José
de Matos-Cruz | 08 Junho 2017 | Edição Kafre | Ano XIV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
INSPIRAÇÕES
Desde o início da série America’s Best Comics, em 1999, os fanáticos do escritor Alan Moore renderam-se às proezas de Tom Strong, de Promethea, de Top Ten, de Tomorrow Stories. Tanto àqueles, como aos que só mais tarde chegaram ao fenómeno, a Wildstorm reservou, em 2003, uma surpresa irresistível: a primeira colectânea de Tom Strong - com as sete aventuras primordiais do famoso herói/cientista, uma espécie de abc sobre um universo inspirado nos pulps dos anos ’30 e ’40 do Século XX. Como especial aliciante, as novas capas concebidas por Chris Sprouse e Al Gordon, seguindo-se os artistas convidados - Arthur Adams, Dave Gibbons, Gary Frank ou Jerry Ordway.
How Tom Strong Got Started familiariza-nos com alguém mental e fisicamente sobre-humano, assumindo um complexo passado de perigos e desafios. A seu lado, estão a mulher, Dhalua - filha de um líder místico; a bela filha do casal, Tesla; King Solomon, um macaco prodigioso; e Pneuman, o mordomo robótico. Entre os maiores adversários, contam-se o obcecado Paul Saveen, ou o monstruoso The Pangean. IMAG.8-25-35-37-61-85-86-145-236-341-601
PRONTUÁRiO
INSPIRAÇÕES
Desde o início da série America’s Best Comics, em 1999, os fanáticos do escritor Alan Moore renderam-se às proezas de Tom Strong, de Promethea, de Top Ten, de Tomorrow Stories. Tanto àqueles, como aos que só mais tarde chegaram ao fenómeno, a Wildstorm reservou, em 2003, uma surpresa irresistível: a primeira colectânea de Tom Strong - com as sete aventuras primordiais do famoso herói/cientista, uma espécie de abc sobre um universo inspirado nos pulps dos anos ’30 e ’40 do Século XX. Como especial aliciante, as novas capas concebidas por Chris Sprouse e Al Gordon, seguindo-se os artistas convidados - Arthur Adams, Dave Gibbons, Gary Frank ou Jerry Ordway.
How Tom Strong Got Started familiariza-nos com alguém mental e fisicamente sobre-humano, assumindo um complexo passado de perigos e desafios. A seu lado, estão a mulher, Dhalua - filha de um líder místico; a bela filha do casal, Tesla; King Solomon, um macaco prodigioso; e Pneuman, o mordomo robótico. Entre os maiores adversários, contam-se o obcecado Paul Saveen, ou o monstruoso The Pangean. IMAG.8-25-35-37-61-85-86-145-236-341-601
CALENDÁRiO
25FEV-17ABR2016
- Nas Caldas da Rainha, Museu José Malhoa apresenta Barra das
Almas - exposição de fotografia de Valter Vinagre. IMAG.248-538-580
17MAI1936-03ABR2016 - Lars Erik Einar Gustavsson, aliás Lars Gustafsson: Escritor e filósofo sueco, poeta e ficcionista - «Considero que a alma tem forma esférica (se é que tem alguma forma). Uma esfera em que uma luz fraca penetra ligeiramente - mas só ligeiramente - sob a superfície matizada, onde sensações e actos de consciência rodopiam, como bolas de sabão, mudando constantemente de cor.» (A Morte de Um Apicultor - 1978). IMAG.512
07ABR-01MAI2016
- No Porto, Palácio da Bolsa expõe Tesouros Bibliográficos
(Séculos X a XVI): A Arte e o Génio ao Serviço do Poder, com
cópias fac-similadas de M. Moleiro Editor (Barcelona).
VISTORiA
há-de
flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu… como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos… sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta… dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci… acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
pensava eu… como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos… sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta… dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci… acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
--Al
Berto
PARLATÓRiO
Corto
Maltese é o príncipe das minhas histórias em quadradinhos, e
fazê-lo envelhecer coloca-me problemas. Aliás, é por isso que eu o
faço beber o elixir da longa vida, de modo a que possa permanecer
jovem no sono e nos sonhos…
Nada
vale a pena ser levado a sério e, para viver serenamente, é preciso
aceitar um mundo de fábula.
--Hugo
Pratt
MEMÓRiA
09JUN1917-2012 - Eric John Ernest Hobsbawm, aliás Eric Hobsbawm: Historiador britânico de orientação marxista, nascido em Alexandria, autor de Tempos Interessantes - Uma Vida No Século XX - «Pertenço a uma geração para a qual a Revolução de Outubro representava a esperança do mundo». IMAG.430
13JUN1917-2005
- Augusto Roa Bastos: Escritor paraguaio - «Quero nas palavras que
escreves algo que me pertença». IMAG.39
1948-13JUN1997
- Alberto Raposo Pidwell Tavares, aliás Al Berto: Poeta e pintor
português - «não esqueças o navio carregado de lumes / de desejos
em poeira – não esqueças o ouro / o marfim – os sessenta
comprimidos letais / ao pequeno-almoço». IMAG.184
15JUN1927-1995
- Hugo Pratt: Autor italiano de banda desenhada, criador de Corto
Maltese - «Procuro a verdade, mas sei que nunca a atingirei
completamente. Se algum dia pensar que a atingi, terei de dizer a mim
mesmo que tal não é possível, que alguma coisa me escapou e que
devo continuar a procurá-la. Quem acredita deter a verdade é
potencialmente perigoso - e é a principal razão pela qual desconfio
sempre de todos os que professam uma religião. A verdade é
inatingível, e só podemos esperar aproximar-nos dela… Esse é o
meu dogma». IMAG.1-26-47-65-69-75-157-256-286-308-360-382-418-423-431-454-527-536
PARLATÓRiO
Não
sei se os meus filmes são memórias históricas. São réquiens, mas
sem o tom fúnebre, não são lamentos pela morte de um período.
No livro A Morte de Um Apicultor, do sueco Lars Gustafsson, uma frase é sempre repetida: «Não nos rendemos. Continuamos…». É um réquiem, mas não nos rendemos, continuamos.
No livro A Morte de Um Apicultor, do sueco Lars Gustafsson, uma frase é sempre repetida: «Não nos rendemos. Continuamos…». É um réquiem, mas não nos rendemos, continuamos.
--Theo
Angelopoulos (2011)
GALERiA
Ao
olhar para esta série de fotografias Barra das Almas, de
Valter Vinagre, sabemos de instinto que, apesar da sua data recente,
se referem a um tempo que não é o nosso. Um tempo pré-moderno,
onde a máquina não determinava ainda a vida dos homens e as horas e
os dias se sucediam pautados por calendários antiquíssimos. Não há
homens e mulheres maduros nestas imagens, apenas um casal de idosos e
uma criança, enfeitada de frutos como um jovem deus pagão, que
reabre o ciclo da vida que adivinhamos fechar-se em breve.
--Luísa
Soares de Oliveira
BREVIÁRiO
Porto Editora lança Poemas Canhotos de Herberto Helder (1930-2015). IMAG.221-245-325-440-487-504-519-562-597
Cavalo
de Ferro edita Todos os Fogos, o Fogo de Julio Cortázar
(1914-1984); tradução de Alberto Simões. IMAG.205-298-330-454-539-546-563-602
Distrijazz edita em CD, sob chancela ECM, Creation pelo pianista Keith Jarrett. IMAG.510-547-612
Caminho edita Os Filipes de António Borges Coelho. IMAG.131-189-219
Fyodor
Books edita O Apocalipse Estável de Karl Kraus (1874-1936);
tradução de António Sousa Ribeiro. IMAG.464-566
Reprise Records edita em CD, Forever Man de Eric Clapton.
Quetzal edita Nocturno Chileno de Roberto Bolaño (1953-2003); tradução de Rui Lagartinho e Sofia Castro Rodrigues.
EXTRAORDINÁRiO
OS
ALTERNATIVOS – Folhetim Aperiódico
QUANDO
ME ENTERNEÇO EM VÃO, DESAPAREÇO - 8
Passaram-se
os tempos.
Umas
quantas peixeiradas com outra profissional do ramo, ali estabelecida,
acabou por torná-la de relações privilegiadas com Anabela
Serafina. Em seguida, Benigna chegou à fala com o irmão da Reca.
Era aloirado, simplório, discreto, outrora ardina que, farto de
apregoar o Diário de Notícias entre o Bairro Alto e o Castelo de
São Jorge, se tornara porteiro no Clube dos Reformadores. Além
disso, engraxava aos selectos sócios.
– Continua
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