José
de Matos-Cruz | 16 Junho 2021 | Edição Kafre | Ano III –
Semanário – Desde 2019
FENDA|MENTAL
JUSTA|POSIÇÃO
18JUN1861-09JUN1908 - José Francisco Trindade Coelho: Escritor português, magistrado e político; ficcionista e poeta, memorialista e pedagogo, autor de Os Meus Amores (1891) ou de O ABC do Povo (1902) - «Os grandes paspalhões assinalados, / Que nas reuniões da Academia / Foram solenemente apepinados / Por sua telha ou sua fidalguia, / Que nas guerras das mocas esforçados / Mais do que a força humana permitia / No Teatro Académico asnearam / Tolices de que todos se espantaram; // E também as façanhas gloriosas / Dos Cabrais e Waldecks e quejandos, / Que à noite, com as vozes mais fanhosas, / Andam o nível a pedir em bandos; / E as diabólicas fúrias deliciosas / De certos quintanistas memorandos, / Cantando espalharei por toda a parte. / Há-de-se rir o mundo até que farte.» (Paródia a Os Lusíadas, excerto - in In Illo Tempore, 1902).
22JUN1940-04JUL2016 - Abbas Kiarostami: Poeta, fotógrafo e cineasta iraniano; argumentista, produtor e realizador de Através das Oliveiras (1994) ou de O Sabor da Cereja (1997) - «Existe violência na vida real, mas eu nunca imporia a violência num filme, apenas para atrair público. Em minha opinião, a violência nunca pode justificar-se… / Um filme é, em grande medida, uma voz comum e universal, que não podemos limitar a uma cultura em concreto. Mas, para ser universal, tem que enraizar-se na sua própria cultura».
23JUN1917-23SET1999 - Luiz Raul Janeiro Caeiro de Aguilar Barbosa Piçarra Valdeterazzo y Ribadenayra, aliás Luiz Piçarra: Cantor português, tenor, com intensa carreira internacional (pós 1945 - Brasil, Argentina ou México; 1947 - Egipto, e artista privativo do rei Faruk; 1950 - Paris, como Lou Pizarra; anos ’60 - entre Portugal e Angola); participação musical em filmes (logo Pão Nosso… - 1940, de Armando de Miranda), rádio e televisão; intérprete original de Granada, de Avril au Portugal ou de Luna Lunera; e de O Meu Alentejo, de Aninhas, de Morena da Raia, de Santa Maria dos Mares ou de Ser Benfiquista - «Eclético, […] era tão bom nas canções como a interpretar opereta ou teatro de revista» (Maria João Duarte).
ÁGUA|FORTE
PORTA|VOZ
TRINDADE COELHO
Transmontano. Pequenino mas tesinho. Alegre como uma romaria. A sua voz é um adufe ao som do qual os seus olhos bailam. Vigoroso e sadio, física e literariamente. A sua prosa é máscula: prosa com músculos e sangue. Prefere os assuntos simples aos assuntos complicados. Ao longo dos seus contos não se alastram óxidos de almas difíceis, nem se emaranham filigranas de raras psicologias. No meio dos modernos livros, os seus livros são como ingénuos colegiais entre viciosas pessoas.
Eugénio de Castro
FUNDA|MENSAL
ACTUAL|IDADE
27JUL1921-03FEV2021 - Maria da Glória Pereira da Silva, aliás Adelaide João: Actriz portuguesa de televisão (desde Uma Semana Em Madrid - 1960 de Artur Ramos, segundo Miguel Barbosa), de teatro (logo em 1961, O Consultório de Augusto Sobral, no Teatro Nacional D. Maria II) ou de cinema (entre Dom Roberto - 1962 de Ernesto de Sousa, e Angola: Momentos Kodak - 2019 de Rui Goulart); em 1962-1965, estudou teatro em Paris, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, e trabalhou em várias companhias - «Ela tinha a coragem de fazer coisas a que não estava habituada, tanto em termos de representação, como, por vezes, em termos físicos» (João Brites).
PASSA|TEMPO
Companhia das Ilhas edita Vitorino Nemésio [1901-1978] - À Luz do Verbo de José Martins Garcia (1941-2002). F|M.16
Temas e Debates edita A História Contemplativa de José Mattoso.
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