PRONTUÁRiO
ANIMAÇÕES
Alice
No País das Maravilhas
(2010) de Tim Burton
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Hoje
em dia, ao referir-se animação,
há que abstrair de todas as noções que, convencionalmente,
caracterizaram este género com fecundas tradições, na indústria
cinematográfica. Em especial, quanto à feição clássica que, a
partir dos anos ’30, no século passado, sagraria o estilo e a
marca de Walt Disney. De facto, por meados da década de ’90,
triunfariam as virtualidades da sofisticação em CGI
(computer-generated
imagery),
e respectivas vanguardas estéticas - com uma fusão visionária
entre a pesquisa tridimensional, e os efeitos qualitativos de
textura, detalhe, luz e cor. Assim também - e paralelamente à
guerra
entre as grandes Companhias, pela dinâmica própria de Hollywood - o
sucesso da animação primordialmente gerada por computador suscitou,
desde então, um renovado interesse quanto aos processos alternativos
de expressão e fabrico, expandindo-se mesmo para a transparência
realista. Explorando temáticas que tinham feito história;
revertendo símbolos sempre latentes, ou reactivando métodos
artesanais. Por vezes, em tais motivações recorrentes confluem
outros contributos efectivos, ou distintas experiências já
implantadas…
IMAG.10-21-37-80-200
CALENDÁRiO
18OUT2017-28JAN2018
- Em Lisboa, Museu Colecção Berardo apresenta, com DocLisboa, Meus
Pequenos Amores - exposição
de fotografia / filme de Sharon Lockhart (EUA), sendo comissário
Pedro Lapa.
26OUT2017-11FEV2018
- Em Lisboa, Museu Colecção Berardo apresenta Modernismo
Brasileiro Na Colecção da Fundação Edson Queiroz
- exposição colectiva de pintura e escultura, sendo curadora Regina
Teixeira de Barros.
11NOV2017
- Em Lisboa, Mona - Loja de Ideias apresenta Oh
Lisboa, a Tua Luz, a Minha Sombra
- exposição de fotografia de Luís Mileu, sendo curador João
Botelho.
13NOV-16DEZ2017
- Em Cascais, Bedeteca José de Matos-Cruz / Biblioteca Municipal de
S. Domingos de Rana apresenta Traços
& Tons - exposição de
ilustração e banda desenhada por Daniel Maia.
IMAG.196-387-416-430-435-528-538-563-596-615-673-678-701
14NOV2017-11FEV2018
- Em Lisboa, Garagem Sul do Centro Cultural de Belém expõe
Neighbourhood: Where Álvaro
Meets Aldo - sobre Álvaro
Siza Vieira e Aldo Rossi (1931-1997), sendo curadores Nuno Grande e
Roberto Cremascoli.
IMAG.41-56-298-398-424-432-447-495-510-579-604-611-620-627-665-670
17NOV2017-31MAI2018
- Palácio Nacional de Mafra expõe Do
Tratado à Obra: Génese da Arte e da Arquitectura No Palácio de
Mafra, sendo comissário
Paulo Pereira. IMAG.34-78-155-305-437-638-684
18NOV-12DEZ2017
- Em Lisboa, Galeria S. Mamede apresenta Retrato
- exposição de desenho / pintura de Armanda Passos.
24NOV2017-27MAI2018
- Em Lisboa, Museu de Arte Popular apresenta Escher
- exposição do artista holandês Maurits
Cornelis Escher (1898-1972), com curadoria da produtora Arthemisia.
VISTORiA
O
Fragmento
«Veio
a luz do oriente», cantava ele,
«radiosa
garantia de Deus, e as ondas aquietaram-se.
Eu
podia ver línguas de terra e rochedos acossados.
Muitas
vezes, pela coragem mostrada, o fado poupa o homem
se
não o marcou já.»
E
quando a objecção deles lhe foi dita –
em
especial que a sua obra se fizera em fragmentos,
que
já não podiam dizer onde estavam com ele,
que
já não distinguiam primeira linha ou última linha –
respondeu
com uma questão.
«Desde
quando», perguntou,
«a
primeira e a última linha de qualquer poema
são
onde o poema principia e termina?»
Seamus
Heaney
(Tradução
de Vasco Graça Moura)
COMENTÁRiO
Para
se ser cristão, é preciso acreditar que, durante noventa e oito mil
anos, a nossa espécie sofreu e morreu, a maioria das crianças
morrendo no parto, a maioria das pessoas com uma expectativa de vida
de vinte e cinco anos, com fome, batalhando, guerreando, sofrendo,
tudo isto durante noventa e oito mil anos, enquanto os céus
observavam com completa indiferença. Então, há dois mil anos, os
céus decidiram «já basta, é hora de fazermos alguma coisa», e a
melhor maneira de o lograr, seria condenar alguém a um sacrifício
humano, nalgum lugar da região menos instruída do Médio Oriente.
Não vamos aparecer aos chineses, por exemplo, onde as pessoas sabem
ler e estudar evidências, e são civilizadas. Vamos para o deserto,
e façamos lá uma revelação…
Isso
não faz sentido. Não é algo que possa ser credível para alguém
capaz de reflectir.
Sendo
assim, porque me congratulo? Porque me permite chegar ao ponto do que
há de errado no outro lado do cristianismo. Porque eu acredito que
os ensinamentos do cristianismo são imorais.
O
ensinamento central é o mais imoral de todos, o da redenção
vicária. Poderíamos, então, lançar os nossos pecados sobre outra
pessoa, o que é vulgarmente conhecido como ter um bode expiatório.
Eu
posso pagar a dívida de alguém, se a amar. Eu posso ir para a
prisão em vez de outra pessoa, se gostar muito dela. É possível
voluntariar-me a tomar uma dessas decisões. Mas não serei capaz de
redimir os pecados de outrem, porque não sou capaz de abolir a sua
responsabilidade e, portanto, não deveria oferecer-me para uma tal
assunção. A responsabilidade de cada um, nele deve permanecer…
Não existe redenção vicária.
Muito
provavelmente, não existe sequer redenção. Trata-se, apenas, de
uma expectativa, e não me parece que viver de expectativas seja bom
para as pessoas. Tal pode, até, contaminar a questão central – a
palavra que eu acabei de usar, a palavra mais importante de todas: a
palavra amor. Ao tornar o amor compulsório, ao dizer que devemos
amar. Amar o nosso vizinho como a nós mesmos, algo que, na verdade,
não conseguimos fazer. Acabamos sempre por falhar e, por isso,
sempre nos consideraremos culpados.
Ao
preconizar-se que devemos amar alguém, a quem também temos de
temer… Um ser supremo, um pai eterno. Alguém de quem devemos ter
medo, mas que também deveremos amar… E, se falharmos nessa tarefa,
tornamo-nos outra vez um desprezível pecador… Isso não é
mentalmente, moralmente ou intelectualmente sadio.
E,
portanto, conduz-me à objecção final, que é: trata-se de um
sistema totalitário. Se houvesse um deus que pudesse fazer tais
coisas, e exigir tais coisas, e que fosse eterno e imutável, nós
estaríamos a viver sob uma ditadura sem direito de apelação. Uma
que jamais poderia mudar. Uma que sabe o que pensamos, e nos pode
condenar por crimes de pensamento. Condenar-nos a uma punição
eterna, por acções que, desde o início, estamos fadados a tomar.
Por
tudo isto – e resumindo, pois poderia referir muito mais –
limitar-me-ei a acrescentar que é, sobretudo, importante não
existir absolutamente nenhum motivo para acreditar que algo do que
tratámos seja verdadeiro.
Christopher
Hitchens
MEMÓRiA
08ABR1929-1978
- Jacques Romain Georges Brel, aliás Jacques Brel: Cantor, poeta e
compositor belga - «A sanduíche que comi na carruagem de 3ª classe
que me levou a Paris tinha um sabor único: estava perfumada pela
aventura, a esperança, a felicidade». IMAG.179-198-222-678
1925-12ABR2009
- John Royden Maddox, aliás John Maddox: Físico e professor,
escritor e jornalista especializado em temas científicos, director
da revista Nature
- «É necessário introduzir a magia na explicação do fenómeno
físico e biológico». IMAG.246-540
13ABR1909-2001
- Eudora Alice Welty, aliás Eudora Welty: Escritora americana,
autora de A Filha do Optimista
(1972) - «Ao escrever, tento entrar na mente, no coração, na pele
de um ser humano, que não eu. Seja ele homem ou mulher, jovem ou
velho, preto ou branco, o primeiro desafio consiste em lograr tal
transferência. Ao dar curso à imaginação, tenho a sensação de
que estou a pairar». IMAG.240-331-427
13ABR1949-2011
- Christopher Eric Hitchens, aliás Christopher Hitchens: Escritor e
ensaísta inglês, radicado nos EUA - «O que pode ser afirmado sem
provas, também sem provas pode ser rejeitado». IMAG.476
13ABR1939-2013
- Seamus Justin Heaney, aliás Seamus Heaney: Poeta e ficcionista
irlandês, autor de Luz
Eléctrica, distinguido com o
Prémio Nobel em 1995 - «Os [seus] poemas raramente questionam. Usam
uma índole afirmativa, mas que se não confunde com altivez; são
por vezes alívios de uma identidade, como se esse falar pudesse
fazer esquecer parcialmente, pudesse perdoar, fazer com que o tempo
actual seja uma espécie de tempo-zero a partir do qual tudo pode,
mais uma vez, começar» (Sylvia Beirute). IMAG.481
14ABR1629-1695
- Christiaan Huygens: Matemático, físico e astrónomo holandês -
«A matemática é o som». IMAG.46
1685-14ABR1759
- Georg Friedrich Händel:
Compositor alemão nascido em Halle, autor de Il
Caro Sassone - «É tão
grande e tão simples que apenas um profissional poderá
compreendê-lo» (Samuel Butler).
IMAG.196-222-243-253-296-376-411-426-439-503
14ABR1889-1975
- Arnold Joseph Toynbee, aliás Arnold Toynbee: Historiador
britânico, escritor e professor universitário, pensador da história
e da economia - «Estou convencido de que nem a ciência nem a
tecnologia poderão satisfazer as necessidades espirituais a que
todas as possíveis religiões procuram atender».
14ABR1929-2012
- Gerald Alexander Abrahams, aliás Gerry Anderson: Autor e produtor
britânico, criador das séries televisivas Thunderbirds
(1965-1966) com marionetas, e
Espaço 1999 / Space: 1999
(1975-1977) protagonizada por
Martin Landau. IMAG.8-49-446
15ABR1949-2005
- Laurence Harlé: Argumentista francesa, criadora de Jonathan
Catland (1973) - «Uma voz
feminina, sensível e apaixonada, mas também uma exigência de
verdade e uma raiva contra a injustiça, o racismo, a exclusão»
(Radio France). IMAG.45
BREVIÁRiO
Quetzal
edita A Seta do Tempo de
Martin Amis; tradução de Jorge Pereirinha Pires. IMAG.157-313-630
Tinta
da China edita Tenho Cinco
Minutos Para Contar Uma História de
Fernando Assis Pacheco
(1937-1995).
IMAG.
117-190-317-416-539-549-597-637
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