quarta-feira, agosto 01, 2018

IMAGINÁRiO #727

José de Matos-Cruz | 16 Outubro 2019 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004


PRONTUÁRiO

NAVEGANTES
Sob chancela das Edições Época de Ouro, A Arte de Bem Navegar - Navios Europeus do Século XIV ao Início do Século XVI, de Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), surgiu por ocasião do 5º Centenário da Descoberta do Brasil (Abril de 1500 - Abril de 2000), numa publicação monumental e minuciosa, privilegiando os barcos em que os Portugueses lograram vencer os mares e os seus monstros. A par com 62 magníficas estampas, pela ilustração científica, destaca-se numa sugestiva narração histórica: «Os marinheiros, que eram conhecidos ironicamente na Europa como “varredores de escolhos”, porque não perdiam de vista as costas, vão com Vasco da Gama lançar-se por meses no grande Oceano, com navios que “se fizeram os mais fortes que se pudessem”. Gaspar Correia diz deles: “marinheiros é gente baixa, e eram maus e soberbos”; mas era gente especializada no velame latino e redondo, como bem prova aquilo que fizeram». Ao grafismo harmonioso e inimitável, ao estilo dinâmico e gracioso, alusivos à expressão em quadradinhos, confere Eduardo Teixeira Coelho o sortilégio, a nostalgia e a modernidade que distinguem os criadores primordiais.
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CALENDÁRiO

20ABR-03JUN2018 - Em Braga, Museu da Imagem apresenta Northern - Corrida e Projectos Seleccionados Entre 2010-2017 - exposição de fotografia de Tatiana Plotnikova (Rússia).

1920-25ABR2018 - Michael Joseph Anderson Sr, aliás Michael Anderson: Cineasta inglês, realizador de A Volta ao Mundo Em 80 Dias / Around the World In 80 Days (1956), ou Fuga No Século XXIII / Logan’s Run (1976) - «Uma fantasia algo extravagante e bastante divertida» (Roger Ebert).

28ABR-02SET2018 - Em Coimbra, Centro de Artes Visuais apresenta Pure Emulsion - exposição de fotografia de José Luís Neto, sendo curador Sérgio Mah. IMAG.360-393-458-649

05MAI-28JUL2018 - Em Guimarães, Centro Cultural Vila Flor apresenta Non-Fiction - exposição de fotografia, vídeo e instalação de André Príncipe. IMAG.364-539

08MAI-30SET2018 - Em Cascais, Fundação D. Luís I apresenta, na Casa das Histórias Paula Rego, Contos Tradicionais e Contos de Fadas - exposição de pintura de Paula Rego, sendo curadoras Catarina Alfaro e Leonor Oliveira. 
 
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11MAI-30JUN2018 - Em Odivelas, Centro Cultural Malaposta apresenta Los Urbanos - exposição de ilustração de Inês Brito. 
 
PARLATÓRiO

Frédéric Chopin
Era um génio de enlevo universal. A sua música conquista as mais distintas audiências. Quando as primeiras notas de Chopin soam por entre o salão de concerto, há um feliz suspiro de reconhecimento. Todos os homens e mulheres do mundo conhecem a sua música… No entanto, não é uma música romântica, no sentido byroniano. Não conta histórias ou quadros pintados. É expressiva e pessoal, mas ainda assim uma arte pura. Mesmo nesta era atómica abstracta, onde a emoção não está na moda, Chopin perdura. A sua música é a linguagem universal da comunicação humana.
Arthur Rubinstein

A geração Beat era uma visão que o Jonh Clellon Holmes e eu, e também o Allen Ginsberg, mas de uma maneira ainda mais louca, tivemos no final dos anos ‘40. Tratava-se de uma geração de tipos a par de tudo, brilhantes e loucos, que de repente se ergueram para percorrer a América. Eram sérios, curiosos, vagabundos e faziam paragens em todos os pontos do caminho, em farrapos, tranquilos, de uma hedionda beleza latente na sua graça e originalidade.
Jack Kerouac

MEMÓRiA

1810-17OUT1849 - Fryderyk Franciszec, aliás Frédéric Chopin: Pianista polaco radicado em França, compositor do período romântico - «A simplicidade é a conquista final. Depois de ter tocado uma quantidade de notas e mais notas, é a simplicidade que emerge como recompensa coroada da arte».  IMAG.92-191-203-247-265-298-325-375-380-412-462-572-595-640

17OUT1929-2016 - Mário Wilson: Atleta português nascido em Moçambique, jogador e treinador de futebol - «Era reconhecidamente um cavalheiro que, como atleta e treinador, passou por inúmeros clubes, deixando sempre a sua marca» (Bruno de Carvalho). IMAG.644

1705-18OUT1739 - António José da Silva, o Judeu: Dramaturgo brasileiro - «Que delito fiz eu para que sinta / o peso desta aspérrima cadeia / nos horrores de um cárcere penoso / em cuja triste, lôbrega morada / habita a confusão e o susto mora? / Mas se acaso, tirana, estrela ímpia, / é culpa o não ter culpa, eu culpa tenho. / Mas se a culpa que tenho não é culpa, / para que me usurpais com impiedade / o crédito, a esposa e a liberdade?».  
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1838-19OUT1889 - Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Bragança, El-Rei D. Luís I, o Popular: «Beijo a mão a El-Rei. Estou a seis dias do mar Índico, em vésperas de concluir a minha travessia de África, feita na costa oeste. Lutei com a fome e a sede…» (Serpa Pinto - 1879). 
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19OUT1899-1974 - Miguel Ángel Asturias Rosales, aliás Miguel Ángel Asturias: Escritor e diplomata guatemalteco, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (1967) - «Os espelhos são como a consciência… Vemo-nos neles como somos, ou como não somos, pois, quem se contempla no profundo de um espelho, tenta dissimular as suas fealdades e enfeitá-las para parecer como lhe apetece».

1835-19OUT1909 - Cesare Lombroso: Cientista e criminologista italiano - «Nas pessoas sãs, é livre a vontade, como diz a metafísica, mas os actos são determinados por motivos que contrastam com o bem-estar social. Quando surgem, são mais ou menos condicionados por outros motivos, como o prazer do horror, o temor da sanção, da infâmia, da Igreja, ou da hereditariedade, ou de prudentes hábitos impostos por uma ginástica mental continuada, motivos que deixam de valer nos dementes morais ou nos delinquentes natos, que logo caem na reincidência.» (O Homem Delinquente). IMAG.247

1900-19OUT1999 - Natacha Tcherniak, aliás Nathalie Sarraute: Escritora francesa de origem russa - «Em qualquer obra literária, a poesia é o que faz aparecer o invisível… Nunca percebi a razão por que escrevo».

1922-21OUT1969 - Jean-Louis Lebris de Kerouac, aliás Jack Kerouac: Escritor americano - «Um dia hei de renascer numa grande cidade de outro sistema planetário, no passado ou no futuro, onde uma única montanha de cinco quilómetros de altitude se recorta no céu azul - com toda a compaixão que sinto dentro de mim, a única coisa de que vou precisar é da sabedoria da terra». IMAG.126-141-212-217-247-338-362-404-469-484

22OUT1919-2013 - Doris May Tayler, aliás Doris Lessing: Escritora britânica, autora de O Caderno Dourado, distinguida com o Prémio Nobel da Literatura (2007) - «Eis o que é aprender: de repente, apercebemo-nos de que, algo que soubemos durante toda a vida, adquire para nós um novo entendimento».
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22OUT1929-2012 - Marcel Hanoun: Realizador francês, teórico do cinema experimental, director de Uma História Simples / Une Simple Histoire (1959) - «A criação - na perspectiva do trabalho - é, em si mesma, um grito de não obediência» (1997). IMAG.428

COMENTÁRiO

Jack Kerouac
Começámos a experimentar benzedrina e anestésicos. Eu pensava que não poderia escrever, porque a minha mente ficava confusa, mas Jack sentia que podia escrever romances usando isso. E acho que alguns dos seus romances do início dos anos ‘50 foram escritos sob efeito desses e de outros tóxicos. Praticamente, Jack sentava-se e dactilografava por várias semanas, fazia correcções, escrevia continuamente cinco, seis ou sete horas por dia, às vezes até o dia inteiro.
Allen Ginsberg

VISTORiA

Uma coisa é sentar-me aqui, colocando as palavras num papel e passando, pelo menos, cinquenta ideias para cada uma dessas palavras… No entanto, de que serve escrevê-las, se só consigo exprimir uma ideia, e todas as outras ficam diluídas?
Doris Lessing
- Roteiro Para Um Passeio ao Inferno (excerto)

BREVIÁRiO

Casa das Letras edita Só Duas Coisas Que, Entre Tantas, Me Afligiram de Alice Vieira. IMAG.16-38-92-170-495-572-603

Harmonia Mundi edita em CD, Antonin Dvorák [1841-1904]: Piano Trios Op. 65 & 90 por Trio Wanderer.  
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EXTRAORDINÁRiO

OS ALTERNATIVOS - Folhetim Aperiódico

IRONIA E RECONSTITUIÇÃO DA CAVEIRA HIPOCONDRÍACA - 9

Um mundo ambíguo, de trevas e fantasmas, que aliás fosse possível transfigurar, estilizado pela cintilação dos holofotes.
Continua

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