e desenho, um núcleo documental surge no espaço expositivo reforçando a evocação dos momentos mais marcantes do início do percurso artístico de Paula Rego ocorridos em Portugal: a sua primeira apresentação pública no nosso país (1961), a atribuição de uma bolsa de estudo pela Fundação Calouste Gulbenkian (1962-1963) e a primeira exposição individual na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1965). As iniciativas da Fundação Calouste Gulbenkian tiveram claro impacto na carreira de Paula Rego, e reflectem-se também na aquisição de um vasto número de obras da sua autoria desde 1965, pelo que esta instituição é destacada nesta panorâmica histórica também pelo número de obras cedidas para 1961: Ordem e Caos.

Dissecação/Dissection
¢Pela primeira vez, um museu em Portugal faz uma exposição de Vhils. Ao longo de três meses, o Museu da Eletricidade exibe a obra do mais famoso street artist nacional.
Vhils é hoje um nome reconhecido no panorama artístico internacional, com intervenções de grande impacto que vão de Xangai a São Paulo, de Bogotá a Paris, de Moscovo a Nova Iorque.
Com um estilo único, a obra de Vhils não se limita a usar os muros da cidade como suporte, revelando uma grande capacidade de intervenção e invenção de espaços e meios.
Vhils destrói, para criar a sua arte. «Tento focar-me na destruição como acto criativo; é algo que trouxe do graffiti. Acredito que somos todos formados por camadas de tecido histórico e social. O nosso sistema social é produto do mesmo processo de camadas, e acredito que, ao removermos e expormos essas camadas - pela sua destruição - conseguimos alcançar algo mais puro», revelou recentemente o artista ao site Wynwood Walls
Para a exposição Dissecção/Dissection, Vhils utiliza materiais recolhidos no Campus do Museu da Eletricidade e nas ruas de Lisboa. E apresenta, no interior e exterior do Museu da Eletricidade, peças totalmente inéditas, criadas a partir de temas usuais da sua obra: os deslocados e os desalojados urbanos, que convocam e problematizam a memória colectiva das cidades, a vertigem das suas imagens, as histórias dos seus habitantes.
Vhils é o nome artístico de Alexandre Farto, nascido no Seixal há 27 anos. De grafitter dos subúrbios de Lisboa a artista de renome internacional, passou pouco mais de uma década. Estudou em Londres e alcançou a notoriedade quando uma obra sua surgiu ao lado de um original de Banksy, no Cans Festival de 2008.
  
PARLATÓRiO
¨O inverno cobre a minha cabeça, mas uma eterna primavera vive no meu coração…
Victor Hugo
        
BREVÁRiO
¸Warner edita em Blu-ray, O Feiticeiro de Oz / The Wizard of Oz (1939) de Victor Fleming; com Judy Garland e Ray Bolger. IMAG.29-35-46-116-204-309-334

¨Presença edita Guerra e Paz de Lev/Leon Tolstoi (1828-1910); tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra. IMAG.56-194-299-305-358-363-444-506

¯Universal Music edita em CD, Fado É Amor de Carlos do Carmo. IMAG.166-314-434-463-509

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