José
de Matos-Cruz | 16 Maio 2015 | Edição Kafre | Ano XII – Semanal – Fundado em
2004
PRONTUÁRiO
FANTASIAS
Uma pequena rústica do
Kansas. Dorothy Gale vive na quinta de uma tia, tendo por companheiro o
simpático cão Toto. Mas este começa a dar provas de agressividade, perante
seres que não suporta. Assim, um cíclope leva Dorothy, adormecida, com Toto,
para o país dos Munchkins. Ao acordar, a menina descobre em seu redor um mundo
de sonho, onde o povo vive orientado por uma fada boa, Glinda. Ela aconselha
Dorothy, com saudades, a consultar o Feiticeiro de Oz, para lhe sugerir um meio
de regresso ao Kansas. Então, Dorothy percorre as estradas dessa terra
prodigiosa - em companhia de bizarras personagens, que vai encontrando: Hank o
Espantalho, à procura de cérebro; Hickory o Homem-de-Lata, em busca de um
coração; e o Leão Preguiçoso, ansiando ter coragem. Seguem por um caminho de
tijolos amarelos, até à Cidade Esmeralda. Mas a Bruxa Má está disposta a
capturá-los, enviando macacos voadores. Afinal, o segredo do Feiticeiro é que
ele não existe, enquanto tal; trata-se de um hábil e amável velhote, que prediz
o futuro, à medida dos desejos de cada um…
CALENDÁRiO
¢16MAI-15JUN2014 -
No Passeio Marítimo, Câmara Municipal de Cascais apresenta, com Fundação D.
Luís I, a 6ª Edição do Concurso / Exposição Internacional de Escultura -
ArteMar Estoril 2014.
¢17MAI2013-21SET2014 -
Em Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga apresenta Os Sabóias. Reis e Mecenas. Turim (1730-1750) - exposição de 103
peças oriundas do Museo Civico de Arte Antica - Palazzo Madama de Turim,
classificadas Património da Humanidade pela Unesco (1997).
¸18MAI2014 -
Perto de Senhora da Aparecida, de Lousada e do Porto, e por iniciativa de Abi
Feijó, é inaugurada a Casa/Museu de Vilar - A Imagem em Movimento, dedicada ao
cinema de animação e com valências expositiva e pedagógica. IMAG.60
¢22MAI-26OUT2015 -
Em Cascais, Casa das Histórias Paula Rego apresenta 1961: Ordem e Caos - exposição pintura, gravura e desenho de Paula
Rego, Victor Willing (1928-1988), Eduardo Batarda e Bartolomeu Cid dos Santos
(1931-2008). IMAG.11-13-31-146-199-205-258-269-325-336-342-351-357-364-370-388-399-416-464-486-489
¢05JUL-05OUT2014 -
Em Lisboa, Museu da Electricidade expõe Dissecação/Dissection
- Um Olhar Para o Futuro de Alexandre Farto, aliás Vhils.
MEMÓRiA
¸16MAI1905-1982 - Henry Fonda: Actor do cinema americano - «Não
posso opinar sobre o método, nunca o
estudei em
representação. Isto não significa que esteja, deste modo, a
exprimir uma opinião - não sei o que é».
IMAG.23-35-179-205-382-437
¸16MAI1915-2010 -
Mario Monicelli: Argumentista e cineasta italiano - «Uma comédia italiana é
dramática. A situação é quase sempre trágica, mas tratada de uma maneira
humorística. As pessoas morrem, e não há um final feliz». IMAG.214-333-475
¯18MAI1935-2010 -
Manuel Ivo Cruz: Compositor português, maestro, musicólogo e historiador -
Filho do maestro Ivo Cruz (1901-1985), fundou e dirigiu os Cursos
Internacionais da Costa do Estoril, e foi distinguido com a Ordem do Rio Branco
(Brasil). IMAG.336-337
O1853-19MAI1895 -
José Martí: Escritor, político e filósofo cubano - «Os homens são como as
estrelas: alguns geram a sua própria luz, enquanto outros reflectem o brilho
que elas recebem». IMAG.404
¨1802-22MAI1885 - Victor Hugo: Escritor e estadista francês - «Há
pessoas que deixam cair um vaso de flores do quinto andar, e dizem: ofereço-lhe
rosas». IMAG.28-44-92-180-212-240-314-360
¨23MAI1735-1814 - Charles-Joseph, Príncipe de Ligne: Nobre, oficial e homem de letras belga - «De todas as ilusões que
cultivámos na vida, a mais agradável é a esperança de que se ocupem de nós
depois de não existirmos. Este fumo de glória não é desarrazoado, e pode
mover-nos a praticar grandes coisas». IMAG.494
COMENTÁRiO
O FEITICEIRO DE OZ
¸Dirigido
por Victor Fleming, O Feiticeiro de Oz /
The Wizard of Oz (1939) converteu-se em clássico exemplar e no modelo
perfeito, entre as produções da Metro-Goldwin-Mayer - através duma síntese
fascinante, entre fantasia, cores, alegria e canções. Eis um espectáculo
deslumbrador, feérico, em efabulativa transfiguração do imaginário americano,
com inspiração melódica de E.Y. Harburg & Harold Harlen. Judy Garland,
Billie Burke, Frank Morgan, Ray Bolger e Jack Haley sobressaem num magnífico
elenco, dando vida ao argumento de Noel Langley, Florence Ryerson & Edgar
Allan Wolf - segundo um romance de Lyman Frank Baum, já levado ao cinema em
1925, e em remakes pela variante
teatral The Wiz (1978 - Sidney Lumet)
ou na produção australiana Oz. O
original teve, aliás, duas sequelas: Return
To Oz (1985 - Walter Murch) ou, antes, Journey
Back To Oz (1964-74 - Hal Sutherland), pela animação; género em que se
expandiu, ainda, O Feiticeiro de Oz
(1990), por Turner Entertainment. Em 1904, Frank Baum concebeu também The Queer Visitors From the Marvelous Land
of Oz, versão directa em quadradinhos, ilustrada por Walt
McDougall e com relançamento da Eternity (1991).
GALERiA
1961:
Ordem e Caos
¢A
exposição 1961: Ordem e Caos reúne um
vasto conjunto de obras de Paula Rego produzido durante as décadas de
1960 e 1970, pretendendo documentar e analisar o início do seu percurso
artístico e o impacto no panorama português da época.
As obras concebidas por
Paula Rego durante estes anos remetem para a situação política do país,
comentando-a de forma sarcástica e crua. Ao sublinhar esta orientação temática,
aprofundam-se as inquietações políticas que atravessaram a obra da pintora
neste período em particular, mas também em fases posteriores do seu trabalho.
Para além das obras de
Paula Rego, mostram-se ainda trabalhos de outros artistas portugueses, que
assumiram também uma postura crítica em relação à situação política e à vida
social e cultural do país, ao mesmo tempo que desenvolveram uma linguagem
figurativa própria: Bartolomeu Cid dos Santos e Eduardo Batarda. Explora-se,
assim, a ligação de pesquisas diferenciadas e inovadoras no campo da figuração,
a partir dos anos ‘60, com o comentário político, social e cultural.
Esta exposição inclui
ainda obras de Victor Willing (da colecção da Casa das Histórias) que
evidenciam a cumplicidade artística e vivencial que estabeleceu com Paula Rego.
Considerado na Slade School como spokesman
for his generation, pelo seu brilhantismo intelectual, este artista
representa desde o início da formação académica de Paula Rego a sua referência
tutelar, a ligação mais imediata ao panorama artístico da época.
Para além da apresentação
de pintura, gravura e desenho, um núcleo documental surge no espaço expositivo
reforçando a evocação dos momentos mais marcantes do início do percurso
artístico de Paula Rego ocorridos em Portugal: a sua primeira apresentação
pública no nosso país (1961), a atribuição de uma bolsa de estudo pela Fundação
Calouste Gulbenkian (1962-1963) e a primeira exposição individual na Sociedade
Nacional de Belas-Artes (1965). As iniciativas da Fundação Calouste Gulbenkian
tiveram claro impacto na carreira de Paula Rego, e reflectem-se também na
aquisição de um vasto número de obras da sua autoria desde 1965, pelo que esta
instituição é destacada nesta panorâmica histórica também pelo número de obras
cedidas para 1961: Ordem e Caos.
Dissecação/Dissection
¢Pela
primeira vez, um museu em Portugal faz uma exposição de Vhils. Ao longo de três
meses, o Museu da Eletricidade exibe a obra do mais famoso street artist nacional.
Vhils é hoje um nome
reconhecido no panorama artístico internacional, com intervenções de grande
impacto que vão de Xangai a São Paulo, de Bogotá a Paris, de Moscovo a Nova
Iorque.
Com um estilo único, a
obra de Vhils não se limita a usar os muros da cidade como suporte, revelando
uma grande capacidade de intervenção e invenção de espaços e meios.
Vhils destrói, para criar
a sua arte. «Tento focar-me na destruição como acto criativo; é algo que trouxe
do graffiti. Acredito que somos todos
formados por camadas de tecido histórico e social. O nosso sistema social é
produto do mesmo processo de camadas, e acredito que, ao removermos e expormos
essas camadas - pela sua destruição - conseguimos alcançar algo mais puro»,
revelou recentemente o artista ao site Wynwood
Walls.
Para a exposição Dissecção/Dissection, Vhils utiliza
materiais recolhidos no Campus do Museu da Eletricidade e nas ruas de Lisboa. E
apresenta, no interior e exterior do Museu da Eletricidade, peças totalmente
inéditas, criadas a partir de temas usuais da sua obra: os deslocados e os
desalojados urbanos, que convocam e problematizam a memória colectiva das
cidades, a vertigem das suas imagens, as histórias dos seus habitantes.
Vhils é o nome artístico
de Alexandre Farto, nascido no Seixal há 27 anos. De grafitter dos subúrbios de Lisboa a artista de renome
internacional, passou pouco mais de uma década. Estudou em Londres e alcançou a
notoriedade quando uma obra sua surgiu ao lado de um original de Banksy, no
Cans Festival de 2008.
¨O inverno cobre a minha cabeça, mas uma eterna
primavera vive no meu coração…
Victor Hugo
BREVÁRiO
¸Warner
edita em Blu-ray, O Feiticeiro de Oz /
The Wizard of Oz (1939) de Victor Fleming; com Judy Garland e Ray Bolger. IMAG.29-35-46-116-204-309-334
¨Presença
edita Guerra e Paz de Lev/Leon
Tolstoi (1828-1910); tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra. IMAG.56-194-299-305-358-363-444-506
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