José
de Matos-Cruz | 08 Agosto 2020 | Edição Kafre | Ano II –
Semanário – Desde 2019
FENDA|MENTAL
JUSTA|POSIÇÃO
10AGO1897-04OUT1935
- Reinaldo Silva Ferreira, aliás Reinaldo Ferreira, o Repórter X:
Escritor, jornalista e cineasta português, ficcionista e dramaturgo
- «O Terreiro do Paço, visto de bordo, formava, na noite fria e
branca, uma ferradura amarela, aberta por quase quarenta arcos. No
extremo duma das alas, formando ângulo, ficava o Ministério da
Guerra. Todas as janelas estavam às escuras. Todas… excepto uma…
A primeira do primeiro andar… Nessa, uma pinta de luz vermelha,
como uma pupila diabólica, desenhava na obscuridade um zig-zag
agitado… Depois… brilhou uma chama amarela e rápida, como um
relâmpago… / – Acabam de tirar uma fotografia com magnésio, no
seu gabinete, senhor ministro – murmurei… / – Depressa, Castro…
Que me conduzam a terra… / Os dois partiram correndo, e eu sem
sobretudo ou chapéu, fui atrás deles…» (O
Segredo dos Reis de Portugal -
excerto, 1924).
15AGO1785-08DEZ1859
- Thomas Penson De Quincey, aliás Thomas De Quincey: Escritor e
intelectual inglês, autor de Confissões
de Um Opiómano Inglês (1821)
- «O simples entendimento, por muito útil e indispensável que
possa ser, é a faculdade mais maligna no ser humano, aquela em que
se deve confiar menos. E, no entanto, a grande maioria das pessoas
não depende de nenhuma outra – o que pode servir na vida vulgar,
mas não para os propósitos filosóficos.» (Knocking
At the Gate In Macbeth -
excerto, 1823).
15AGO1886-03MAR1971
- António Maria da Silva, aliás António Silva: Actor português
(desde 1910) de teatro, cinema (a partir de Rainha
Depois de Morta / Inês de Castro
- 1910 de Carlos Santos), rádio e televisão (após 1961);
realizador (1920); poeta e pintor; carreira no Brasil.
15AGO1897-24ABR1970
- Cassiano Viriato Branco, aliás
Cassiano Branco:
Arquitecto português - «Enquadrou a sua arquitectura na nossa
atmosfera, no nosso ambiente, na nossa cultura, na nossa relação
com o espaço e, inclusivamente, na nossa relação com o território»
(Gonçalo Ribeiro Telles).
FUNDA|MENSAL
ACTUAL|IDADE
13OUT1927-15ABR2020
- Lee Konitz: Músico americano, compositor e saxofonista alto na
área do jazz,
aos estilos cool,
bebop
ou avant-garde,
(nos anos de ‘1940-1950) ligado a Charlie Parker, Lennie Tristano,
Stan Kenton e a Miles Davis (Birth
of the Cool - editado em
1957), intérprete a solo de
Subconscious-Lee (1955)
ou de Lone-Lee (1974)
- «É possível retirar o máximo de intensidade do acto de tocar e,
ainda assim, relaxar».
16SET1936-16ABR2020
- Luiz Alfredo Garcia-Roza: Escritor brasileiro, ficcionista do
género policial, criador do inspector Espinosa; ensaísta e
psicanalista, formado em Filosofia e Psicologia, professor
catedrático da Universidade Federal do Rio de Janeiro; autor de O
Mal Radical Em Freud (1990),
ou de O Silêncio da Chuva
(1996) e de Achados e Perdidos
(1998) - «Se eu mantenho os
finais fechados, dou ao leitor aquilo que ele quer ler, que é o
escritor fazendo o trabalho completo. Eu não quero satisfazer o
leitor. É uma ilusão a gente achar que vai satisfazer alguém nessa
vida» (2017).
04OUT1949-16ABR2020
- Luis Sepúlveda Calfucura, aliás Luis Sepúlveda: Escritor
chileno, ficcionista e argumentista; jornalista e cineasta; activista
político e ambiental; próximo de Salvador Allende, exilou-se em
1977, passou por Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Peru, Equador
(em missão
de estudo da UNESCO), Nicarágua
(participando na Revolução Sandinista), foi correspondente em
África (Angola, Moçambique), esteve na Índia, na China ou no
Japão, viveu em Hamburgo (Alemanha, 1982), tendo-se fixado em Gijón
/ Astúrias (Espanha, 1997); autor de O
Velho Que Lia Romances de Amor (1989)
ou de História de Uma Gaivota
e do Gato Que a Ensinou a Voar (1996);
distinguido com o Prémio Eduardo Lourenço (2016) - «Os seus livros
são joias preciosas, marcados pela terra sul-americana que lhe deu
origem, pela língua espanhola que lhe deu a plasticidade vigorosa da
narrativa, e sobretudo pelo cunho de criador incomum, que lhe permite
ser traduzido e amado em todas as línguas» (Lídia Jorge).
PASSA|TEMPO
Assírio
& Alvim edita Aquele
Grande Rio Eufrates de Ruy
Belo (1933-1978). F|M.27
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